OS DISCOS DA VIDA: ROBSONGS

Robsongs é Robson Gomes, vocalista e guitarrista da The Concept, veterana banda paulistana. É seu alter-ego, nome com o qual o artista começou há pouco a lançar seus trabalhos solo. Uma boa ideia do que se trata é o ótimo single de estreia, “Essa Grande Falta De Você”.

Há tempos tento fazer essa lista de “Os Discos Da Vida” com Robson, mas só agora, por inúmeros desencontros, foi possível. Óbvio que valeu a pena esperar, por dissecar um tanto as influências e mostrar os artistas que moldaram o guitarrista.

O resultado mostra psicodelia, guitarras sujas, sessentismos afins e um tanto de pós-punk. Uma mistura que é de fato um raio-x do músico. Uma bela carta de apresentação pra quem não o conhece.

(foto do post por Edson Spitaletti)

ROBSON GOMES

“Os 10 discos da minha vida (N.E.: em ordem de preferência, abaixo, do décimo ao primeiro)… Nossa, se fossem os 150 discos da minha vida seria mais fácil, mas vou tentar de alguma maneira fazer uma lista dos discos divisores de águas”.

COCTEAU TWINS – “Blue Bell Knoll” (1988)
Esse disco foi o primeiro trabalho que conheci do Cocteau, eu ainda criança, praticamente. Achava lindo, depois ouvi outros muito bons, mas ainda assim “Blue Bell Knoll” continua sendo o meu predileto do Cocteau Twins.

Ouça “Carolyn’s Fingers”:

The Cure – “Three Imaginary Boys” (1979)
Tinha esse disco em K7, com capinha e tudo mais. Quando conheci esse disco, comecei a me aprofundar na banda, que permaneceu como uma das bandas que mais gosto até hoje. Pra mim, até hoje, um dos melhores discos do Cure, guitarras mais cruas, baixo e bateria tipicamente pós-punk. “Anotar Day” é minha faixa preferida desse disco, mas ele inteiro é fantástico. Gosto da sonoridade crua desse disco. Aos nove anos de idade, eu sabia tudo que era possível sobre uma banda, tinha toda a discografia, mas esse disco me marcou indelevelmente.

Ouça “Another Day”:

The Sisters Of Mercy – “First And Last And Always” (1985)
Lado A. Coloco o disco na agulha e começa com “Black Planet”, cortesia do meu tio e herói particular. Ao colocar a agulha no inicio do lado B, eu e meu irmão olhamos um para o outro, e acho que pensamos a mesma coisa: fodeu, amor à primeira vista. Logo meu irmão elegeu Sisters sua banda do peito. “Some Kind Of Stranger” até hoje me emociona. Atemporal.

Ouça “Black Planet”:

The Jesus And Mary Chain – “Barber wire Kisses” (1988)
Uau, que barulheira maravilhosa. “Kill Surf City” começa a tocar e o resto é história. Disco que mudou todo meu conceito sobre distorções e barulho e melodia. Diria que mudou meu conceito sobre música pop. Uma coletânea de lados B, não poderia ter começado melhor. Diz aí, que disco você ouvia aos nove anos de idade?

Ouça “Kill Surf City”:

The Stooges – “The Stooges” (1969)
“Now I wanna be your dog”. Eu não tinha idade para curtir o Madame Satã, mas meu irmão e o serginho já frequentavam. Disseram assim: “ouvimos uma banda na pista e precisamos descolar”. Uma semana depois, ouço-o pela primeira vez, aliás, todos nós… Costumávamos ouvir discos nas casas uns dos outros e ao ouvir esse disco, pulei uns vinte estágios na adolescência. A bolacha inteirinha é magnificamente selvagem, suja, controversa, original até os ossos. É um clássico do limbo e um dos discos mais fundamentais de todos os tempos. Aff!

Ouça “I Wanna Be Your Dog”:

The Rolling Stones – “December’s Children (And Everybody’s)” (1965)
Sou Fã incondicional da era Brian Jones e tudo começou com esse disco. “As Tears Goes By” foi o primeiro dedilhado que aprendi a tocar no violão. “You Better Move On” me comove às lágrimas toda vez que escuto. O disco é foda, cru e simples… Esse disco traz lembranças de tempos mais leves e abriu minha mente para os 60’s.

Ouça “You Better Move On”:

Pink Floyd – “The Piper At The Gates Of Dawn” (1967)
A primeira grande obra psicodélica. Obra-prima de Syd Barret e um dos melhores discos de todos os tempos. Fundamental na discografia de qualquer doidão como eu e provavelmente você, que está lendo essa lista.

Ouça: “Astronomy Domine”:

The Velvet Underground – “The Velvet Underground & Nico” (1967)
Hoje em dia não é o meu predileto do Velvet Underground, mas me diz alguém que não se emocionou ao ouvir o sotaque arrastado e timbre único de voz da Nico em “I’ll Be Your Mirror” e a bateria cool de Mauren Tucker. Influenciou todo mundo. Qualquer um que cite Velvet Undergound pra mim é de confiança, esse disco é perfeito e um dos mais importantes da história do rock, influenciou muita gente boa. E fora a capa mais conhecida do planeta.

Ouça “I’ll Be Your Mirror”:

Ride – “Going Blank Again” (1992)
Decidi ontem que esse era um dos meus discos prediletos de todos os tempos. Porque eu sempre achei isso, mas ontem tive a certeza, pois não vejo outra saída pra isso. Quem é fã de Ride pode até discordar qual é o melhor disco, mas certamente ele diria que esse é um dos melhores. Harmonia simples e bem contruída e as melodias são lindas, profundas e simples. Nossa, não dá pra dizer qual a melhor música do disco, todas são mágicas. A performance e captação de bateria muito melhor do que todos os outros discos. Ah, e as vozes de Mark Gardener e Andy Bell são assuntos pra um estudo. Eles não cantam bem, às vezes até desafinam, mas existe uma mágica na combinação dessas vozes. Me recuso a falar sobre as guitarras, seria redundante.

Ouça “Twisterella”:

The Stone Roses – “The Stone Roses” (1989)
Ah, esse disco eu levaria pra uma ilha deserta se tivesse que escolher somente dez coisas nesse mundo. Perfeito! Disco antológico, necessário pra qualquer pessoa que diz ter bom gosto. “Made Of Stone” foi a primeira musica que ouvi deles (em uma coletânea K7) e depois disso… Até hoje escuto esse disco começando pelo lado B. Não existe lado B melhor, assim como não há lado A melhor. Tentei sintetizar essa lista baseado no que ouço até hoje e no que impactou na minha vida e na minha carreira. Bye Bye Badman, bye bye!

Ouça “Bye Bye Badman”:

Na edição anterior, “Os Discos da Vida: Ricardo Alexandre”.

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