Uma banda que soa como se estivesse ensaiando na sua frente. Não é tosca, não é amadora, não é qualquer-nota. O JAPANESE TELEVISION, de Londres, Inglaterra, só está mesmo é na pilha de tocar pra si próprio, um quarteto que viaja em cada nota e nem se preocupa em “cantar”.
Formado por Al Brown, Alex Lawton, Ian Thorn e Tim Davis Jones, o JTV tem dois EPs, o “Japanese Television”, de dezembro de 2018, e o lançado em 24 de julho de 2019, “JTV II”.
Nenhum dos dois parece estar orbitando no mesmo planeta que todos os outros seres humanos. Uma mistura de surf music com The Cramps e psych-qualquer-coisa, o quarteto toca como numa catacumba ou ao redor de Júpiter. Soa distante, ao mesmo tempo que pega direto na mente (que nem precisa estar alterada, mas melhor se estiver).
“Bloodworm” tem aquelas teclas fantasmagóricas de filmes B, o ouvinte fecha os olhos e se descobra em outra dimensão, talvez como a Cecília de “A Rosa Púrpura Do Cairo”, sendo atraído e atraindo o quarteto pra noites de intensa farra sônica e psicodélica.
O primeiro EP escolhido o EP do ano pela dupla da BBC 6 Music, Gideon Coe e Amy Lame. O segundo é ainda melhor, então calcule.
A banda tem um clipe promocional pra “Uncle Doovy”, que abre o segundo disquinho (não dá nem pra descrever o que tá nos detalhes do vídeo). A canção é definida como “uma exploração psicodélica descomprometida que às vezes se desdobra nas raízes do blues da banda, mas em outras é um épico único com camadas de guitarras de outro mundo”. Melhor definição não há:
1. Uncle Doovy
2. Bruno’s Nightmare
3. Slime
4. Bloodworm
5. Crocodile Dentist
6. 3 Ball Plant
