ENGRENAGEM #11: COLD CAVE – CHERISH THE LIGHT YEARS

Já havia comentado sobre o Cold Cave há um tempo, no post sobre dois dos vários discos que o Prurient lançou ano passado. Cold Cave é o projeto de Wesley Eisold que além de poeta foi ativo na “cena punk” de Boston nos anos 2000, em bandas como o Give Up The Ghost (que antes chamava-se American Nightmare) e Some Girls.

O Cold Cave faz algo que é considerado uma colagem de referências do synthpop, darkwave e noise. Mas desde já afirmo que não é um pastiche, tudo acontece com coesão. O projeto flerta muito com a new wave e o post-punk dos 80s, principalmente no disco que lançaram ano passado pela Matador Records, “Cherish The Light Years”.

Eisold já comentou por aí que nunca havia tocado nenhum instrumento antes de começar o Cold Cave – em suas bandas antigas ele só usou a voz e a escrita. Porém pode-se dizer que ele tem bons amigos. Dominick Fernow (Prurient, lembra?) é um deles. Começou ajudando em apresentações ao vivo e logo passou a fazer parte do time assim como Caralee McElroy (moça que fazia parte do Xiu Xiu, outro projeto bem bacana). Os três juntos gravaram o disco “Love Comes Close”.

De “Cherish The Light Years”, Caralee não participou mas Dominick continuou lá firme e forte – como podemos constatar com clareza em “Burning Sage” – e outras colaborações vieram e fizeram do disco uma peça de extrema coesão, com direito a hinos pra cantar junto, aos berros, como “The Great Pan Is Dead”, música que carrega a ferocidade e o feeling do hardcore dentro da melancolia post-punk; e “Underworld USA” com seu beat a la Nine Inch Nails em boa forma.

Ouça “Burning Sage”:

Ouça “The Great Pan Is Dead”:

Ouça “Underworld USA”:

O disco foi gravado com o produtor Chris Coady (TV on The Radio, Grizzly Bear, !!!, Beach House etc…) e as participações vão de Nick Zinner (Yeah Yeah Yeah’s) a Daryl Palombo (Glassjaw), passando por Jennifer Clavin (ex-Mika Miko) e Sean Martin (ex-Hatebreed), dentre outros.

O pessoal da nostalgia vai encontrar as referências do que cresceram ouvindo: The Cure, New Order e Smiths (do Moz você vai lembrar principalmente no caráter “nú” das letras, que pra alguns é o máximo da sinceridade e pra outros pode ser uma barreira, tendo em vista a possivel intepretação “loser” da coisa).

Os jovens vão encontrar paixão no ímpeto com que as canções são entoadas. Mas tem muito mais do que isso nos arranjos, nas transições eletrônicas, incursões de noise etc.., não é mais um repeteco, não é uma banda cover. Achei bastante conforto na simplicidade e nos climas frios desse disco, que é uma boa pedida pra ouvir no repeat nesses dias chuvosos. Algo acessível ao grande público e, bom, pra fugir um pouco do lugar-comum.

1. The Great Pan Is Dead
2. Pacing Around The Church
3. Confetti
4. Catacombs
5. Underworld USA
6. Icons Of Summer
7. Alchemy and You
8. Burning Sage
9. Villains Of The Moon

Data de lançamento: 5 de abril de 2011
Gravadora: Matador Records
Produtor: Chris Coady
Tempo total: 49 minutos e 20 segundos

Leia mais:

Comentários

comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.