LÊ ALMEIDA NA CASA DO MANCHA – COMO FOI

Há tempos queria ver um show do Lê Almeida. O cara é uma referência (ou deveria ser tratado como) no indie nacional – e, na boa, o cara é indie mesmo, no sentido primário de ser independente, como músico e como “empresário” do seu selo, a Transfusão Noise Records.

Mas essa história eu conto mais pra frente, já que nesse sábado, dia 11 de junho, além de conseguir finalmente ver a ruidosa performance de sua banda ao vivo, ainda gravei uma entrevista com o Lê Almeida. Ele é uma figura singular e com a câmera desligada é um sujeito que conta boas histórias.

Fácil imaginar, então, que foi um dia memorável. Cheguei à Casa do Mancha por volta das cinco e meia da tarde. Na presença ilustre de Wallace Costa, vi já na passagem de som que a brincadeira iria render bons zunidos aos meus ouvidos. Não deu outra. Com certo atraso (de uns vinte minutos) e já com a casa cheia, por volta das oito e cinquenta da noite, o quarteto finalmente plugou as guitarras.

Uma banda de respeito, diga-se. Além de Lê, na guitarra e vocal, tinha Bigu Medine no baixo, João Casaes na outra guitarra (João é da ótima Fujimo) e Zozio Leão na bateria. Zozio, por sinal, quase não havia ensaiado com a banda pra tocar nesse show. Mesmo assim, parecia entrosado o suficiente pra se tornar um dos pontos altos da apresentação.

Foram 24 músicas (mais dois coveres não creditados e que estavam fora dos planos, necessários pra preencher o espaço de tempo que Casaes levou pra trocar uma corda de sua guitarra, e um encerramento com duas coveres do Pavement). Muitas delas curtíssimas, algumas com menos de um minuto, mas todas barulhentas o bastante pra fazer a plateia pular e sair felicíssima.

O show marcava o lançamento da coletânea “Coração Transfusionado” (falei dela aqui). Muitas das canções foram desse disco, mas o público também pôde saborear os maiores hits, se é que posso chamar assim, do cantor, como “Nunca Nunca” e “Canção Pro Beto Guedes”, além de uma cover acelerada da clássica “Run, Run”, dos cariocas do Second Come (do disco de 1993, “You”).

Foi surpreendente. Não que eu esperasse menos do que isso. Em disco, Lê Almeida, por vezes, baixa o volume da barulheira. O som é mais limpo (não é demérito, longe disso). Mas ao vivo, a chiadeira comeu solta – e alta, bem alta. A voz dele, não por opção, é certo, estava bem mais baixa e quase não se ouvia suas letras simples, de versos cotidianos. Entretanto, a plateia, por vezes, ajudou, cantando junto.

Talvez o set tenha sido longo demais – eis aqui o único senão. Porém, deve ser a idade, porque o público mesmo, esse não arredou o pé e não ouvi um “a” de reclamação. Quanto mais Lê Almeida, melhor. E, assim, deu pra tirar o atraso.

01. Transporpirações
02. Jamais Saberei dos UFOs
03. Canção Pro Beto Guedes
04. Espaçonavecida
05. Eles Estão Na Minha Rua
06. Procuro Um Sono
07. Micropontes
08. Má Bike Pt. 1 e Pt. 2
(troca de cordas)
09. Run, Run (Second Come cover)
10. Semi Hippie
11. Nunca Nunca
12. Bike Never Die
13. Jardim Da Tarde
14. Eu Não Vou Acreditar
15. Costa Oeste
16. Curso De Datilografia
17. Pé De Amoras
18. Nadar No Rio
19. Mestre
20. 22 Anos
21. Back To Noise
22. Sonho K
23. Amigo Comprimido
24. Por Favor Não Morra
25. Loretta Scars (Pavement Cover)

BIS
26. In Mouth A Desert (Pavement Cover)

Abaixo, alguns vídeos. Comece com “Transpopirações”:

“Canção Pro Beto Guedes”:

“Run, Run”, a cover do Second Come:

“Nunca Nunca”:

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