WILD BELLE NO CINE JOIA – COMO FOI

Joss Stone, Amy Winehouse, até mesmo Taylor Swift. A loiraça Natalie Bergman foi comparada com todas elas, mas nem precisava. Ela tem presença suficiente pra ser Natalie Bergman. E que presença!

Uma voz poderosa, uma beleza extasiante, com seu corpo esguio, cabelos brilhantes, uma presença de palco tímida (que não se equipara à sua beleza), e uma simpatia contagiante fazem de Natalie o principal (e prazeroso) motivo pra se aturar o Wild Belle.

O caso é que nessa quinta-feira, dia 25 de abril de 2013, o Cine Joia não estava vistoso exatamente pro Wild Belle. O bom público que compareceu à casa o fez por conta de outra protagonista: a Deezer, uma das mais completas e conhecidas plataforma de streaming do mundo, que acaba de fincar raízes no Brasil, convidou blogueiros, jornalistas, “celebridades” do mundo virtual, fotógrafos e afins pro pontapé inicial e oficial da sua atividade no país.

Bebida de graça sempre é um atrativo maior do que qualquer banda, infelizmente, em terras nossas. Pior pro Wild Belle e pra Gangue do Eletro, que tocaria depois dos estadunidenses.

No que consta à Deezer, o evento foi correto (o maior atrativo, além das bandas, era a possibilidade de você poder escolher as músicas pra DJ tocar, numa boa ação prática pros presentes navegarem pelo conteúdo da plataforma), incluindo a hora do show: o Wild Belle subiu ao palco a tempo terminar seu show antes do fechamento do metrô. Não que num evento como esse tal preocupação fosse necessária, mas é um bom exemplo pro próprio Cine Joia seguir daqui pra frente, uma prática que a casa sempre se deu a ignorar.

Nas paredes do local, a famosa projeção do Cine Joia jogava as capas dos discos disponíveis pra audição na Deezer. Tudo eficiente. Ok. Nada de muito criativo.


A escolha do Wild Belle pro show de apresentação da Deezer segue a mesma linha: ok, nada de muito criativo – como a música da banda, um skazinho, um reggaezinho-indiezinho chumbrega, mas bastante agradável pra música de fundo. É como música de elevador, sabe? Ou seja, é um “indie-musak”.

O Wild Belle acaba de lançar seu primeiro disco, “Isles”, em março de 2013. É uma banda nova em folha, como a Deezer Brasil. Faz sentido. A torcida é pra que as semelhanças parem por aí, porque a banda é raquítica musicalmente, embora a mistura de jazz, reggae, indie e pop seja interessante. Ao vivo, falta corpo, volume, consistência. E as pessoas quase não perceberam que havia uma banda em cima do palco. As músicas terminavam e ninguém sequer aplaudia. Era musak mesmo.

O diacho é que Natalie Bergman está ali em cima do palco e é impossível deixar de olhar pra aquele mulherão e se encantar com seu vozeirão, mesmo que a música e as pessoas ao seu redor não lhe prestem a devida atenção.

O irmão dela, Elliot Bergman, estava visivelmente irritado em algumas passagens, com o zumzumzum da plateia. Possivelmente tal percepção tem a ver com sua postura blasé. Mas algumas pessoas, uns poucos fãs à frente do palco, estavam realmente curtindo a apresentação. Era pouco.

O ponto alto, se é que pode-se chamar assim, foi com “Keep You”, a canção mais conhecida. Entretanto, nenhum coro, nenhuma ovação, nenhuma euforia foi ouvida. A banda terminou sua apresentação com poucos aplausos e se retirou. Ninguém pediu bis, o palco ficou montado por alguns minutos. Nenhuma manifestação. A DJ preencheu o vazio e pôs fim de vez na primeira passagem do Wild Belle pelo Brasil.

Esperemos que a Deezer dure muito mais e tenha mais sucesso entre seu público. A festa, afinal, era da empresa.

Fotos: Kaue Lima (Discophenia)

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