SOBRE A MÁQUINA – AREIA

Um trabalho de artesão. Cadu Tenório, Emygdio Costa e Ricardo Gameiro fizeram “Areia”, seu segundo disco, nota a nota, com paciência, com determinação, mas não sem sofrimento, sem sufoco, suor e lágrimas. É coisa de banda independente.

“Foi bem dificil trabalhar no disco, tanto por conta de tempo quanto por limitações, foi dificil chegar aos mixes finais, afinal somos uma banda independente e acho que a qualidade que chegamos com o disco é incrível”, diz Cadu Tenório, em entrevista exclusiva pro Floga-se.

“Em termos de mixagem e masterização, o Emygdio (também produtor do disco) está sempre mixando, estudando, mas o Sobre A Máquina tem uma coisa meio megalomaníaca de lidar com muitos e muitos canais, muita ambiência, meticulosidade de timbre, conflitos de frequência. Foi muito dificil e em certos momentos, o Emygdio chegou a achar que não conseguiria mixar algumas faixas, mas no fim das contas deu tudo certo. Como trabalhamos sempre com muitos detalhes e muita coisa junta em cada faixa, as coisas tendem a ficar complexas, mas o resultado final me deixou muito satisfeito”, completa Cadu.

“Areia” foi construído aos poucos e você pôde acompanhar o processo em partes aqui no blogue. Primeiro e com antecipação, a divulgação de “Barca”, o single inicial. Depois, com a matéria especial sobre a capa do disco, feita por Thiago Modesto.

Nessa quarta-feira dia 20 de julho, enfim, chegou a hora do projeto ganhar vida. O disco sai via Sinewave, uma parceria que vem do trabalho anterior, “Decompor”, de 2010. O download será gratuito, como foi no primeiro.

“Espero que (o disco) chegue em muitos ouvidos e que os que se identificam e apreciam nosso som vistam a camisa, porque as palavras e o apoio de cada pessoa que ouve acabam sendo nosso ganho real nisso tudo. No mais, estamos muito felizes e satisfeitos com nosso trabalho, e creio que isso seja o principal. Que espalhem o ‘Areia’ por aí”, pede Cadu, sempre adepto à livre disseminação da música.

“Areia”, porém, não é um disco igual ao “Decompor”. É semelhante. É Sobre A Máquina. No começo do processo, Cadu Tenório achou até que seria algo “bem pop”, obviamente dentro dos padrões do trio. Uma das diferenças que o ouvinte poderá perceber está na inclusão do sax tenor do russo Alexander Zhemchuzhnikov, nas faixas “Foz” e “Garça”.

Cadu conta como foi essa parceria: “conheci o Alex pelo MySpace solo dele, que tem algumas faixas gravadas de apresentações dele improvisando no Plano B, reduto da música experimental carioca. (…) Os lances dele são incríveis, fiquei impressionado, já havia a idéia de gravar sax nas músicas em que ele gravou (…). Daí, quando conheci o Alex, trocamos uma idéia via Internet, mandei o Sobre A Máquina e ele disse que poderia acrescentar ao nosso som, marcamos um encontro e foi incrível, rolou com muita naturalidade. Ele tem alguns projetos bem interessantes e já tocou com um pessoal de peso por aqui, é um dos organizadores do Quintavant junto da galera do Chinese Cookie Poets. O russo toca saxofone que nem um louco!”.

A inclusão do sax é mais uma amostra de que o Sobre A Máquina sempre está em busca de novos elementos pra sua já complexa música e, segundo Cadu, nesse caso, “o sax foi muito enriquecedor, pois salientou influências jazzisticas que gostaríamos de evidenciar”.

Pra lançar o disco, a banda fará uma apresentação especial, com vários convidados e participação afetiva do Dorgas, cujo baixista Cassius Augusto volta e meia se apresenta com o Sobre A Máquina. É só anotar na agenda: dia 29 de julho, no Audio Rebel, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Ouça na íntegra:

Eis o serviço do disco:

1. Língua Negra
2. Barca
3. Foz
4. Garça

Pra baixar o disco de graça, vá direto ao site da Sinewave, clicando aqui.

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Comentários

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14 comentários

  1. […] Agora, no dia 21/07 mais uma vez pela Sinewave e também com ilustração de Thiago Modesto (responsável pela arte do primeiro CD), o Sobre a Máquina até tentou investir em um som mais aproximado do poppossível para um grupo como o SAM, mas não teve muito jeito: o resultado final, mesmo mais acessível, continua sendo um desafio para os ouvintes mais acostumados ao que ouvem no rádio e um deleite para aqueles que buscam na música uma experiência sensorial a mais. “O Sobre A Máquina não está aí pra agradar pura e simplesmente. É uma música pra contemplar”, sábiamente afirmou Fernando Lopes do Rock n Beats. Um trabalho de artesão, como definiu Fernando Augusto Lopes, do Floga-se. […]

  2. Por favor, onde posso encontrar o cd “físico”, gostaria de comprá-lo, moro em Contagem perto de Belo Horizonte.

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