JAPANDROIDS

O nome é um tanto ridículo, admito, mas a banda é bem boa. Barulhenta, guitarra e baterias, assim mesmo, no plural. Sujeira pura, pra ouvidos treinados e pacientes.

A banda começou como um trio, em 2006, na tranquilidade de Vancouver, Canadá, mas logo se resumiu ao duo David Prowse (baterias) e Brian King (guitarra). Lançaram dois EPs de cinco faixas cada, “All Lies” (2007) e “Lullaby Death Jams” (2008), com quase nenhuma aceitação, seja da crítica, seja do público.

Mas agora, em 2009, eles acabam de lançar o primeiro disco (tá certo, só com oito músicas, não muito diferente dos EPs anteriores), “Post-Nothing” (percebe-se que eles não são muito eficientes no quesito nomenclatura).

O petardo é como aqueles chutes do Éder (ok, que ainda lembro do Éder na Seleção, mas pode pensar no Roberto Carlos), que faz a bola estufar com goleiro e as redes. São músicas barulhentas até os intestino, mascarando um tanto a limitação criativa e musical da dupla. Não é ruim, entenda.

Quando se ouve “The Boys Are Leaving Town”, percebe-se que essa não é mais uma banda-dupla como tantas que existem por aí. A bateria começa se revirando, até a entrada gritada do vocal, repetindo o título da canção à exaustão. A um certo peso massacrante por trás. Melodias… esqueça. O recado do disco foi dado.

As músicas são longas e é preciso fôlego para entrar no mundo do Japandroids – uma boa aspirina pode ajudar, no final do percurso. Não são notas pra dançar (a não ser que você esteja em seu estado alterado de final de semana), muito menos para relaxar. São apenas para apreciar como algo… diferente.

Segue aí o serviço do disco:

1. The Boys Are Leaving Town
2. Young Hearts Spark Fire
3. Wet Hair
4. Rockers East Vancouver
5. Heart Sweats
6. Crazy Forever
7. Sovereignty
8. I Quit Girls

Para ouví-los sem dó, vá ao MySpace (http://www.myspace.com/japandroids). Há músicas dos três lançamentos, numa boa qualidade. Mas certifique-se que não há mais ninguém no recinto, pra não incomodar os ouvidos alheios.

Aqui vai um vídeo da música que achei a melhor do disco, porque parece demais com um Sonic Youth enlouquecido, misturado com alguma banda suja de metal. É “Heart Sweats”:

Limpe a cera do ouvido e mande bala.

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