LOLLAPALOOZA BRASIL 2012 – COMO FOI

O caso do Floga-se com a primeira edição do Lollapalooza foi curiosa. Mistura “atitude punk”, sorte, má sorte e reverência.

Começou com a ideia que tivemos: “vai todo mundo falar bem, vamos fazer diferente, vamos lá pra falar mal e que se dane”. Tanto que na solicitação de credencial pra imprensa falamos exatamente isso. Nos negaram, claro. Ninguém tem esse trabalho todo pra ficar dando espaço pra quem declara querer descer o sarrafo.

Mas isso era só pro-forma. Porque um dos nossos mais assíduos leitores e colaborador bissexto, Carlos Perrella, já tinha ingresso pra domingo. O animal queria ver o Arctic Monkeys (“e só”), pra comparar com a apresentação de 2007, no TIM Festival (show que vi e achei meia-boquíssima) e uma outra que ele viu na gringolândia.

Mas aí veio a sorte. Uma merda que aconteceu na sexta-feira acabou me rendendo um par de ingressos pro show de sábado. Não iria nem por decreto-lei e anunciei isso no Twitter. Em cinco minutos, setenta abutres que nunca sequer falaram comigo vieram pedir o ingresso. Foi pro Parrella, claro, pra ele terminar o trabalho sujo que faria. Até porque no sábado a desgraçada de uma inflamação na garganta me pegou de jeito.

No final das contas, a única “instrução” que dei ao escravo foi: perceba tudo o que dá errado no festival. Tudo, não deixe passar nada – porque de elogios, a Internet vai estar lotada.

Você verá no texto abaixo, porém, que por mais que ele tenha se esforçado, não foi possível falar mal de muita coisa. Essa é, portanto, uma resenha honesta.

O FESTIVAL DE UMA GERAÇÃO
Por Carlos Parrrella
(os créditos das fotos estão no final do texto)

Tentei seguir a instrução da chefia à risca. Bora falar mal dessa bagaça. Na entrada, porém, a ideia começou a ruir. A entrada foi tão fácil e sem frescuras que não deu nem graça.

Pra comprar umas cervejas, dei sorte. Como cheguei cedo e havia pouca gente no Jockey Club. Não peguei as insanas e desrespeitosas filas que se formaram depois e que duraram o dia todo.

Cheguei cedo porque queria ver o Marcelo Nova e seu rockão das antigas. Showzaço. O calor tava arrebentando o coco, mas deu pra aguentar e pular de boa ao som de “Hoje”, “Simca Cachambord” e no final bem bacana com “Eu Não Matei Joana D’Arc”. Valeu.

Não vou falar que o som tava ruim, porque todo som, de todo palco e tenda, tava ruim no sábado. De todo show. Horroroso. No Palco Butantã, então, ele vazava da tenda eletrônica ao lado. Nem vou falar da organização. Como a chefia observou bem, evento bem organizado é obrigação, nada mais do que a obrigação. Mas acho que as 75 mil pessoas que foram ao festival sábado não acharam nada organizado, com aquelas filas intermináveis pra tudo: pra se identificar como maior de dezoito anos, pra comprar ficha, pra pegar bebida e comida, pra ir ao banheiro.

Sem contar a má educação e falta de conhecimento dos “atendentes” do festival. Aquele uniforme podia vir com a inscrição “posso atrapalhar?” ou “posso tirar uma com sua cara, otário?”.

Será que os organizadores de festival no Brasil NUNCA aprendem a tratar o público de uma forma diferente com que tratam o gado em suas fazendas?

CAGE THE ELEPHANT

O Cage The Elephant era meio uma incógnita pra mim. Achava legal o pouco que eu havia ouvido. Mas aqui gostei bastante. Baita show pra suar a camisa, pular que nem louco e se jogar num mosh. Em “2024”, o vocalista maluco Matthew Shultz fez exatamente isso, satisfeitíssimo. Mas perdeu a carteira, o mané. Quem sobe ao palco com a carteira?

