NORTHSIDE FESTIVAL – COMO FOI

Leed & Reading, Coachella, Primavera Sound, Lollapalooza. Os grandes festivais do mundo ganharam o status pautados nas boas escolhas nas escalações, no esforço de organização e respeito ao público e principalmente no investimento em comunicação. Esses (e outros tantos na Inglaterra e nos Esteites) você conhece bem e é um sonho de consumo pra todo mundo que gosta de música. Mas e festivais fora desse eixo, como seriam?

O Floga-se, embalado pelo desejo de ver o Stone Roses ao vivo, foi até o interior da Dinamarca, e conferiu como é o Northside Festival: teria algo a dever aos seus pares exemplares e consolidados?

Bom, a Dinamarca não é o Esteites, nem a Inglaterra. É melhor, é de fato primeiro mundo: mais organizada, povo mais educado, mais segura – e, claro, mais cara. Tudo isso pôde ser comprovado logo de cara.

O Northside Festival, que realizou sua terceira edição em 2012, entre os dia 15 e 17 de junho, acontece na pequena cidade de Aarhus, a 155 quilômetros de Copenhagen (numa linha reta, mas de trem ou carro dá uns 300 quilômetros). Pequena pros padrões brasileiros, porque Aarhus é a segunda maior cidade do país, com 300 mil habitantes.

Pra chegar lá, fomos de trem. Saindo de Copenhagen, dá três horas de viagem pelo interior e ilhas da Dinamarca. Um percurso bonito, embora cansativo, de tantas paradas. Mas no trem já deu pra perceber o quanto de gente ia ao festival, saindo de outras cidades do país (Copenhagen, Odessa, Vejle, Skanderborg…). Foi o melhor negócio: é relativamente confortável, é pontual e barato.

Ficamos num hotel no centro, perto da estação central, do comércio e do ponto do ônibus (o 12) que nos levaria até o local do show. Mas muita gente prefere acampar, nos campings indicados pela produção, e a maioria absoluta prefere ir andando ou de bicicleta.

Primeira percepção impactante: o número de bicicletas da cidade. Parece que todo mundo anda de bicicleta. Quase não há carros na rua – e note, chegamos num dia útil, quinta-feira: apenas bicicletas, pessoas a pé, ônibus e poucos táxis. É uma cidade limpa, muito por conta disso. Não há poluição, ou a que há não incomoda.


Compramos um passe de ônibus com direito a dez viagens. O ônibus passa nos horários marcados no ponto determinado. Cada ponto de ônibus tem a tabela de horários de cada linha – e são horários rigorosamente cumpridos, de modo que as pessoas meio que sabem esses horários e o ponto só fica cheio mesmo cinco minutos antes do ônibus passar. Mas se você chegar antes, não vai ficar de bobeira, há Internet gratuita basicamente em qualquer lugar.

Mesmo com essa pontualidade, a preferência era pela bicicleta. Carro, nem pensar. Havia um estacionamento oficial, pagando uma grana razoável, mas não vi um só carro nas imediações do festival. Nem táxi (esses só na saída, à noite). Motor só mesmo do ônibus que passava na avenida em frente, o 12. Ou seja, nada de flanelinha, uma profissão que não existe na Dinamarca.

No primeiro dia, um céu azul bonito marcava o cenário. Era quinze pra uma da tarde quando chegamos. Queria ver Noah & The Whale, embora nem goste da banda. Mas, surpresa, os portões não haviam sido abertos ainda e o show começaria dali a meia hora. Desorganização?



Não. Era tudo calculado. Daria – e deu – tempo pra revistar todo mundo, o que se mostrou praticamente uma mera formalidade. Essas moças loirinhas revistavam bolsas, sacolas, mochilas e, sim, batiam geral nos homens também, sem o menor pudor (inclusive nas partes íntimas) e com um sorrisão no rosto. Todo mundo simpático com o público que chegava. Ninguém reclamou da demora, aparentemente (“aparentemente” porque eu não entendia o que eles falavam e ninguém tava com cara de poucos amigos…). A fila se formou apenas nesse dia, pra nunca mais. Após a revista, a gente recebia um protetor auricular (protetor contra ruídos num festival de música!? Bom, pra alguns shows ruins até pode ser algo útil, você sabe) e uma pulseira que dava direito a entrar e sair do festival o quanto quisesse.

