(QUASE) RECUPERADO

Uma semana depois de uma batelada de shows e do excepcional REM, talvez o melhor do ano, enfrentei um período de trabalho escravo, caí de cama numa gripe arrasadora (que ainda persiste) e finalmente consegui escrever, algo que meus parcos leitores nem devem ter sentido falta.

Os assuntos são muitos, então lá vai:

SÍNDROME DE ASPERGER

O The Vines cancelou seus shows no oriente (Austrália e afins) por causa dessa doença que acometeu o vocalista Craig Nichols. O caso é grave e pouco freqüente. O cidadão está com essa síndrome e o quadro evoluiu a ponto de terem de tomar essa atitude drástica.

A Síndrome de Asperger é mais comum no sexo masculino e é uma forma de autismo que se difere por não apresentar nenhum atraso ou retardo mental. Ao contrário, o indivíduo se desenvolve naturalmente, se sociabiliza e até pode “passar desapercebido”. O portador, porém, apresenta dificuldade de interação social, falta de empatia, leva tudo ao pé da letra, causando confusões de interpretação e conseqüente desconforto, é agressivo, tem dificuldades com mudanças no dia-a-dia, entre outras coisas. Não é bolinho.

Dizem que gente graúda sofria disso, como Einstein, Michelângelo, Isaac Newton, Mozart e uma outra cambada das boas. Mas a esses oitocentas outras doenças são diagnosticadas e imaginadas.

O som do The Vines não é lá grande coisa, mas essas doenças mostram que os inalcançáveis astros do rock são gente como a gente.

MAIS SHOWS

Meu corpo sabe que o “pior” já passou, mas que ainda tem maratona pra enfrentar. Nessa sexta-feira, estarei no Via Funchal para ver o Duran Duran, em lançamento do novo disco “Red Carpet Massacre”, nem tão bom assim. Mas uma banda que tem no currículo “Rio”, “Hungry Like A Wolf”, “A View To A Kill”, “”Is There Something I Should Know?”, “The Reflex”, “Come Undone” e outras não dá para ser desprezada, mesmo que tenha surgido de uma forma meio pasteurizada.

Sim, Simon Le Bon é o herói das menininhas e dos baitolas… E daí?

Sem preconceitos, apesar da frase acima, vumbora.

E MAIS SHOWS

Ainda no final de semana, tem a perna paulista do Goiânia Noise Festival, chamado, claro, de SP Noise Festival. É o autointitulado “maior festival de música independente do Brasil”. Não estão pra brincadeira: tem Vaselines e Black Lips. Ambos tocam na sexta-feira em Goiânia e no sábado em São Paulo.

Mas não tem só os dois. É uma cacetada de banda nacional (incluindo o intragável Marcelo Camelo, mas ninguém pode ser perfeito). Confira a programação completa, clicando aqui.

O preço é bem bacana: no máximo 80 dinheiros.

Não perco.

O ÚLTIMO CD

Dizem que CD é coisa do passado. E é mesmo. Mesmo assim, fui à FNAC e comprei o novo do Oasis, “Dig Out Your Soul”. Sei lá o motivo. Só queria ter o CD. Tenho todos do Oasis e resolvi comprar esse também. Deve ser esse, então, o motivo.

Mas também porque é um belo CD. Belíssimo. Bem melhor do que os dois últimos. Não dá para parar de ouvir. Mas isso eu já sabia há pelos menos três meses, quando todas as músicas vieram parar no meu iPod. Então, se ainda há um motivo para alguém comprar um CD, talvez seja apenas por isso: item de colecionador.

Há alguns pouquíssimos anos, lá pelos idos de 2006, eu comprava uma média de cinco CDs por mês. Vasculhava sebos, vivia nas grandes lojas, como Saraiva, FNAC, entrando no Submarino… Hoje, isso não faz mais sentido. Comprei este ano, além do Oasis, o último do REM, pelo mesmo motivo. Dois CDs o ano inteiro. Talvez os últimos dois.

Em compensação, pago o que for para ir ao show das bandas que gosto. Não seria uma compensação boa para os músicos? Garanto que ninguém morre de fome com o que ganham de cachê, ainda mais vindo para a América do Sul, normalmente a peso de ouro.

Se por um acaso “Dig Out Your Soul” tiver sido o último CD que comprei na vida, terá sido um grande CD. Só por curiosidade, o primeiro que comprei, lá em 1992, foi “Meantime”, do Helmet. Devo ter uns seicentos hoje, todos cabendo no meu iPod, mais os que achei pela Net, ainda sobrando espaço.

Realmente, a tecnologia é uma benção.

RETIFICAÇÃO

Algum idiota (eu) disse que o guitarrista que tocou com o REM no Brasil era o pai de Peter Buck. Não, não é. Fui bastante mal informado e, sem checar, acreditei. Tudo bem, tudo bem, perdão.

Leia mais:

Comentários

comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.