RESENHA: JEFF WITSCHER – APPROXIMATELY 1,000 BEERS

Ao longo da primeira metade, as entradas das colagens sonoras passam como divagações observadas a partir de pronúncias de reconhecimento complicado pra quem não está acostumado aos dialetos.

Os narradores surgem com vozes distorcidas, contam algo sobre alguma base country meio mal feita e somem. Em cenas fragmentadas, as histórias são invocadas e causam mais estranheza do que a base instrumental esboçara – a bizarrice é alavancada.

Ele encontra fragmentos e modula-os como se estivesse esquartejando. Neste ponto, “Approximately 1,000 Beers” subverte as próprias bases quando se evidencia como narrativa cujas interferências são sinceramente abertas. Agora, o disco já constrói um universo próprio (como diversos locais interioranos) com um vocabulário especulativo que referencia sua própria desordem temporal.

Por um lado, isso é capaz de obrigar o ouvinte a abandonar as medidas que ele mesmo impõe a uma suposta forma de ouvir música, e por outro lado a subjetividade das vozes no disco alongam o próprio efeito pelo fato de serem clara e descaradamente manipuladas.

Fazendo música em um fluxo que retarda a ordem que a linguagem pode compreender como entretenimento é que Jeff Witscher evoca narradores de um mundo completamente avesso ao capitalizado pra, a partir daí, delinear o absurdo do real enquanto algo controlado ou assimilável.

01. I Dare You
02. Math Calculation
03. Talking Crazy
04. I Could Go On Forever
05. You Gave Me The Keys
06. Nice Sunny Day
07. 1,000 Beers
08. Autobiography
09. Another Day
10. There Was No Prior Knowledge (Let Me Hear What I’m Saying)

NOTA: 8,5
Lançamento: 30 de junho de 2018
Duração: 17 minutos e 06 segundos
Selo: Salon
Produção: Jeff Witscher

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