Foram quase 50 minutos de porrada, sem descanso, sem firulinhas ou encheção de saco. Mas podia ser menos. Quer dizer, se você é adolescente, ótimo, tá na medida. Eu já tava cansado em “Lotus” ou “Around My Head”, não lembro direito – e era só o segundo show do dia, maldição!

A banda mostrou o melhor dos dois discos já lançados: “Cage The Elephant”, de 2008; e o aclamado pela crítica “Thank You, Happy Birthday”, de 2011. Esse último era o que mais a plateia conhecia e cantava junto (principalmente a chorosa “Shake Me Down”). No final, mais uma vez Shultz se mandou pros braços do povo. Quase lhe arrancaram os braços e pernas. Povo satisfeitíssimo, que não parou um minuto.

Com razão. Show adolescente maiúsculo. Era moleque catando pra moleque. Isso é um elogio, chefe, foi mal.

01. In One Ear
02. 2024
03. Aberdeen
04. Tiny Little Robots
05. Lotus
06. Around My Head
07. Japanese Buffalo
08. Back Against The Wall
09. Flow
10. Indy Kidz
11. Sell Yourself
12. Ain’t No Rest For The Wicked
13. Shake Me Down
14. Sabertooth Tiger

Veja o show na íntegra:

BAND OF HORSES

Depois do Cage, fui dar um rolê. Tinha mais ou menos uma hora até o Band Of Horses, que era a banda de sábado que o chefe queria que eu visse de qualquer jeito. Estava lamentando, porque eu mesmo queria ver era a Peaches. Merda, não deu. Ela ficou espremida lá no Palco Ferry, entre o Band Of Horses (Butantã) e o TV On The Radio (Cidade Jardim).

Eu gosto do Band Of Horses. Aliás, vou dizer direito: eu até gosto do Band Of Horses. Acho uma banda frutinha demais, aqueles sulistas norte-americanos chorosos (ou montanheiros), com voz esganiçada, que nos empapuçam desde antes da Guerra Civil deles.

Em disco, o Band Of Horses é legal. Foram três até aqui: “Everything All The Time”, de 2006, pra mim, o melhor; “Cease To Begin”, de 2007, o pior; e o bom-pela-metade, de 2010, “Infinite Arms”. Surpreendentemente, a plateia até conhecia algumas canções e cantou junto – mas é a mesma plateia que insistia na piadinha (pronta, é verdade) sobre o fato do “band of horses tocar no Jockey Club”…

Já na abertura, com a bela “For Annabelle”, notou-se um sentimento geral de que aquilo não se encaixava ali. A escolha das canções, que normalmente já são tocadas com o pé no freio, não ajudou muito. Logo deu pra ver que era a hora de dar uma banda por aí, enfrentar as filas, conversar um pouco.

Mas não porque o grupo é ruim. Ben Bridwell e companhia só não estavam tocando pro público certo. Aquele povo que suou com o Cage The Elephant e que estava babando por Foo Fighters talvez não tivesse muita paciência (mas algumas músicas levantaram o povo, como “The First Song”, a épica “Is There A Ghost”, a celebração com “Weed Party”, e a dançante “Laredo”, algumas das mais conhecidas).

Fechar com “The Funeral” foi perfeito. Mas o ideal mesmo era colocar esse bando num local fechado, pra oitocentas pessoas. Ia ser épico.

01. For Annabelle
02. The First Song
03. NW Apt.
04. The Great Salt Lake
05. Is There A Ghost
06. Cigarettes, Wedding Bands
07. The General Specific
08. Laredo
09. No One’s Gonna Love You
10. Islands On The Coast
11. Weed Party
12. Am I A Good Man (Them Two cover)
13. The Funeral

Veja o show na íntegra:

TV ON THE RADIO

Nunca tive paciência pro TV On The Radio, vou ser sincero. Ô banda pretensiosa. Mas tem que colocar na conta desses americanos um bocado da pouca inteligência e “arte” que ainda resiste na música pop de hoje. E o show dos caras é “intenso”. Quer dizer, não era o que haviam me dito.

