BADHONEYS FALA SOBRE “HARDER”, O NOVO EP

No começo de setembro, eu já havia falado deste EP. “Harder” é o segundo dos gaúchos da Badhoneys, o primeiro pelo novo selo, a Transfusão Noise Records.

O disco já está prontinho e você pode ouvir um trecho aqui (e baixar de graça aqui):

Além de ouvir, pedi pra banda, Giana Cognato (guitarra, vocal e todas as letras), Rodrigo Souto (baixo) e Stefano Fell (bateria e backing Vocal), um descrição pessoal de cada uma das faixas. Ninguém melhor do que eles pra explicar como cada uma delas brotou.

Giana ainda falou sobre a capa do EP, maravilhosa, com layout dela e do Rodrigo: “os desenhos todos fu eu que fiz, meio inspirada em Bagé, uma cidade da fronteira do RS (conhecida como “rainha da fronteira”). Bagé tem tudo a ver com o último ano da Badhoneys, mais pelas pessoas que conhecemos que são de lá: os dois guris queridões que gravaram nosso disco (Ricardo Panela e Wagner He-Man); o Diego Maraschin, que é um guri hiper talentoso (ele tocava na banda Twin Cities) e tá sempre nos ajudando, fazendo vídeos e divulgando a Badhoneys; além de todos, tem Kika Simone, que tocou comigo na Electric Mind, que tá sendo importante pra Badhoneys ir tocar em Buenos Aires, fora a amizade e tudo mais. (…) Enfim, o cavalo vem dos amigos de Bagé, e também porque ele é um animal forte, mas ao mesmo tempo sensível, o que combina muito com o nosso disco”.

A vocalista citou Buenos Aires, porque a banda pretende passar por lá pra divulgar o disco, com uma série de shows (o selo hermano Misil Discos pretende lançar um single com duas músicas da Badhoneys). Porém, o lançamento oficial de “Harder” será feito mesmo jogando em casa, em Porto Alegre, no Garagem Hermética, dia 1º de dezembro, junto com o Single Parents e a Loomer. Show imperdível. Além desse show, a banda toca ainda mais duas vezes com os paulistas do Single Parents: dia 3 de dezembro, sábado, no Centro Cultural Marcelo Breuning, em Campo Bom, com a Medialunas; e no dia seguinte, domingo, no Bar Mono, em Eldorado do Sul.

Eis, então, como Giana discorre sobre cada uma das faixas:

“You’ll See”
“É a música mais pulsante do EP e ao mesmo tempo a mais simples em termos de estrutura. Nós começamos a compor logo depois que lançamos o primeiro EP (N.E.: “Restart To Fail Again”, de 2010) e ela foi se transformando desde então. A letra fala de quando a gente tenta ser melhor (sem conseguir) e da frustração que isso gera. Na verdade esse é um dos temas, geralmente eu não consigo focar só em um assunto, acabo misturando tudo que sinto nas letras”.

“No One”
“A estrutura dessa música é uma loucura. Ela deve ter umas 500 partes diferentes. É um reflexo do porquê a Badhoneys demora tanto pra compor. Porque a gente tenta mostrar tudo que temos em uma música só. A letra fala de várias coisas, entre elas solidão, controle e fuga. Eu curti muito como o solo de microfonias foi captado, eu ouço e me emociono (risos). De certa forma esse solo transmite tudo que eu tentei falar no vocal, mas de forma mais eficiente e direta. É incrível como uma melodia curta pode falar mais do que uma letra inteira”.

“Deserve It”
“Essa música eu já tinha mostrado pro Rodrigo em num dos nossos ensaios caseiros, aqui na minha casa. E foi numa viagem que eu e o Stefano fizemos pra Ana Rech (interior de caxias do Sul, na serra gaúcha) que começamos a fazer os backing vocais que o Stefano faz. Na minha opinião, são a cereja do bolo. E a música tem uma parte que rola uma aceleração a la Superchunk… Ela é suave e ao mesmo tempo pesadona”.

“Motherf****”
“Fizemos essa música a partir de jams mesmo. Estamos criando cada vez mais assim. Antes eu fazia umas melodias e mostrava pro Rodrigo antes de irmos pro estúdio. Fica melhor porque tem mais a cara dos três. E essa música é raiva e amor. A letra tem uma certa conotação sensual (pra não dizer outra coisa) e acho que ela evidencia mais uma vez o que a gente procurou fazer nesse disco: misturar peso e melodia com imprevisibilidade. O final é bem aquoso e contrasta muito com o pesão da base”.

“Cry”
“Eu tenho um problema sério de hipersensibilidade. Eu SEMPRE choro, quase todos os dias. E isso por milhões de motivos, que vão desde filmes dramáticos até ver uma criança na rua pedindo dinheiro pra comprar pão. Acho que tem muitas pessoas assim por aí. Na real, isso me incomoda muito porque eu não consigo mudar. E parece que nunca vou conseguir. Essa música é sobre frustração de não conseguir superar isso (risos). Falando de melodia, o baixo de certa forma me ajuda a cantar, é um apoio pro vocal. A batera sempre tem um lance meio pulsante, que dá graça pra base super simples e pesada da guita. Nós costumamos brincar que essa é a nossa música AXÉgaizer (risos)”.

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Comentários

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Um comentário

  1. Bem que eu já tinha ouvido falar que a cena musical no sul era uma coisa meio swing. Legal ver mais um projeto com gente da Loomer! E muito bom, diga-se.

    E… não dá pra deixar de reparar que a Giana merece o troféu “Sua Linda” do shoegaze! haha

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