LEE RANALDO NO SESC POMPEIA – COMO FOI

A Lee Ranaldo & The Dust é Ranaldo mais Alan Licht, Steve Shelley e Tim Luntzel. Note, metade do Sonic Youth está aqui. Impossível não ficar empolgado, ainda mais na choperia do SESC Pompeia, um local sempre agradável pra ver qualquer show, e com o baixíssimo valor do ingresso, R$ 20,00 (a inteira, ou US$ 9,00 pela cotação do dia da apresentação).

Ingressos esgotados, noite não tão invernal em São Pulo, temperatura de uns 15ºC – lá dentro, mais, bem mais – sexta-feira, 19 de julho de 2013: melhor happy hour de encerramento de uma semana seria difícil.

Entretanto, mesmo a banda se mostrando nitidamente feliz em estar ali e já apresentando uma canção nova na abertura (“Ambulancer”, do disco novo, que será lançado ainda em 2013), a plateia que esperava pela insanidade do Sonic Youth – principalmente jovens que, talvez, nunca tenham visto um show do Sonic Youth – se decepcionou.

Se nas primeiras fileiras na frente do palco o público mostrava-se atento à apresentação, o mesmo não pode-se dizer de todo o resto. As famosas conversas laterais sobre qualquer coisa que não o show começaram e se fizeram altas o suficiente pra incomodar quem queria ver e ouvir o espetáculo. Culpa principalmente do som baixo que o SESC colocou pra Lee Ranaldo – algo aliás recorrente no local, que parece não discernir as necessidades de cada artista quanto a volume e intensidade.

Mas é culpa do repertório também, que não se esforça em agradar os fãs da antiga banda de Ranaldo e Shelley. Mas isso é um problema de expectativas. Eis que por mais que o protagonista tentasse empolgar os desgarrados, não conseguiu.

Das quinze canções executadas, oito são do disco mais recente, “Between The Times And The Tides”, de 2012, que de torto não tem nada; duas são converes; e quatro são novas, na reta final, “Last Night On Earth”, “Lecce” e “Keyhole” e a já citada “Ambulancer”. O Sonic Youth aparece apenas no encerramento, com “Genetic”, anunciada sem muita empolgação e recebida na mesma medida (a música apareceu no single “100%”, do “Dirty”, de 1992).

Foi um bom programa, apesar das frustrações pros velhos fãs do Sonic Youth. Pros jovens, o fato de estar frente a frente com Lee Ranaldo e o excelente Steve Shelley já era paga suficiente. De quebra, a plateia recebeu as boas canções “Between The Times And The Tides” e bastante simpatia (Ranaldo exaltou os protestos recentes no Brasil, comparando com o movimento Occupy – “vi a democracia em ação”, antes da melhor do dia, “Shouts”, com bons ruídos; e contou outras histórias, como a da moça que inspirou “Xtina As I Knew Her”).

Nesse primeiro show em São Paulo (ele voltaria ao mesmo palco no dia seguinte), Lee Ranaldo entregou o que vendeu. Quem se frustrou é porque achava que estava comprando outra coisa.

01. Ambulancer
02. Angles
03. Off The Wall
04. Xtina As I Knew Her
05. Tomorrow Never Comes
06. Hammer Blows
07. Shouts
08. Thank You For Sending Me An Angel (Talking Heads cover)
09. Fire Island (Phases)
10. Everybody’s Been Burned (The Byrds cover)
11. Last Night On Earth
12. Lecce

BIS
13. Waiting On A Dream
14. Keyhole
15. Genetic (Sonic Youth song)

Veja “Shouts”:

Vídeo por Alexanre Matias/Trabalho Sujo

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Comentários

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4 comentários

  1. uma raiva, ñ consegui ingresso pra porra do show!!!
    bom, pelo que vi, quem foi atras de SY ñ se deu muito bem, mas que foi atras de um artista contemporâneo atual, o show foi imperdivel!
    a msm coisa pro show do Thourton Moore, que assisti no cine joia e foi muito bacana tb!

  2. Mas as músicas do Lee sempre foram mais convencionais, mesmo no Sonic Youth… a própria Genetic nem parece deles de tão normal!
    Então, acho que os ‘mais velhos’ que esperavam mais SY num show do Lee Ranaldo se decepcionaram à toa…
    Só tenho elogios a fazer desse show, na verdade (deve ser porque fiquei lá na frente e não ouvi ninguém conversando – a coisa mais irritante do mundo hehe)

  3. Eu fui no sábado, e apesar de ser fã do Sonic Youth, eu realmente esperava ver o show do Lee e banda, era bem óbvio que ele iria tocar as músicas do seu álbum… E nada de decepção, o show foi excelente! E pelo menos teve opção de ser no sábado, bem diferente do que anda acontecendo com shows menores… Espero que voltem mais vezes!

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