SONIC BOOM – ALL THINGS BEING EQUAL

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Depois de trinta anos, finalmente Sonic Boom (também conhecido como Peter Kember) lança um novo disco. “All Things Being Equal” chega ao mercado dia 5 de junho de 2020, pelas mãos da Carpack Records, sucedendo o único disco até aqui, de 1990, “Spectrum” (saiba mais aqui).

Kember não esteve parado durante esse tempo. Longe disso. Ele chegou a lançar singles e EPs como Sonic Boom – o mais recente é de 2000, “The Sundowner”, com John Massoni; discos como Spectrum, o mais recente sendo o ótimo “A Lake Of Teardrops”, de 1997, com o Silver Apples, além do EP “War Sucks”, de 2009; e como E.A.R. (Experimental Audio Research), sendo “Worn To A Shadow”, de 2005, o álbum mais recente.

Mas mais importante do que isso foi o trabalho como produtor. Durante esse tempo, acumulou produções (e como músico participante) pra nomes como Beach House, No Joy, Moon Duo, Panda Bear, Cheval Sombre, MGMT, Britta Phillips And Dean Wareham e muitos outros.

Há, inclusive, aqui participações especiais de Panda Bear (vocais de apoio em “Just A Little Piece Of Me”) e Britta Phillips (baixo em “I Feel A Change Coming On”).

Seu trabalho mais conhecido, entretanto, ainda é como o membro-fundador da irretocável Spacemen 3.

“Kember é atraído pela potência numerológica do ano”, diz o texto de apresentação, “e essa intencionalidade brilha em todos os cantos do ‘All Things Being Igual’. É um registro matemático e meditativo, preocupado com a interconectividade da memória, espaço, consumismo, consciência – tudo. Por meio de histórias regenerativas contadas de trás e pra frente, Kember explora dicotomias zen e temíveis, reverentes ao seu kit de ferramentas analógicas e protetor das plantas e árvores que sustentam nossas vidas”.

O segundo disco demorou a chegar. Mas Kember não tem na pressa, definitivamente, sua maior guia. Ele se inspira em trabalhos: “os esboços originais de padrões eletrônicos, sequenciados a partir de sintetizadores modulares, eram tão atraentes que Tim Gane, do Stereolab, incentivou Kember a liberá-los instrumentalmente. ‘Eu quase consegui’, confessa Kember, ‘mas a vibração neles era tão forte que eu não pude resistir a tentar parar tudo'”.

E a mudança pra Portugal ajudou a colocar as ideias em rumos cristalinos. “Três anos depois, uma mudança para Portugal o viu tirando o pó de alguns trabalhos, acrescentando vocais inspirados por Sam Cooke, The Sandpipers e Everly Brothers (que ele admite ‘não vão muito longe da pilha de toca-discos’), além de segmentos especulativos e sinistros de palavras faladas. Os novos parques e jardins de Sintra, em sua nova casa, forneceram um contexto visual diferente pras observações ponderadas de Kember, e ele incorporou tematicamente o sol e a natureza, além de protestos globais nas dez trilhas resultantes. ‘Música feita com esterilidade parece estéril’, diz ele, ‘e essa é a minha ideia do inferno'”.

Em Portugal, ele tá bem cercado de bandas locais que ecoam sua sonoridade. Ghost Hunt, Dreamweapon e 10.000 Russos colocam os nossos colonizadores como um dos países com bandas mais interessantes nessa seara.

O primeiro corte apresentado é da faixa de abertura, “Just Imagine”, exuberante como se as três décadas não tivessem passado. O clipe oficial, dirigido por Nuno Jardim, está aqui, mas é uma versão mais curta. Mais abaixo, no quadro do Bandcamp, tem a versão longa, de quase oito minutos e que vale a pena ouvir:

As dez faixas foram escritas, executadas e produzidas pelo próprio Sonic Boom. As gravações aconteceram em Sintra, Portugal.

01. Just Imagine
02. Just A Little Piece Of Me
03. Things Like This (A Little Bit Deeper) (clique aqui pra ver o vídeo)
04. Spinning Coins And Wishing On Clovers
05. My Echo, My Shadow And Me
06. On A Summer’s Day
07. The Way That You Live (clique aqui pra ver o vídeo)
08. Tawkin Tekno (clique aqui pra ver o vídeo)
09. I Can See Light Bend
10. I Feel A Change Coming On

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