Acredite, apesar de ser a cerveja mais barata que encontrei na Dinamarca (um copo com 400ml custava 40 coroas, o equivalente a 14 reais), essa liberdade de poder entrar e sair do local a hora que desejasse era amplamente utilizada pelos locais. As pessoas iam ao posto de gasolina a menos de 200 metros do parque onde era realizado o festival, compravam sua cerveja (ou vinho) e ficavam bebendo nos gramados. Não havia restrição com relação a isso. A cerveja vendida no festival era a Royal, bem fraquinha, quase chope.

O número de pontos de venda de bebida e comida era grande. Fila, mais uma vez, não se via. E era tudo com objetividade, feito pra acelerar o processo: nada desse negócio de pegar ficha no caixa. Vai com dinheiro, pede, paga e leva. Operações que duravam no máximo trinta segundos, no caso das comidas. Havia caixas eletrônicos pra saques também no local, sem filas, já que nas barracas só se aceitava dinheiro.

Chamou atenção a organização em cada uma das muitas e variadas barracas de comida: havia de hambúrgueres, de kebab, de café, de doces, de cozinha italiana, uma pedrada de opções. Todas sem fila e com atendentes sorridentes, atenciosos e prestativos. Apesar dos preços exorbitantes, pros nossos padrões (um hambúrguer ao equivalente a 20 reais), as porções eram mastodônticas, dignas dos estômagos vikings. Valiam cada centavo.

O quesito segurança também foi um primor. Apesar dos dinamarqueses beberem cerveja e vinho como água e ficarem bêbados pelos cantos, não se viu uma confusão sequer. Nem mesmo princípio de. Os seguranças se preocupavam apenas com drogas (não senti cheiro de baseado, nem de baseado! – não vamos exagerar, colegas dinamarqueses!) e com gente que subia nos ombros dos outros pra ver os shows.

Pra se ter uma ideia, ao contrário das operações de guerras que vemos aqui no Brasil no entorno dos eventos desse porte, não havia um só policial na área do festival. Zero. “Por que a polícia estaria aqui?”, perguntou-me com certo espanto um segurança, quando questionei-o sobre onde estava a polícia. “São só meninos”, completou, com uma certa inocência, eu diria. Meninos são piores quando descontrolados, mas os organizadores sabem o terreno que estão pisando e a sociedade com que estão lidando.

Do lado de fora, da mesma forma, nenhum agente de trânsito (até porque não há trânsito), pouquíssima sujeira, quase nenhum ambulante (havia uma ou outra barraca vendendo cerveja e energético), alguns poucos catadores de latas pra reciclagem (que a própria organização do festival recebia, lá dentro, e já pagava uma quantia a esses trabalhadores) e zero de confusão.

Nem parecia que por ali passariam vinte mil pessoas por dia.

Logo que chegamos, apesar da fila inicial e da revista, deu tempo de visitar o site todo e tomar umas cervejas antes do Noah & The Whale subir ao palco. O sol ainda brilhava amenizando o frio, o que contribuiu pro show ficar mais agradável, porque foi chato. Quarenta minutos quase sonolentos, a banda tocou pra quase ninguém. Empolgou apenas no final, quando mandou “Waiting For My Chance To Come” e ganhou um coro empolgado, e com “L.I.F.E.G.O.E.S.O.N.”, já no final.

01. Life Is Life
02. Just Me Before We Met
03. Give It All Back
04. Rocks And Daggers
05. Waiting For My Chance To Come
06. Blue Skies
07. Old Joy
08. Tonight’s the Kind of Night
09. 5 Years Time
10. L.I.F.E.G.O.E.S.O.N.

