LABIRINTO NO CCSP – COMO FOI

A banquinha de vendas dos produtos do Labirinto, na entrada da Sala Adoniran Barbosa, mostrava o motivo dessa apresentação: o Labirinto estava lançando seu disco “Anatema” em vinil de alta qualidade. A peça é belíssima na forma, com capa dupla e uma arte impecável – adjetivo que se estende até camisetas, botons e afins, num pacote completo -, e brilhante no conteúdo (leia aqui minha percepção do disco).

Na verdade, essa era a desculpa, porque o motivo principal era tocar, se apresentar ao vivo. Erick Cruxen, o compositor e guitarrista principal, deixou isso claro, ao final da apresentação, nos agradecimentos ao público: “adoramos fazer shows”. Não é pra menos. Um show do Labirinto é uma experiência sonora e tanto, tão forte e intensa quanto em disco – pra quem produz e pra quem ouve.

Emendando uma música na outra, com passagens sonoras e ruídos costurados com microfonias e breves pausas pra guitarras sutis e cordas macias, o Labirinto não dá tempo ao público nem mesmo de aplaudi-los. Porque não é pra isso. É pra hipnotizar.

A plateia se contrai, admirada. Olha os detalhes, procura descobrir como se produz aquele som cheio e fervoroso, em que a sutileza caminha lado a lado com a raiva de certas guitarras e a loucura da experimentação. Há breves segundos de “silêncio microfônico”. Bom é contemplar.

O Labirinto toca por uma hora. O público é recebimento por uma muralha de microfonia (infelizmente sobreposta pela estranheza: a voz dura da gravação das medidas de segurança do local, obrigatório por lei). Um a um, aos poucos, os integrantes vão entrando no palco ornado com serpentes de luzes. O som cresce. A apresentação se dá. Na outra ponta, no fim, de novo, um a um os integrantes vão deixando o palco, “pendurando” seus instrumentos. Só Erick fica, em meio a pedais e ruídos. Não é possível saber se o público está embasbacado. Ninguém olha pros lados. Deve estar, tem que estar.

Depois, ainda com um zunido nos ouvidos (o som já parou faz tempo, é só no seu ouvido), a banda volta, nove músicos, pra agradecer ao público e dizer que mês que vem tem mais, dia 8 de maio, no Espaço Serralharia, na Lapa, São Paulo. Um show de “despedida”, já que a Labirinto foi merecidamente selecionada pra tocar no festival North By Northeast (NxNE 2011), em Toronto, Canadá.

Uma experiência obrigatória em qualquer parte do mundo.

Veja aqui o vídeo exclusivo da Labirinto tocando “Huo Yao”:

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Comentários

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6 comentários

  1. Caralho, uma banda brazuca com um estilo musical desses? Vejo aí “Do Make Say Think”, “Explosions in the Sky”, EF… Com certeza irei no Serralheria, em Maio!

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