Esse era outro que o chefe queria que eu visse, pra tirar o ranço do show que ele viu em 2006 e que foi uma grandiosa droga.

Foi engraçado perceber de cara que o público do Foo Fighters não entende o TV On The Radio. Ouvia ao lado: “isso é coisa de gente que quer ser inteligente, não diverte ninguém”, fazendo no “inteligente” as aspas com as mãos; “tenho certeza que todos os jornalistas vão falar que esse show foi o melhor do dia”, essas coisas.

Há um pouco de razão nisso. Mas, cacete, o TV On The Radio faz um show e tanto. Porrada na cuca. Não sei se todo mundo entendeu, ou se aquele era o lugar apropriado pra banda. A plateia tava meio nem aí pros caras. Mas quem se esforçou um pouco deve ter gostado.

“Halfway Home” começou forte, mas a plateia tava nem aí, uma pena. A chefia que me desculpe, mas o show que ele viu do TV On The Radio em 2006 deve ter sido o único ruim da carreira deles. Aqui, foi bem impressionante. Bem.

Meu destaque vai pra “Caffeinated Consciousness”. E, porra, um show que tem uma cover do Fugazi não pode ser ruim. “Waiting Room” fechou com nota 10 essa apresentação.

01. Halfway Home
02. Dancing Choose
03. The Wrong Way
04. Caffeinated Consciousness
05. Second Song
06. Staring At The Sun
07. Will Do
08. Golden Age
09. Red Dress
10. DLZ
11. Blues From Down Here
12. Repetition
13. Young Liars
14. Waiting Room (Fugazi cover)
15. Wolf Like Me

Veja na íntegra:

JOAN JETT

Joan Jett é uma lenda, né? Tive que trocar o Pavilhão 9, que tava se apresentando lá no “Palco Alternativo” (que diabo de nome de palco é esse, afinal, e que tem Tipo Uísque?). Bom, foi lá que teve o Balls, né?

Tudo bem. Fui de volta ao palco Butantã pra ver um mito, mas tinha certeza que a moçadinha cheirando a leite de rosas ali achava que quem ia subir ao palco era a Kristen Stweart.

Pois, pela sucessão de hits que a tiazinha tocou, olha, duvido que o cara mais chato e rabugento do mundo não terminasse esse espetáculo com um baita sorriso no rosto.

Um pouco de estrada faz um bem danado a uma banda. E Joan Jett tem mais estrada que o Perry Farrell e todas os seus contratados juntos. Tanto que ela não teve dó e começou com “Bad Reputation” e “Cherry Bomb” (essa, do seu tempo do Runaways). Ganhou a plateia (que ainda acho estava procurando a namoradinha de vampiros).

O lance aqui é simples: um, dois, três, quatro, música, palmas, algumas palavras em português; um, dois, três quatro, porrada, umas gracinhas com a plateia; e assim sucessivamente, até as dezessete canções se encerrarem (o que foi muito; metade do set já teria deixado todo mundo feliz e aquecido pro Foo Fighters, que era a ideia do público, aparentemente; na verdade, se ela tocasse dezessete vezes “I Love Rock’n’Roll” – como se alguém ainda aguentasse essa música, o povo já teria achado bom demais, porque queria mesmo era se divertir).

Diversão é isso aqui. Tanto que no Foo Fighters, ela voltaria pra salvar o show. Mas isso é outra história.

Valeu demais!

