NOISE WAVES #18: RINGO DEATHSTARR

Essa semana teremos entre nós e os texanos do Ringo Deathstarr. A banda tem um álbum soberbo no currículo, “Colour Trip”, que aliás foi considerado o álbum do ano passado aqui mesmo no Floga-se.

Alex, Elliot e Daniel, ou simplesmente Ringo Deathstarr, pros íntimos, vêm cativando uma legião de devotos nos quatro cantos dos mundos, do Japão ao Brasil. Ah, sim: os japoneses são tão fanáticos por Ringo Deathstarr que houve um lançamento especial no pais chamado “Sparkler”, contendo o primeiro EP, homônimo, e o single “In Love”/”Summertime” e duas músicas inéditas até então, somente incluídas nessa preciosidade.

Lembro da primeira vez que ouvi Ringo Deathstarr – porque, pra quem me conhece sabe que sou absolutamente fanático por “Psychocandy” e “Ins’t Anything”, respectivamente primeiros álbuns do Jesus & May Chain e do My Bloody Valentine – e quando me deparei com aquele epzinho, foi amor à primeira audição. No inicio, o RDS soava exatamente como um mix desses dois álbuns. Guitarras, vocais, as músicas que raramente passam de três minutos… Ou seja, estava tudo contido ali: o resgate de obras-primas máximas em um epzinho pequeno de uma banda com um nome esquisito e engraçado.

Passaram alguns meses e o RDS jogou no mercado “In Love”/”Summertime”. Daí, fodeu mais ainda: duas músicas pegajosas, que viraram hits em todos os bons e antenados inferninhos dignos – vide Dopamine, Blue Room, e derivados. Ou seja, o RDS cativou o submundo do submundo dos bons sons.

Veja o vídeo de “In Love”:

Eu e mais um grupo de xiitas e sedentos por música elegemos em conjunto o RDS como a banda da vez. Isso em nosso grupo extremamente fechado. Mas nem tanto, vai: somos até certo ponto abertos bons camaradas…

E veio, então, “Colour Trip”, o debute da banda, já pela novíssima casa dos bons sons, referência britânica de shoegaze, o selo Club AC30. O álbum virou hit máximo, e nosso grupo fechado de amigos tornou-se maior e maior… Veja, não somos um exército, mas somos um batalhão de extrema significância, e isso pode ser pior ainda em se tratando de xiitismo musical.

Ah, sim, antes disso, ou no meio de tudo isso, fiquei íntimo do RDS. Entrevistei Elliot e Alex no já, modéstia à parte, cultuado TBTCI, uma entrevista que antecipava algo maior, porque falamos de turnês, talvez shows em terras brasilis…

De 2011 para 2012, uma guinada completa aconteceu pra este que vos escreve e pra aquele grupo fechado de xiitas, porque ganhamos adeptos, e o batalhão, virou uma força especial focada nos bons sons. Precisávamos fazer algo a respeito de todos que ansiavam por boa e verdadeira música. Com isso, nosso batalhão uniu-se a outro e a outro mais e criamos um exército particular em ofensiva às ditantes regras existentes – e com a benção de J&MC e MBV, o nosso querido e cultuado Ringo Deathstarr apareceu novamente pra nós, dessa vez pedindo a ajuda dos fãs pra gravar seu segundo álbum, que aliás está prestes a sair (N.E.: chama-se “Mauve”, clique aqui e veja), e clamava por nossa intervenção.

O dinheiro pra produção do disco foi levantado com financiamento coletivo e um dos benefícios era um show internacional em qualquer lugar do mundo.

Esse exercito não pensou duas vezes, e este que vos escreve sendo um dos comandantes, sugeriu a todos do alto escalação: “senhores, chegou a hora, o RDS pede uma turnê, devemos encarar o desafio”. E todos os envolvidos disseram “sim!” de imediato.

