OUÇA E BAIXE: KATTY WINNE – WE’RE FALLING IN LOVE

Eu insisto pra que KATTY WINNE regrave o primeiro EP, “Super Universe”, disponibilizado pra download em janeiro de 2010. O disco tem belas canções, mas é tão mal gravado que é melhor nem compartilhar. Além do EP, é capaz de você achar por aí, pelo YouTube, algumas coveres do Oasis, Tegan & Sara etc. Tudo brincadeira de criança.

Foi quando ouvi “We’re Falling In Love”, uma música com todo o brilho de um Best Coast. Pode-se considerar, pois, essa a grande estreia dessa garota de Maceió, Alagoas, e de sua meiguice. Katty Winne chegou aos 24 anos disposta a parar de brincadeira.

“Tô gravando meu segundo EP essas semanas! Tenho duas músicas prontas e uma previsão de gravar mais quatro ou cinco”, diz ela em bate-papo exclusivo com o Floga-se. “Terá uma qualidade bem melhor e acho que vai ficar bem Best Coast e um pouco de My Bloody Valentine, mas sempre… Weezer, minha banda favorita em todo universo! (ri)”.

Katty Winne pode ter esses arroubos típicos de menina, mas não é definitivamente uma menina “comum” – porque não é comum meninas brasileiras quererem pegar guitarras e fazer barulho. Ela começou com uma banda de shoegaze com Mário Alencar, da Flowed. Era a Slowdrop.

Hoje, é só ela compondo, criando os arranjos e cantando: “mas estou unindo um pessoal pra me acompanhar, afinal minhas músicas têm bateria e baixo, essas coisas… Quero ficar só com vocal, violão ou guitarra. Eu penso em tudo, consigo imaginar como quero mesmo que soem as canções, (mas) não sei tocar tudo, vou falando pro meu produtor, daí ele consegue ‘ver’ bem o que tá no meu cérebro”.

O produtor a quem ela se refere é o Márcio Junior, o mesmo da Flowed (que fez de “Flow EP” um barulho surpreendente, pra acabar como destaque da lista de melhores do ano do Floga-se): “ele quem tá tocando bateria, baixo, teclados, e outras coisinhas no EP. Somos bons amigos, nos conhecemos há uns seis anos e já tocamos juntos em muitas bandas, incluindo a Slowdrop”.

Interessante é como Katty Winne destrói alguns estereótipos. Ela não é nem um pouco “roqueira, “selvagem” ou “rebelde” pra se encaixar numa banda desse perfil. Ao contrário, é meiga, doce, uma menina. O que aconteceu ela foi “atraída pelas belíssimas distorções, efeitos magníficos, solos envolventes e essas coisas…”. Ela me coloca na linha: “sabe, sou bem menina, mas não se engane (ri), eu e a guitarra somos uma só. Amo tocar violão, mas a guitarra é única! O shoegaze me prendeu em seus ares…”.

Ela já conhecia esse tipo de som na adolescência, mas quando entrou na Slowdrop é que se aprofundou no mundo da barulheira. Isso, porém, não se ouve ainda no seu som. Tirando “We’re Falling In Love”, que pode ser considerada efetivamente sua estreia, Winne gravou uma canção meio Lemonheads, meio Mallu Magalhães, que parece uma brincadeira, daquelas que fazem par com os citados coveres: “Tchutchutchururu”:

“Eu acho que não estou exatamente presa a um único estilo, mas quero realmente que (minha música) pareça com o que estou ouvindo sempre: Weezer, My Bloody Valentine, Bob Dylan, um pouco de Johnny Cash
indie, folk, lo-fi, o que sair dessa mistura vai estar no EP”, avisa, completando que “existe uma grande diferença entre ‘Tchutchutchururu’ e ‘We’re Falling In Love Again’ e é exatamente isso que desejo”.

As letras falam de amor, “um amor fatal, poético e muitas vezes desiludido (ri)”. Os temas orbitam em torno de suas próprias experiências: “sempre falo de minhas experiências e das experiências de minhas companheiras, tudo isso é motivo pra compor. E ‘We’re Falling In Love’ fala da volta de um relacionamento”.

O EP se chamará “Molly Gun”, terá seis músicas, capa criada por Mário Alencar e sai logo no começo de 2012 (“em duas semanas”). Ela ri sobre o título: “Molly Gun era o (nome) da minha cadelinha… Aí, achei esse nome tão legal e pensei: vou homenagear a Molly! (ri) É uma loucura, só isso!”.

Loucura é moeda valiosa nesse meio. Que a de Katty Winne reverbere e incomode bastante por aí.

Ouça “We’re Falling In Love” e aguarde mais notícias sobre o EP pra breve:

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Comentários

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8 comentários

  1. […] O projeto inicialmente contava com algumas letras e alguns riffs bem crus.  Esses riffs começaram a ser lapidados com a ajuda de Márcio Junior. Era uma mistura folk, shoegaze e indie rock. Mas a atmosfera que predominou foi o maravilhoso noise, grunge, indie rock e indie pop. Assim que as músicas  primeiras músicas ficaram prontas, eles começaram a liberar pela internet, só para sacar a reação da galera. Aqui alguns resultados:http://www.botequimdeideias.com.br/flogase/ouca-e-baixe-katty-winne-were-falling-in-love/ . […]

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