Eram dois palcos, o verde e o azul. O amplo espaço do festival, porém, não obrigava as pessoas a andar muito de um pra outro. Eram próximos. E o tempo entre um show e outro era de quinze minutos, o suficiente pra arrumar um local de boa visão e, antes, ir ao banheiro ou pegar uma cerveja – ou os dois. Eram cinco os pontos de banheiros (unissex) com, acredite, duas amplas pias de muitas torneiras em cada pra lavar as mãos. Banheiros, é bom ressaltar, limpíssimos até o final do festival. De sujeito, só a inevitável lama e barro que se formaram por conta da chuva.

Após o Noah & The Whale e seu showzinho vagabundo, veio o Gaslight Anthem, que me dava esperança de algo interessante. Mas logo com “Great Expectations”, o hit que abre o segundo disco deles e que abriu o show, deu pra notar que a banda era muito barulho por nada. Ninguém deu muita pelota pro show, apenas poucos gatos pingados permaneceram na frente do palco, o resto se esparramou no gramado.

A culpa nem pode ser creditada à músicas novas, do próximo disco, “Handwritten”, que poucos conhecem. A banda tocou apenas “45” e “Biloxi Parish”, essa interessante ao vivo. É que o Gaslight Anthem parece artificial em cima do palco.

A sequência com Miles Kane (chatíssimo, como sempre), Marina And The Diamonds e Oh Land foi dispensável, embora o show de Marina seja divertido, pra quem gosta desse tipo de música divertida. Oh Land era prata da casa e foi o primeiro show que realmente entusiasmou o público até aqui. Nanna Øland é uma espécie de Alison Goldfrapp, no ritmo e no jeitão espalhafatoso em cima do palco. Aqueles dinamarqueses adoram o Oh Land.



Mas não foi nada comparado à histeria do The Kooks. Nem mesmo o VETO, banda dinamarquesa horrorosa que substituiu o Mumford & Sons, e que aparentemente faz um certo sucesso local, conseguiu fazer frente. O Kooks é um fenômeno, seja na Inglaterra, seja nos Esteites, seja no Brasil, seja na Dinamarca. Mas parece que você precisa ter vinte anos ou menos pra entender. Porque era dessa turma animada da Sessão da Tarde que formava a enorme massa de fãs que cantavam todas – todas! – as músicas, letra a letra, num coro impecável. Contagia, mas não o suficiente pra evitar bocejos se você já viu esse tipo de balada em algum lugar numa remota década de 90.

Nessa hora, o sol já havia ido embora e a chuva despencava a temperatura desse quase-verão dinamarquês pra uns dez graus Celsius… Mas o público deu uma banana à intempéries do tempo e dançou como louco. O Kooks tem méritos, sem dúvidas. Foi o grande show do primeiro dia. Só não é pra mim.

Assim como o Justice, que fechou a noite. Depois da horrenda apresentação no Sónar São Paulo 2012, nem fiquei pra ver. Saímos logo depois do The XX, mas poderia ter sido antes. A banda era uma incógnita. Todo mundo baba ovo, principalmente na Inglaterra e no Brasil, mas aqui o povo não caiu muito nessa, não. Show chato e sonolento, que ampliou nosso cansaço. Melhor a fazer foi ir embora logo, mas não sem antes pegar o melhor da apresentação, ali pelo meio, quando a banda mandou “VCR”, “Crystalised” e “Shelter”, em sequência.

Espero pegar a banda num momento melhor, pra tirar a prova dos nove e compreender o hype todo. O climão até era legal, e a música pretensiosa da banda combinou com o frio polar que já baixava por ali. Por isso, só pensava mesmo era numa cama quentinha.

O segundo dia era o que mais esperávamos. Tinha Stone Roses. Mas teve muito mais coisa legal pelo meio do caminho, incluindo o tempo, que se firmou após uma rápida e inconveniente chuva de poucos minutos. Na Dinamarca, essas mudanças de temperatura são constantes e irritam um bocado.

