DISAPPEARS – GUIDER

Não siga o exemplo da banda. Não esqueça tudo o que você já ouviu do Disappears. Esse trio de Chicago, Esteites, fez isso, mas você não precisa fazê-lo. Em 2010, lançou o bom “Lux”, seu álbum de estreia. Chamou certa atenção por beber na fonte do Velvet Underground, baseadas na harmonia, com guitarras e ecos de Suicide e tal.

No final de janeiro de 2011, porém, sem nem deixar “Lux” esfriar, a banda lançou o segundo registro, esse “Guider”. Pra surpresa da gravadora, a Kranky, o Disappears simplesmente gravou “Guider” EM CIMA das fitas originais de “Lux”. De propósito. Agora, só há o “Guider”.

E “Guider” é bem diferente de “Lux”. Bastante, embora ambos tenham psicodelia transbordando. Enquanto no primeiro, a banda colocava as enormes distorções do baixo em primeiro plano e usava as guitarras pra brindar o clássico “White Light/White Heat”, do VU, aqui os loopings hipnóticos ao estilo Suicide e Spacemen 3 (“Repeater” é um bom paralelo) dão o tom.

É exatamente isso: o Disappears quer ser hipnótico. E se dá muito bem. “Guider” é uma maravilha sem igual na música atual, mesmo que não seja nada original. Brian Case, Graeme Gibson (que deixou a banda, veja no fim do post), Damon Carruesco e Jonathan van Herik fizeram um disco perfeito, direto ao ponto, curtíssimo, de pouco mais de 30 minutos, sendo que metade deles está ocupado por “Revisiting”, uma viagem indescritível de quinze minutos e quarenta e cinco segundos, que se ouvida com umas substâncias na cabeça pode causar estragos inimagináveis.

Ouça “Revisiting”:

Mesmo assim, não quer dizer que você tenha que fazer como a banda: não delete “Lux”, de jeito nenhum. Só abrace com mais empolgação esse “Guider”. É um disco excepcional. O devaneio do Disappears está todo na música. Não precisa passar disso – mas cada um que encontre o estágio de lucidez que melhor lhe caiba.

1. Superstition
2. Not Romantic
3. Halo
4. Guider (veja o vídeo aqui)
5. New Fast (veja o vídeo aqui)
6. Revisting

Veja o vídeo oficial de “Supertition”, dirigido e editado por Kate O’Neill e Jonathan van Herik (mas não tente entender):

Vale dizer que Graeme Gibson, o baterista e produtor, deixou a banda após a gravação do disco, de forma amigável. Quem assumiu o posto para as apresentações ao vivo foi Steve Shelley, do Sonic Youth.

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