A partir dai, meu querido leitor, deu no que deu: todos agora estão diante da possibilidade de ver ao vivo uma banda em pleno fervor criativo, uma banda que ao olhar para seus três integrantes sabemos que fazem música com alma, com coração, estão muito longe de serem mercenários.

Avalie bem, seus colegas de banda de bairro, quando tocam em outra cidade, não estão preocupados se dormirão em hotéis ou similares, eles querem se divertir, curtir e fazer música pelo simples fato de que a música é o que importa? O RDS é assim, como nossos amigos, o RDS é nosso amigo. Elliot, Alex e Daniel querem dar ao Brasil música verdadeira feita com dignidade e paixão, e nós, com nosso exercito apaixonado e xiita, queremos dar ao RDS tudo que damos uns aos outros: amizade, diversão, sexo, drogas e rock’n’roll, que o Texas seja São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, e que você que está precisando neste momento de algo mais, venha e se aliste em nosso exército, precisamos de pessoas como você.

Ah, me recordo que toda a inspiração desse momento veio de um cara que adoramos, Mr. Tom Lugo, a mente do Stellarscope e de inúmeros outros projetos. Veja só as premonições. Quando escrevi numa edição da Noise Waves sobre ele e sua banda, terminei o texto da seguinte forma: “então, se você, como eu, acredita em si próprio, vamos unir forças e viabilizar, nos inspirando em Tom Lugo. O que usualmente é apenas conversa de bar e bate-papo, dá pra tornar realidade os prazeres pessoais e, principalmente, acreditar no que acreditamos”

Vida longa ao Tom Lugo, vida longa ao Ringo Deathstarr e vida a longa a todos nós!

Ringo Deathstarr tocando “Two Girls” ao vivo no SXSW, dia 18 de março de 2011:

Renato Malizia é editor do blogue The Blog That Celebrates Itself.

Leia mais:

Comentários

comentários

8 comentários

  1. Eis me aqui engordando o exército xiita! Puta banda boa, que sonzeira! As influências de J&MC e MBV são nítidas já nos primeiros acordes. Aquele som que pede para o ouvinte fechar os olhos e simplesmente viajar no som! Belo texto como sempre. Musicalmente passional e sincero! Parabéns e obrigada mais uma vez, pois já perdi as contas rs, por me apresentar mais uma banda que de cara entra na minha lista de favoritas. Tu manja mesmo das coisas, chefe! abs

  2. Salve ae Danielle, pô, não tem jeito, o mundo é pequeno demais e as intenções tão fortes que tudo nos une.

    Aqui é o Rodrigo, vocal da The Cleaners..rsrsrs

    Foda d+, o negócio é esse, fazer acontecer e ir com tudo pra cima.

    Parabéns renato e ao exército, tenho certeza de que muita s coisas vão acontecer!

    Abraços

  3. E aeee Rodrigo,salve! Salvem as boas distorções, a boa música que nos une, cara! O lance é que quando o acorde bate na gente, os olhos fecham sem pensar.
    Renato, um prazer te conhecer! Só agora que notei que tu que esreveu. Conheço o Nando de um tempo já , graças ao flogase, porém estava meio away do site pela correria da vida, apesar de sempre aparecer por aqui. Nem tinha percebido que agora tem mais gente boa além dele escrevendo por aqui. Que grata surpresa, cara. Ele manja e tu manja também das coisas.
    abrações e nos vemos nos shows, nos bares!

  4. Obrigado por mencionar na revisão da turnê de ringo deathstar. Essa banda enorme e eu estou feliz em saber que eles se muito. Espero chegar a São Paulo tem um dia para compartilhar com todos vocês. Mantenha o bom trabalho meus irmãos!

  5. Então, voces fabricantes de emoções…Agradeço e os parabenizo pelo exercito, pela força sem armas, aqui afirmo que desde o inicio, pelos idos de 1992, eu sabia que faria parte de algo tão grande e brilhante…o amor é lindo…Obrigado.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.