DEVIL EVIL – SORTE

Esse trio de Porto Alegre me pegou de jeito. o DÉVIL ÉVIL foi formado por Luiz Bruno (guitarra e vocal), Gabriella Tachini (bateria) e Cadu Peixoto (baixo) em abril de 2011 e já tem um disco disponível na Trama Virtual, “Sorte”.

Foi ouvindo “Compulsão”, com uma letra repetitiva, exclamando o tempo inteiro “compulsão, compulsão, ela queria achar um jeito de se aliviar, mas os colegas no trabalho não entendem, não”, sobre uma base rockn’roll clássico, estilão Zappa, com um longo solo, compulsivo, e um baixo e uma bateria destrutivos. Microfonias. Hipnose. O som é uma loucura boa, mas a letra não saía da minha cabeça. Eu já havia ouvido isso, ou sobre isso, em algum lugar.

E eis que me lembrei dessa história “bizarra” (por ser fora dos padrões): “Justiça autoriza mulher com doença rara a se masturbar no trabalho”. Imaginei que se uma banda realmente tivesse feito uma música pra essa história, já valeria meus aplausos. Ainda mais sendo uma música como a que o Dévil Évil apresentou.

Aí, fui ouvir o disco. Não é perfeito, tem umas coisas bem sem sal no meio, como “Transtornos De Gênero” e “Eu Sei Que Um Dia Tu Vai Ver”, e infantis, como “Pega No Monstrão”, mas o começo, com “Intro”, já dá uma ideia do potencial da banda, principalmente do baixista Cadu Peixoto, tirando de suas cordas e pedais distorções agradáveis.

A bateria, a cargo de uma mocinha aparentemente frágil (aparências enganam, você sabe), é marcante e repetitiva, como as letras. E Luiz Bruno, é um guitarrista que não economiza nas maluquices. Veja que maravilha é “Eu Não Acredito Em Nada”, com o baixo contundente, pra entender tudo.

Apesar disso tudo, são mesmo as letras que transformam todo o conjunto em algo minimalista. São letras repetitivas. “Eu Não Acredito Em Nada” repete o título do começo ao fim, parando apenas pra alguns noises de guitarra. “Quem Sou Eu” começa com uma levadinha típica das baladas noventistas, pra repetir o título e uma única frase (não é fácil ser alguém como eu, se nem eu sei quem sou eu”).

“Why, Ele É Feio” segue a mesma linha – mais uma vez o baixo inicia deliciosamente e um rifezinho dá uma boa cobertura pop, transformando, talvez, na melhora canção do disco, bem oitentista. E por aí segue o bonde do Dévil Évil, uma banda que todo mundo precisaria ouvir, não só pela diversão que deve ser o show dela, mas porque aqui está um grupo que não se importa em arriscar, indo das piadas insossas (e internas) a observações bem sacadas, como a de “Compulsão” e a de “Netuno Plutão”, com distorções matadoras.

“Eu sempre me frustro, eu me decepciono”, eles cantam em “Eu Sempre Me Frustro”. No resumo, essa é a grande tiração de sarro, porque não, por enquanto o ouvinte não vai se frustrar com o Dévil Évil.

01. Intro
02. Eu Não Acredito Em Nada
03. Quem Sou Eu
04. Compulsão
05. Why, Ele É Feio
06. Transtornos De Gênero
07. Eu Sei Que Um Dia Tu Vai Ver
08. Pega No Monstrão
09. Eu Sempre Me Frustro
10. Epílogo
11. Netuno Plutão

Ouça o disco na íntegra:

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