CADU TENÓRIO E MÁRCIO BULK – BANQUETE

Cadu Tenório é já da casa: acompanhamos a carreira dele de perto, desde o comecinho, ouvidos atentos. Ele virou, pro Floga-se, um símbolo da MTB espantosa e estimulante. E foi em frente.

Flertou com a MPB. Deu certo. É só ouvir o belo single lançado em 2013 e outro em 2014. Daí, a gente ouve também o disco da Juçara Marçal, “Encarnado” (do qual nosso protagonista não participa), flagrantemente um dos melhores de 2014, acertando nesse equilíbrio, e percebe que a soma deu certo.

Próximo passo: Tenório juntou-se com Márcio Bulk pra oferecer um disco impressionante, “Banquete”, que ganhou vida nesse dia 23 de outubro de 2014, via Banda Desenhada, um dos sites mais bacanas de música torta.

São quatro músicas. Noise e melodia juntos. Ruídos e elegantes interpretações vocais lado a lado. Experimentações e doçuras fáceis de mãos dadas. Tenório e Bulk causam torpor. Fizeram um disco que a MPB precisava. “Encarnado” ganhou um par.

As canções são de Márcio Bulk, com vários parceiros, e arranjos de Tenório. A produção é dos dois. A mixagem, de Tenório e seu inescapável parceiro musical Emygdio Costa. Em cada faixa, uma participação. Tem Alice Caymmi e Bruno Cosentino (vocais em “Estela” e, ele, violão em “Em Transe”), César Lacerda (violão em “Café Expresso” e voz em “Electric Fish”), Lívia Nestrovski (a estonteante voz em “Em Transe”), Michele Leal (vocal em “Café Expresso”).

Cadu Tenório fez o que faz melhor: os arranjos e encarregou-se dos sintetizadores, violino, objetos amplificados, manipulou fitas cassete, processou ruídos, juntou tudo nas camadas e nos tirou do conforto.

O disco foi gravado, claro, na Audio Rebel, além dos estúdios 503, Marini e Clemente II. O bonito projeto gráfico e Márcio Bulk e Rodrigo Sommer.

Ouça sem parar:

1. Café Expresso
2. Estela (clique aqui pra ver o vídeo)
3. Electric Fish (clique aqui pra ver o vídeo)
4. Em Transe (clique aqui pra ver o vídeo)

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Comentários

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2 comentários

  1. Fernando,

    Sou um daqueles que acompanha o seu site – e também o trabalho do pessoal do Resto é Ruído, Sinewave e que tais – de forma silenciosa, mas com grande interesse e prazer por ler ou ouvir as ideias de todos vocês envolvidos nesses projetos. Permita-me, por favor, eu reproduzir aqui o que escrevi no site da Banda Desenhada (aliás, uma página excelente mesmo!):

    Discaço sensacional, demais. Juro que, de verdade, não imaginava o quanto esse projeto poderia dar certo. Acima de qualquer parâmetro anterior de qualidade em matéria de canções e sensações. É um elogio sincero – que dá vivas a experimentação criativa (ou seja, aquela que experimenta com dedicação e objetivos estéticos, não sendo apenas uma coleção de ruídos diferentes e estranhos) e torce para que, oxalá, a parceria de excelentes letras, interpretações e arranjos prossiga. Parabéns aos responsáveis e felicidade para todos nós, que podemos ouvir esse mais novo líbelo da Música Torta Brasileira.

    Isso foi o que eu escrevi por lá. Agora, e por fim, deixo um abraço aqui do interior de São Paulo e um grande viva para o trabalho de todos vocês que não desistem dessa música que, de fato, melhor expressa as experiências, vivências, sensações, solidão e busca incerta do nosso mundo contemporâneo.

    Queria, sinceramente, que vocês comentassem esse disco no Resto é Ruído, aproveitando justamente essa deixa indicada pelo seu texto – da aproximação entre a MPB e a MTB.

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