01. Bad Reputation
02. Cherry Bomb (The Runaways cover)
03. Light Of Day
04. Do You Wanna Touch Me (Gary Glitter cover)
05. Victim Of Circumstance
06. You Drive Me Wild (The Runaways cover)
07. The French Song
08. Love Is Pain
09. TMI
10. Hard To Grow Up
11. Naked
12. Fake Friends
13. Reality Mentality
14. I Love Rock’n’Roll (The Arrows cover)
15. Crimson And Clover (Tommy James & The Shondells cover)
16. I Hate Myself For Loving You

BIS
17. A.C.D.C. (Sweet cover)

Veja o show na íntegra:

FOO FIGHTERS

Como eu fiquei tentado a não assistir essa bomba… No placo do Perry, tinha Chystal Method e Calvin Harris – dois shows. Dois! Já deu pra ter uma ideia de como foi o Foo Fighters.

Se você leu por aí que o show dos americanos foi longo demais, chato demais, enrolador demais, acredite, é verdade. Se tivesse uma hora a menos, talvez salvasse alguns bocejos.

Vinte e seis músicas! Sem contar os intermináveis solos de guitarra e bateria, o bate-papo inútil com a plateia e a chatice que é de fato a banda.

Ok, ok, ok, tem um bocado de gente que ama e adora, é preciso respeitar o cartel de fãs que a banda construiu. Dave Grohl é um músico de mão cheia, daqueles que sabem construir hits e tudo o mais. To nem aí se ele é “malvado” de mentira, se ele tem “raiva” posada, se é tudo pasteurizado. Porra, a gente tá num festival, onde tudo é meio de mentira, é celebração, festa e o diabo. Quer banda mais perfeita do que o Foo Fighters pra um cenário desses?

Não dá pra destruir o Foo Fighters só porque tem uma “falsa malvadeza”. Besteira. É tudo pop. Tá certo que rock’n’roll não pode ser tão bonitinho, precisa de um tanto de audácia, mas os fãs não tão nem aí. E aí, Dave Grohl já chegou com o jogo ganho mesmo.

Fez aquele show igualzinho pra quem sabe que até se ele dormisse e cantasse “Ai, Se Eu Te Pego” ganharia aplausos. E partiu pra sucessão de hits e canções pseudo-pesadas. Subiu na bateria pra tocar “Cold Day In The Sun”, arranhou um Queens Of The Stone Age, agradou os floydmaníacos, falou em português e toda essa sorte de coisas que já se esperava que ele fizesse. É tudo muito calculado. Menos a dosagem de paciência. A maior crítica ao show do Foo Foghters é que ele é longamente chato. Pronto.

Se não fosse Joan Jett subindo ao palco, no BIS, pra “Bad Reputation” (e uma inesperada “I Love Rock’n’Roll”), e provavelmente muita gente teria dormido, vencido pelo cansaço.

Aproveitei a deixa e, antes de “Everlong”, fui embora. Peguei o metrô vazio, vazio, e estava em casa em quarenta minutos. Ótimo, fiquei sabendo depois do sofrimento de quem ficou por lá até o final.

01. All My Life
02. Times Like These
03. Rope
04. The Pretender
05. My Hero
06. Learn To Fly
07. White Limo
08. Arlandria
09. Breakout
10. Cold Day In The Sun
11. Long Road To Ruin
12. Big Me
13. Stacked Actors (with “Feel Good Hit of the Summer” snippet by Queens Of The Stone Age)
14. Walk
15. Generator
16. Monkey Wrench
17. Hey, Johnny Park!
18. This Is A Call
19. In The Flesh? (Pink Floyd cover)
20. Best Of You

BIS
21. Enough Space
22. For All the Cows
23. Dear Rosemary
24. Bad Reputation (Joan Jett and the Blackhearts cover) (with Joan Jett)
25. I Love Rock’n’Roll (The Arrows cover) (with Joan Jett)
26. Everlong

Se tiver paciência, veja o show na íntegra:

O saldo da sábado ficou no positivo. Eu não iria ao Lollapalooza nesse dia. Comprei só pra domingo, queria ver o Arctic Monkeys. Mas sábado se mostrou infinitamente melhor que domingo, como você lerá abaixo.

