VLIMMER E SUA SÉRIE DE DEZOITO EPS

O cara é uma máquina. O alemão Alexander Leonard Donat está ligado a trocentas bandas e projetos e todos eles de alto gabarito. Segue a longa lista pra você ir atrás: Feverdreamt, Fir Cone Children, Flight Recorder, Infravoids, Jet Pilot, Leonard Las Vegas e agora o Vlimmer.

Já tendo passeado pelo indie, pelo shoegaze, pelo fuzz ambient, pelo electronic punk, Donat agora mergulha no darkwave com seu ambicioso projeto de dezoito EPs, com cinco canções cada. Os cinco primeiros, até o início de setembro de 2016, já haviam sido lançados.

É um projeto ambicioso, que se iniciou em 2013, Donat sozinho em casa, matutando, vindo à tona apenas em novembro de 2015, com o lançamento de “I” e “II”. Em abril de 2016, vieram “III” e “IIII”. “IIIII” é o último da primeira leva criada em 2013, quando o Vlimmer surgiu na mente de Donat. Daqui pra frente, não há projeções de como, nem quando virão os restantes EPs.

Mas o que já se pode ouvir é algo, no mínimo, curiosamente interessante. Há uma certa excentricidade no que o próprio artista rotula como “darkwave” em seu som. Há um forte peso “gótico” nas canções apresentadas, é verdade, mas há também folk (por assim dizer, em “Geigerzahl”) e tecnopop (idem, em “Verankerung”), só pra centrar atenção no EP “I”. No “II”, por exemplo, tem “Konstrukt”, uma balada experimental, de batida raspada e suja. O leque é bem grande.

O que Donat oferece de mais louvável é o sentido de experimentação em torno de um núcleo sonoro, dessa “darkwave” auto-intitulada, um baixo gravíssimo, um vocal ora cavernoso ora sussurrante ora etéreo, um sintetizador cheio de efeitos e uma vibração pra lá de dramática.

O Vlimmer tem uma característica, não há como escapar ao fato. Isso é mais do que muita banda por aí. Tem ousadia – se vai funcionar o cansativo projeto, principalmente ao ouvinte que tentar encarar as noventa canções do resultado final (vale lembrar que elas têm cinco, seis, sete, até nove minutos), são outros quinhentos. E tem coragem pra entregar uma música com quase nenhum apelo receptivo.

Os trabalhos de Donat são lançados pelo seu selo Blackjack Illuminist Records, da pequena Königs Wusterhausen, na Alemanha. É um trabalho pessoal, bem pessoal, típico dos novos tempos.

Donat pretende encerrar o Vlimmer após o décimo oitavo EP. Será uma banda-de-um-homem-só com um único disco de noventa músicas, mas que em poucos anos terá lançado dezoito obras que podem ser ouvidas independentemente.

Deve vir mais maluquice por aí. Desse alemão, ninguém pode duvidar nada.

Você pode ouvir o compilado “I/II/III/IIII/IIIII” aqui:

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