Chegamos um pouco mais tarde. Nada de fila. Só mostrar as pulseiras, ser apalpado de novo por seguranças loirinhas fofinhas, e partir pra cerveja.

O primeiro show que pegamos foi do Bombay Bicycle Club. Surpreendentemente, muito bom – nem minha rabugice com esse tipo de som foi capaz de derrubar o show deles. Mas nada comparado ao divertimento que o Eagles Of Death Metal proporciona. Tocando pra quase ninguém, os malucos motoqueiros ligaram o foda-se junto com as guitarras e desceram o sarrafo em dez músicas rock and roll quase circense.

Nessas horas se vê como um show bom tem efeito no público. No começo, quase ninguém à frente do palco. Ao final dos quarenta minutos, o público tinha se multiplicado por dez, e com um baita sorriso no rosto. Os mais velhos poderiam dizer: “é o poder do rock’n’roll“, e estariam cobertos de razão.

01. Bad Dream Mama
02. Don’t Speak (I Came To Make A Bang!)
03. Cherry Cola
04. Heart On
05. Secret Plans
06. Whorehoppin’ (Shit, Goddamn)
07. Wannabe In L.A.
08. I Only Want You
09. I Want You So Hard (Boy’s Bad News)
10. Speaking In Tongues

Achei na sinceridade que seria difícil superar esses malucos. Mas passadas as duas retumbantes baboseiras dinamarquesas que vieram na sequência, Lukas Graham e Suspekt (um constrangedor rap local), os suecos do Hives tomaram conta da diversão. Não sou fã da banda e nunca havia visto um show dela, mas que uma hora sensacional!

O show é baseado no novo disco, “Lex Hives”, lançado uma semana antes do Northside. Mas isso pouco importa, porque a banda vai emendando uma porrada na outra – e falando em sueco, incitando o público, pra aumentar a balbúrdia (sueco, dinamarquês e norueguês são línguas quase idênticas) – pra não deixar um fiapo de grama intacto. “Main Ofender” ao vivo é de arrepiar, assim como “Hate To Say I Told You So”, mas isso era de se esperar.

A banda sobe ao palco vestida de fraque e cartola, mas pouco sobra até o final. Nem da roupa, nem do seu fôlego. Um show obrigatório.

01. Come On!
02. Try It Again
03. Take Back the Toys
04. 1000 Answers
05. Walk Idiot Walk
06. Main Offender
07. My Time Is Coming
08. No Pun Intended
09. Wait A Minute
10. Won’t Be Long
11. Hate To Say I Told You So
12. Tick Tick Boom


Daí, Kasabian. Ok, só uma hora de Kasabian é pouco. A banda sabe disso e começou atirando rápido, com “Days Are Forgotten” e “Shoot The Runner” emendadas. “Underdog” deu a medida do tamanho do quinteto: o público cantava mais alto que Tom Meighan.

Talvez tenha sido o show com mais público que vi no festival. O sol ajudou e o “calorzinho” de 18 graus também. Mas não era isso, claro. O Kasabian está além de controles metereológicos. Apesar de “Velociraptor!”, o disco, ser fraco, as músicas funcionam bem ao vivo e falam direto a uma juventude menos desmiolada. É, digamos, uma banda “mais séria”, no sentido positivo do termo – o de não ser idiotizante.

“I.D.”, “Club Foot” e “L.S.F.”, porém, mostram que o Kasabian ainda tem que se segurar no passado, no grande primeiro disco, embora “Switchblade Smiles” funcione que é uma beleza ao vivo, e “Fire” seja um encerramento digno.

E tem senso de humor. Na saída da banda, ainda com os aplausos, Meighan voltou sozinho, pegou o microfone e cantou um bom treco de “She Loves You”, dos Beatles.

Show correto e mais nada, na análise fria. O Kasabian funciona melhor sem se prender a horários e, claro, numa casa fechada, com o som o mais o quanto for possível.

