A incrível capacidade de Matheus Borges, o Nosso Querido Figueiredo, de imaginar melodias e cantorias me admira. Parece fácil, tal a versatilidade do artista. Aqui, trinta exemplos de como ele constrói temas e canções e, mais do que isso, como ele consegue dominar os versos e seu encaixe melódico.
Exemplos? “A Voz Da Lua” e “O Jovem Guarda”.
São trinta pequenas canções, só duas alcançam três minutos. Todas parecem ideias que precisam ser melhoradas ainda, esboços ótimos do que poderiam ser divertidíssimas músicas.
Mas esse é o Nosso Querido Figueiredo, uma espécie de anarco-punk nonsense que sai, sem muita noção e sem objetivo aparente, destruindo normas e vomitando ideias giratórias.
“Instituto Figueiredo De Luzes Que Piscam” é um ótimo exemplo do que esse cara pode fazer. Irregular na produção e na mixagem, chega a incomodar, mas, tirando isso, vale prestar atenção às letras, no domínio poético do artista.
Segundo ele mesmo explica, o trabalho foi “anunciado em 2016 como um EP, porém nunca lançado”. “É um álbum que mergulha em meu catálogo bastardo, dando sequência ao trabalho iniciado em ‘A Banda Solitária Do Inspetor Figueiredo’. Ao longo de 30 faixas inéditas, o ouvinte é apresentado a suntuosos delírios de amor, escabrosas histórias de horror e o que quer que surja entre uma e outra coisa”, explica.
O mundo de delírios de Borges é amplamente delicioso.
01. Jesus Não Voltará
02. A Voz Da Lua
03. À Meia-Noite Levarei Sua Alma
04. Fazendo Nada
05. Palhaço Hortelã
06. Experimentar
07. Come Undone
08. Média Aritmética
09. Um Dia, Talvez, Quem Sabe
10. Dose De Amor
11. Sacrimony
12. O Jovem Guarda
13. Dormindo Com O Diabo
14. Loving The Frog
15. Ainda Um Dia Eu Laço Lúcia
16. Eu / Tu
17. Lugar Nenhum
18. Companheiro De Cela
19. Destruction Act
20. Mau
21. Eu Vou Fazer Um Foguete A Jato
22. Sal Grosso E Picanha A Gosto
23. Cheiro De Enxofre
24. Filho De Satanás
25. Sacrifícios Ao Baal
26. Soul
27. Heaven Waits
28. Vento Negro
29. Ressaca E Dinheiro
30. What Goes Around
