CUIDADO COM O MYCOBACTERIUM ABSCESSUS!

Essa é da série “Coisas Que Só Acontecem no Quarto Mundo”.

Se você ficar doente ou coisa que o valha e não tiver plano de saúde (que é “baratinho”), vai acabar num dos hospitais da rede pública, bancados pelos anuais 32 bilhões de reais que saem das contas de todos os brasileiros, via CPMF, provisória há 12 anos e por mais 15 anos, de acordo com projeto que está quase aprovado em Brasília. Esse dinheiro para a saúde de todo brasileiro, incluindo os que pagam plano de saúde, e que outros impostos já deveriam dar conta, acabou alimentando um bichinho matreiro que vive por aí, ninguém vê e que, se entrar no nosso sistema imunológico, é um perigo fatal. É o famoso Mycobacterium abscessus, uma bactéria que infestou 400 hospitais no Rio de Janeiro, atacou mais 200 pacientes em Goiás e outros 300 no Pará. Outros estados têm estatísticas mas a matéria do Globo não cita números.

O tal bichinho causa infecção e provoca lesões avermelhadas na pele, que se transformam em feridas. Nos pacientes com baixa imunidade, pode comprometer órgãos e levar à morte.

Aí, por mais que os “indies” não gostem de Chico Buarque, me lembrei de uma música apropriada para essa notícia. Num também apropriado chorinho dele e de Francis Hime, lá vai:

Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador,
Mando notícias nessa fita

Aqui na Terra estão jogando futebol,
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll
Uns dias chovem, outros dias bate sol
Mas o que eu quero lhe dizer
É que a coisa aqui tá preta.

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando, de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, e também sem a cachaça,
Ninguém segura esse rojão…

Meu caro amigo, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar,
A lhe contar as novidades:

Aqui na Terra estão jogando futebol,
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll
Uns dias chovem, outros dias bate sol
Mas o que eu quero lhe dizer
É que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar um ganha-pão
Que a gente vai cavando, só de birra, só sarro
E a gente vai fumando, e também sem o cigarro,
Ninguém segura esse rojão…

Meu caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito para fazer você ficar
A par de tudo o que se passa.

Aqui na Terra estão jogando futebol,
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll
Uns dias chovem, outros dias bate sol
Mas o que eu quero lhe dizer
É que a coisa aqui tá preta.

Muita careta pra engolir a transação
E a gente vai engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando, e também sem o carinho,
Ninguém segura esse rojão…

Meu caro amigo, eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco.

Aqui na Terra estão jogando futebol,
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll
Uns dias chovem, outros dias bate sol
Mas o que eu quero lhe dizer
É que a coisa aqui tá preta.

Tá falado?

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