Valeu o cansaço.

O domingo mostrou que se o Arctic Monkeys tivesse sido no sábado, no lugar do Foo Fighters, teria sido perfeito. Na verdade, o domingo nem precisava ter existido. Uma sucessão de erros nos palcos principais. Os outros palcos e tendas menores também não eram nada atraentes.

Teve o Racionais, né? Mas atrasou quase uma hora, mostrou birra e nem foto podia-se tirar do show. Eu, hein.

Havia menos gente no domingo, 60 mil, segundo os organizadores. As filas foram menores. Menos confusão, o que não significa atendimento melhor. O cliente (a gente) ainda foi tratado com desprezo – e pagando oito reais numa cerveja (que ao menos vinha gelada).

GOGOL BORDELLO

Mas cerveja gelada é pouco pra compensar o martírio que viria pela frente.

Começou com o Gogol Bordello, às duas da tarde. Sempre o vi como uma confusão mental de vários fugitivos de um manicômio. Meu deus, que desgraça foi aquela? Parecia um Teatro Mágico depois de tomar ácido e ouvir milhões de vezes o “Plunct Plact Zum”. “Gipsy punk” eles falam.

É, é cigano, porque os caras não parecem ter um lugar pra morar (hoje em dia tem que ser politicamente correto pra se referir a “ciganos” ou a sei lá a quem mais, senão acaba como o Houaiss); mas de punk não há quase nada, ou nada mesmo. É tudo teatro. Foi ruim de doer.

Aliás, dava pra melhorar, se Eugene Hütz dividisse metade daquele vinho que jogou fora com a plateia…

Veja o show na íntegra:

Mas não foi pior que o Thievery Corporation, que nem merece mais do que quatro linhas. Se alguém conseguir explicar como pode alguma coisa ser pior do que isso, me avise. Tudo bem, os publicitários devem adorar, como adoram Dave Matthews Band ou Jamiroquai ou Black Eyed Peas.

Não perdi meu tempo. Hora de tomar algumas, ir ao banheiro, essas coisas.

FRIENDLY FIRES

Beleza, fiz a pergunta acima se há coisa pior do que o Thievery Corporation e não havia me dado conta do que viria pela frente. O Friendly Fires não só é pior do que o TC como é talvez pior do que a banda que toca na garagem aí do seu vizinho. Ou a pior banda ao vivo dos últimos anos.

Ao vivo eu to exagerando – em disco também é horrível. O que se esperar de uma banda quer emula… Simply Red? Ed Macfarlane tenta mickjagguear, mas sem sucesso algum. É meio vergonhoso até.

Desde “Lovesick”, a “música” que abriu o show, deu pra perceber que ia ser um martírio aquilo. Desastre total. Mas, opa, é só olhar pro lado e ver que tá todo mundo pulando como pipoca. Claro, essa geração não teve o Simply Red. Talvez consiga aturar o Friendly Fires com mais tranquilidade, sem que o estômago revire e brotoejas surjam na pele.

Pra essa geração, o Friendly Fires é divertidão, legal, empolgante. É inacreditável: será que vivemos num mundo paralelo? “Blue Cassete”, a terceira, é tão ruim, mas tão ruim, que foi a hora de dar uns telefonemas – e pedir trégua pra chefia. Ele nem me atendeu. Devia tá dando risada no conforto da sua residência (N.E.: estava mesmo, embora o telefone não tenha tocado).

01. Lovesick
02. Jump In The Pool
03. Blue Cassette
04. True Love
05. On Board
06. Skeleton Boy
07. Pala
08. Live Those Days Tonight
09. Hurting
10. Pull Me Back To Earth
11. Paris
12. Hawaiian Air
13. Kiss Of Life

Tem coragem? O show completo tá aqui:

MANCHESTER ORCHESTRA

Admito: não conhecia quase nada do Manchester Orchestra. O mais recente disco, “Simple Math”, de 2011, foi o meu primeiro contato com a banda. “April Fool” e “Pale Black Eye”, as que eu mais gosto. E foi bem bom o show, porque eu “descobri” a banda enfim.

