OS DISCOS DA VIDA: SONORA COISA

O Sonora Coisa surgiu em 2010, como um quinteto. Conseguiu de alguma forma ainda tirar proveito do MySpace, a rede social de debilitada credibilidade, esquecida pela maioria, ao chamar atenção do produtor Mark Krammer (do Galaxie 500 e Butthole Surfers, entre outros) e fazer com que ele masterizasse o primeiro EP, homônimo, desses curitibanos.

Já em 2013, agora como um trio, o Sonora Coisa tem um novo EP pra ser lançado, “Lon G” (leia matéria aqui), igualmente em parceria com Krammer.

A aproximação com o produtor tem a ver principalmente pelas afinidades de preferências musicais, como se vê nesta edição de “Os Discos Da Vida”, com Rafael e Afonso Bührer e Maurício Freitas. Há uma coisa que os liga: a música, algo tão universal que derruba fronteiras e cria laços a milhares de quilômetros.

Uma coisa que a banda tenta jogar na sua arte. E que se iniciou assim.

Foto: Jenifer Lislaine Carvalho

RAFAEL CONRADO BUHRER (VOCAL E BAIXO)

Galaxie 500 – “Today” (1988)
Meu disco favorito. Sempre ouço, e sempre me diz muito. Gosto de todos os discos deles, mas esse é especial, leve e doce, e com letras arrebatadoras. Favorita é “Tugboat”.

Ouça “Tugboat”:

The Cigarettes – “Bingo” (1997)
A obra-prima do Marcelo, um dos meus discos favoritos, provavelmente é o meu favorito entre os nacionais. Meu companheiro de fim de relacionamento. Favorita é “Friendship”.

Ouça “Friendship”:

Fugazi – “Repeater” (1990)
Meu primeiro contato com o som do Fugazi. Amor à primeira vista. E começa com “Turnover”, só isso já torna o disco essencial, mas é paulada atrÁs de paulada. Minha favorita é “Blueprint”.

Ouça “Blueprint”:

The Jesus & Mary Chain – “Psychocandy” (1985)
A banda que mostrou pra gente como fazer. Noise e punk, esse foi o disco que comprei e meu pai disse “que merda é essa?”. Favorita é “Never Understand”, mas o disco inteiro é clássico!

Ouça “Never Understand”:

The Strokes – “Is This It?” (2001)
Não tenho como não colocar esse. Foi o primeiro disco que ganhei na vida, enchi o saco do meu pai pra me dar. A primeira banda a gente não esquece… Favorita é “Hard To Explain”.

Ouça “Hard To Explain”:



MAURÍCIO FREITAS (BATERIA)

Coletânea – “Revista 100% Skate – Hardcore Alternativo” (2001)
Tinha uns 12 anos e andava de skate. Comprei a revista e ela veio com um CD. A partir de então, quase que exclusivamente, só ouvi hardcore/punk até uns 17 anos.

coletanea-100skate

Ouça “Embedded Needs” (Garage Fuzz):

The Fall Of Troy – “Doppelgänger” (2005)
Divisor de águas… Não me lembro como foi a primeira impressão, mas não demorou a se tornar minha banda favorita. Me instigou a diversificar os estilos musicais e ir atrás do diferente e extraordinário na música, tanto na hora de ouvir quanto na hora de tocar.

Ouça: “Macaulay McCulkin”:

The Smiths – “Hatful Of Hollow” (1984)
Nenhuma banda me atinge no emocional tanto quanto esta… The Smiths me acompanhou desde muito novo. Ouvia direto os álbuns “Best… I” e “…Best II” no carro, enquanto meu pai dirigia. Voltei a ter interesse pela banda vendo um vídeo de skate (alguma coincidência bizarra, eu já nem andava mais nessa época). Reconheci que era The Smiths mas não conhecia a música. Pesquisei um pouco e descobri que aparecia no “Hatful Of Hollow”.

Ouça “Handsome Devil”:

VETO – “Crushing Digits” (2008)
Nessa posição dá empate entre esse do VETO e o homônimo do Crystal Castles. Joguei a moeda, caiu coroa e foi o do VETO. Se bobear, foi mais de um ano com esse dois como trilha sonora no carro do meu amigo, enquanto rodávamos a cidade atrás de balada.

Ouça “Unite”:

Caetano Veloso – “Transa” (1972)
Aqui, já com 23 anos. Devia ser um domingo à tarde, quando uma pessoa muito especial colocou o álbum pra tocar e ficamos ouvindo. A única coisa que consegui pensar na hora foi: “porra, como que nunca tinha ouvido isso antes?”. Todas as vezes seguintes, a única coisa em que consegui pensar foi nela (atualmente, minha namorada).

Ouça “It’s A Long Way”:



AFONSO BUHRER (VOCAL E GUITARRA)

Pedro The Lion – “Control” (2002)
Conheci esse álbum por volta de 2005, 2006, apresentando também o trabalho do Pedro The Lion, uma das bandas que mais gosto até hoje. O disco é recheado de um sentimento amargo de perda e desgaste, ao mesmo tempo que olhando diretamente pra esperança.

Ouça “Magazine”:

Pavement – “Crooked Rain Crooked Rain” (1994)
Divisor de águas o Pavement me mostrou muito sobre como se deve tratar uma boa composição, Malkamus é gênio de marca maior. Escolhi o “Crooked Rain…” por ser na minha opinião o melhor conjunto de musicas em um único álbum deles, do contrário citaria “Grounded”, do “Wowee Zooe”.

Ouça “Silent Kit”:

Elliot Smith – “Either/Or” (1997)
Sem dúvida, a obra-prima de Elliott Smith. Tenho um apreço imenso, o tendo como compositor favorito. O clima do álbum é tenso do começo ao fim. Sem dúvida, a melhor trilha sonora pra uma fossa daquelas.

Ouça “Alameda”:

Arms And Sleepers – “Matador” (2009)
Essa banda me acompanha já faz um tempo relativo. Me causa uma reação nostálgica imediata, e “Matador” tem seus melhores tunes, melancolia em estado bruto pra um dia chuvoso.

Ouça “Kino”:

Wry – “Flames In The Head” (2005)
O wry foi uma das melhores descobertas nacionais pra mim. Um dos grandes incentivos pra ter uma banda. Mantivemos (eu e o Rafael) contato com os caras ainda quando eles estavam na Inglaterra. Eles mandaram alguns álbums deles pra gente e vários flyers de shows de lá. Portanto, o Wry tem culpa de estarmos fazendo som.

Ouça “In The Hell Of My Head”:

Na edição anterior, “Os Discos da Vida: José Norberto Flesch”.

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