01. Days Are Forgotten
02. Shoot the Runner
03. Velociraptor!
04. Underdog
05. Let’s Roll Just Like We Used To
06. I.D.
07. Club Foot
08. Re?Wired
09. L.S.F. (Lost Souls Forever)
10. Switchblade Smiles
11. Vlad the Impaler
12. Fire


O dia se encerrou muito bem com o Stone Roses, cujo show já falei aqui. Um dia que valeu pelos três.

Esse foi o único dia que saímos do local já de noite. O sol se põe na Dinamarca, no verão, perto das onze da noite. Já era meia-noite e pouco. O último ônibus passa por ali às 23:45h. Como não fomos de bicicleta e nem tínhamos perna pra voltar andando, pegamos um táxi. Caríssimo. Mas valeu.

O terceiro e último dia de festival tinha Little Dragon e Bat For Lashes, que dispensamos. Chegamos pro James Blake. Mas ele definitivamente não se encaixa nesse tipo de evento. Sua bela música introspectiva até chama atenção, mas ficou deslocada, não funcionou.

Pelo menos o vento deu uma força e proporcionou um cenário bucólico pra sua apresentação. O dia estava bem mais cheio de público e creio que não era pro James Blake aquela audiência (que acabou cativada), mas pro Garbage e pro Snow Patrol, que vinham depois.

O vento obrigou a organização a baixar os telões de um dos palcos, pra evitar uma tragédia – ou prejuízo de proporções gregas: “os telões do Palco Verde foram baixados por causa das condições do vento”, diz o texto abaixo, num bom e claro dinamarquês. Esse é o festival de verão deles, então contente-se com seu inverno (que é mais quente). Repare com que roupas a plateia viu o show do James Blake.


Então, veio o Noel Gallagher. Eu tinha acabado de assistir em São Paulo, naquela caixa de sapatos que é o Espaço das Américas, e teria uma boa base de comparação.

Mesmo sem acústica, o show de São Paulo foi melhor. Até pela duração. Mas Noel aqui parecia cansado e até o frio (além do vento chato) o incomodava: “seus escandinavos desgraçados, vocês gostam desse frio?”, disse à platéia, que também estava encolhida num ambiente que beirava os dez graus, mas que respondeu bem à provocação, abanando inclusive as indefectíveis camisas do Manchester City.

O resultado é que o show também foi frio. Até demais. Nem mesmo “Little By Little” e “Don’t Look Back In Anger”, que ganharam coro da audiência, aqueceram. Parecia que artista e plateia queriam terminar logo com aquilo. Foi uma hora demorada, mas não creio que os fãs ferrenhos tenham se frustrado. Noel fez o que deu pra fazer naquela temperatura.

01. It’s Good To Be Free (Oasis)
02. Everybody’s On The Run
03. Dream On
04. If A Had A Gun
05. The Death Of You And Me
06. (I Wanna Live In A Dream In My) Record Machine
07. AKA… What A Life!
08. Talk Tonight (Oasis)
09. Broken Arrow
10. Half The World Away (Oasis)
11. Stranded On The Wrong Beach
12. Little By Little (Oasis)
13. Don’t Look Back In Anger

O vento parecia cortar as entranhas. Ainda tínhamos pela frente o Garbage e o Snow Patrol, que sinceramente não eram grandes atrativos. Entre o frio intenso e mais três horas ali, pra apresentações que não nos atraíam, resolvemos retirar o time de campo – junto com um bocado de gente. O frio venceu num dos primeiros festivais do calendário de verão escandinavo. Se nem eles estavam aguentando, por que nós, seres tropicais, haveríamos de lutar contra?

Apesar da escalação fraca, pop e sem ousadias, do frio e dos preços altos, o Northside Festival foi uma experiência e tanto (salvo pela realização do sonho de ver o Stone Roses ao vivo e mais um par de shows). Ir a um festival onde você é bem tratado como consumidor é um alívio – pra eles é normal, impensável ser de outra forma; pra nós, um choque, um desejo de que isso um dia possa vir a ser regra no Brasil. Mas ainda estamos bem longe disso.

Veja Noel Gallagher tocando “If I Had A Gun”:

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