Ela mistura bem aquele lance de folk sulista meloso, com a porrada do grunge, tem um doidão nos teclados, Chris Freeman, que parece tomado por uma entidade qualquer, e não fica de frescura em cima do palco: sem dancinhas, sem discursos fáceis, sem nada que tire o foco da música.

Foi a melhor surpresa do festival. O Lollapalooza cumpriu a parte de “dar espaço pra bandas novas”, mesmo sem a MO ser de fato uma banda nova: já são três discos no currículo, o primeiro de 2006.

Pena que a plateia não entendeu. Houve um êxodo pra ver os malas do MGMT no Palco Butantã.

01. Pride
02. April Fool
03. My Friend Marcus
04. Pale Black Eye
05. Pensacola
06. I’ve Got Friends
07. Shake It Out
08. I Can Barely Breathe
09. Simple Math
10. Everything To Nothing
11. The River

MGMT

Vou me antecipar às reclamações: eu gosto do MGMT. Não quer dizer que eu tenha que baixar a cabeça pra qualquer merda que eles façam, como invariavelmente são seus shows. Esse é o quarto do MGMT que vejo e todos foram horrorosos, bocejantes, chatos, arrastados… Esse não foi diferente.

A banda até se esforça pra parecer viajante, mas exagera a ponto de ter o mesmo efeito de um dardo pra colocar elefante africano pra dormir. Não é exagero dizer que tinha mais gente do meu lado conversando do que vendo a banda mandando músicas de oito, nove minutos – tinha gente que talvez preferisse estar diante de um discurso do Fidel Castro (não aqueles curtinhos, de duas, três horas só).

Uma parte muito pequena da plateia sabia as músicas de cor. Cantava junto e se animava com hits como “Kids” e “It’s Working”, mas a chuva que finalmente desabou no Jockey Club chegou fria e arrefeceu ainda mais os ânimos. Ou você pulava pra esquentar ou tratava de dar um jeito de sair dali.

A minha teoria é que quem vazou, na verdade, vazou pra achar um lugar pra ver o Foster The People no outro palco. Quem ficou se deparou com um setlist equivocado, com poucos atrativos.

Não sei se vale um quinto show do MGMT. Se eu trombar com eles em outro festival, juro que vejo até o Gogol Bordello fazendo cover de peruanos da Praça da Sé, mas eles não. Já deu.

01. Of Moons, Birds & Monsters
02. Hot Smoke And Sassafrass (Bubble Puppy cover)
03. Weekend Wars
04. It’s Working
05. Electric Feel
06. Alien Days
07. Kids
08. Siberian Breaks
09. Time To Pretend
10. Congratulations

Veja o show na íntegra:

FOSTER THE PEOPLE

Eu tenho mais de trinta anos (N.E.: eu tenho bem mais do que isso, mas deixa pra lá). Vi o Duran Duran e o A-Ha no “auge”. O Duran Duran segue na ativa (o A-Ha também, mas ninguém liga). Porém, naquela época as duas bandas eram babadas e e tinham pôsteres que cobriam as paredes dos quartos das adolescentes. As bandas eram boas e tocavam bem? Quem se importava com isso à época?

O tempo passou e os rapazes do Duran Duran e do A-Ha envelheceram (um bocado). As moças também: casaram, tiveram filhos e, quiçá, alguma já virou até avó. Os rapazes que “gostavam de música” também cresceram e trabalham como camelos hoje. Ninguém se importa muito mais com ambas as bandas, nem com o que elas representavam quase trinta anos atrás.

O quadro se repetiu aqui, com o Foster The People. Os meninos são bonitos, são como filhos gringos do Eike Batista, criados à base de toddyinho, babás, leite de soja, e roupas de grife. Tocam bem, são eficientes no palco, mas, calma lá, quem se importa?

