VÍDEO: INVERNESS – WINTER LEMONADE

Talvez ninguém consiga mensurar exatamente a importância de “La Vie En Rose”, de Edith Piaf, composta por seu parceiro Louis Gugliemi, em 1946. A música foi ultrapassando as barreiras das gerações, ganhando revisões da dance music, da música clássica, do rock, do pop, manteve o mito vivo e Piaf, uma cantora popular ainda hoje.

É uma das canções mais populares da França, junto com o próprio hino nacional, “La Marseillaise” (“A Marselhesa”, e sua letra glorificando uma nova pátria, “Allons enfants de la Patrie/Le jour de gloire est arrivé!”).

Piaf, teatral por excelência, dramática a cada nota, entoava “quando ele me toma em seus braços/me fala baixinho/vejo a vida cor-de-rosa/ele me diz palavras de amor/palavras de todos os dias/e isso me toca/entra no meu coração/um pouco de felicidade” e sacudia até mesmo nervos de aço durante a Segunda Grande Guerra. A força da interpretação, o rosto icônico de Piaf e o gosto popular pela canção, mesmo longe dos anos lamacentos da guerra, transformaram “La Vie En Rose” num hino – e o domínio público dos seus direitos aceleram o processo.

É uma música pra várias gerações – ou de quase todas do já um tanto distante século XX. O Inverness, ao usar sua base melódica pra compor o sublime novo single, “Winter Lemonade”, transportou pra tela essa característica da música: “a ideia do clipe é justamente essa, várias imagens e cenas das nossas vidas”, diz Lucas de Almeida, guitarrista e vocalista.

No vídeo de “Winter Lemonade”, que o quarteto paulistano lança hoje, há cenas dos familiares, amigos, namoradas, animais de estimação, do cotidiano dos integrantes da banda, ilustrando uma das músicas mais bonitas e otimistas de 2011.

“A direção foi conjunta de todos da banda e de quem participou. A ideia original e a concepção foi minha e do Mateus (Perito, guitarrista e vocalista). A edição ficou por minha conta, junto com a minha namorada, Raquel, que também tomou conta da parte de fotografia e direção de arte”, diz Lucas, revelando que até mesmo na criação da peça o entorno familiar foi decisivo.

“Winter Lemonade” é o primeiro single do terceiro disco do Inverness, que será lançado ainda em 2011. “Vamos começar a gravar em agosto e imaginamos que até final de outubro ou novembro o disco esteja pronto”, esclarece Mateus.

As demos, porém, já empolgam a banda. Mateus resume o sentimento: “eu realmente acho que é a melhor coisa que já fizemos, e estamos todos muito felizes com o resultado”. E completa, explicando o que seria esse terceiro disco, ainda sem título: “já fomos a lugares muito barulhentos (‘Forest Fortress’, o primeiro disco, de 2009), lugares muito escuros (‘Somewhere I Can Hear My Heart Beating’, o mais recente, de 2010), e agora estamos em um lugar bem mais claro. Todos (da banda) estão se divertindo muito com esse disco, estamos todos apaixonados, alguns até defendem que não saiu nada no ano e no mundo que seja melhor que esse disco (risos). É exagero talvez, sei lá”.

A declaração pode parecer um tanto pretensiosa, mas há um motivo claro pra essa auto-adoração – bastante salutar no caso de artistas, que devem, por definição, gostar do que estão produzindo: a principal influência pras músicas do novo trabalho são o próprio Inverness. “O disco inteiro girou dentro dele mesmo, dentro de nós mesmos”, conta Mateus.

As músicas do disco vão ser gravadas, em grande parte, num take apenas, “ao vivo” em estúdio, com inclusão de vozes e efeitos depois. A escolha, segundo Mateus, se deu porque “esse disco é muito orgânico, as composições foram muito orgânicas, absolutamente diferente do ‘Somewhere…’, então queremos manter assim, salvar essa organicidade”.

A primeira prova de tudo isso está nessa brilhante “Winter Lemonade”, que você pode baixar de graça no Bandcamp da banda, ou ver e ouvir nesse clipe, um feliz convite pra entrar num caminho de rosas, de felicidade.

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