RIO DE JANEIRO – 446 ANOS – UMA HOMENAGEM RUDIMENTAR

Não, não vou fazer isso todo ano, porque não faz o menor sentido, até porque o Rio de Janeiro mereceria essa homenagem, mesmo que rudimentar, todos os dias e não só em datas comemorativas especiais. É uma cidade que merece todas as reverências.

Minha homenagem vem de bandas que se curvaram à cidade, com músicas relevantes que, infelizmente, pouca gente mais nova viu ou conhece ou se lembra de ter passado por essa vida. Nomes como Black Future (lembre aqui, nesse post que escrevi tempos e tempos atrás), Picassos Falsos e por aí vai.

“Aquele Abraço” ou “Cidade Maravilhosa” são hinos clássicos, fáceis, basicões. Mas você lembra desse poema que a Velha Guarda da Portela compôs (“Linda Guanabara”)?

Mas o Rio de Janeiro não mereceu só poemas reverenciais. O Picassos Falsos, carioquíssimos, fez “Rio de Janeiro” (num clipe raro, aqui embaixo), sobre um tema bastante atual e recorrente, as chuvas; além de “Supecarioca”, ambos do segundo disco, “Supercarioca”, de 1988.

O Black Future, “maldito” até o fim, fez um hino que pode ser definitivo, não só para época, embora a letra use termos que pouca gente vai entender (como Brizolão). “Eu Sou O Rio” é de 1988:

O Planet Hemp não mediu críticas à violência do Rio (“Rio de Janeiro, cidade hardcore”), com “Zerovinteum”, de “Os Cães Ladram Mas A Caravana Não Pára”, de 1997. E foi disco de ouro:

Já o Paralamas do Sucesso resolveu homenagear o povo, o carioca-base, aquele que não aparece nas novelas globais (nem no “Fantástico”), que faz a cidade. Eles foram às balsas Rio-Niterói, na Praça XV, pra filmar o clipe de “A Novidade”, do clássico “Selvagem?”, de 1986. De arrepiar ainda hoje:

Esse é o carioca que tem orgulho principalmente das belezas naturais, como as cantadas por Tim Maia na (batida?) “Do Leme Ao Pontal”. Não há nada igual. Gênio. Aqui, no programa “Ensaio”, da TV Cultura, em 1992:

A esse Rio todo soma-se o Rio dos botecos pés-sujos maravilhosos e sua baixa gastronomia essencial, o carnaval e seus blocos de rua e de avenida; o turista, o calor e as mulheres; Vila Isabel, Santa Teresa, a Lapa e as praias; os cinemas e sua história; a Lagoa Rodrigo de Freitas, os túneis e o Maracanã; a Barra, os voos de asa delta, a Rocinha, Cartola, João do Rio e Paulo da Portela; o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Urca; a Baía de Guanabara e um tanto mais. Não cabe em um post inocente desses.

Nem cabe numa só visita. Vá ao Rio 446 vezes, um pra cada ano de vida da cidade. Tente descobri-la. Tente cantá-la em seu coração. Em sua memória.

Como o Salgueiro fez, em 2008, num bonito samba em homenagem à cidade, em “O Rio de Janeiro Continua Sendo…”. Ficou em segundo lugar no desfile (“Eu sou o Rei da Boemia/Carioca, sou da Lapa, Patrimônio cultural/E me banhei de alegria, tiro onda, dou meu jeito/Minha Vida é um carnaval”):

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