O Foster The People é ruim demais pra você que gosta de guitarras pesadas ou sei lá o quê. O Foster The People é bom demais pra menininhas recém saídas da puberdade, até uns 25 anos, que gostam de soltar a franga dançando como se não houvesse amanhã. Quem tá certo?

Ninguém. Ou, melhor, tanto faz. O Foster The People é uma banda que tanto faz, servirá como revival quando essas guriazinhas que se esgoelaram no Lolapalloza forem quase avós – se a banda existir até lá.

Se irritar com o Foster The People é dar atenção demais a uma banda inexpressiva, que, afinal, fez um dos shows mais empolgantes do festival – se você tiver menos de 25 anos e não se importar muito com o que tá ouvindo, claro.

01. Houdini
02. Miss You
03. Life on the Nickel
04. I Would Do Anything for You
05. Broken Jaw
06. Waste
07. Love
08. Call it What You Want
09. Don’t Stop (Color On the Walls)
10. Warrant
11. Helena Beat
12. Pumped Up Kicks

JANE’S ADDICTION

É, Perry Farrell também gosta de brincar de música, não só de empresário ou de ser um mala-sem-alça. Depois de tudo montado, organizado, é hora de se divertir. E ele fez isso mais até que seus clientes, o público, com o Jane’s Addiction.

Há dois discos bons do Jane’s Addiction: “Nothing’s Shocking”, de 1988; e o ótimo “Ritual De Lo Habitual”, 1990. Depois, a banda degringolou, pra nunca mais se achar. Em cima do palco, porém, com a concorrência impossibilitada de competir, por inexperiência ou por incompetência mesmo, a banda do Farrell e do (grande guitarrista) Navarro nadam de braçada, fácil, fácil.

Bastou ouvir “Stop”, “Been Caught Stealing” e “Ain’t No Right” pra ver que o Jane’s Addiction é banda ideal pra esse tipo de vento.

Mas não salva a pátria. Serve pra divertir só o dono.

01. Underground
02. Mountain Song
03. Just Because
04. Been Caught Stealing
05. Ain’t No Right
06. Ted, Just Admit It…
07. Twisted Tales
08. Jane Says
09. Chip Away
10. Three Days
11. Stop!
12. Ocean Size

Veja o show na íntegra:

ARCTIC MONKEYS

Finalmente, o Arctic Monkeys. Depois de enfrentar um bocado de lixo (Golgol Bordello, Friendly Fires, Foster The People, Thievery Corporation e sei lá mais o quê), finalmente o Arctic Monkeys.

A expectativa era grande pra ver Alex Turner e companhia mais uma vez ao vivo. Havia visto no TIM Festival de 2007 e na Inglaterra ano passado. A diferença entre um show e outro já havia sido gritante. Enquanto o do TIM era na Arena Anhembi, um local aberto, na Inglaterra, O O2 Arena é mais acolhedor e a banda cresceu muito, até em experiência.

Aqui no Lollapalooza, como headliner, temia pelo pior, mas torcia pra dar tudo certo. Tudo, tudo, não deu. Mas não foi um show ruim. O Arctic Monkeys só é uma banda mais madura, já conhecendo mais seu público, a ponto de começar, sem mais, com a dupla ” Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” e “Teddy Picker”.

Se você conhece realmente o Arctic Monkeys, não teve como não gostar do show. Pode ter ficado com aquela sensação de que falta punch, mas com “Brainstorm”, “I Bet You Look Good On The Dancefloor”, “Brick By Brick”, “If You Were There, Beware” e “Do Me A Favour”, fica difícil não gostar.

Alex Turner tá com aquela cara de Rauzito, na época de Os Panteras, serião, sem um pingo de vontade de dar risada ou de interagir com o público, mas tá lá pra fazer seu trabalho – e obviamente lutando pra amadurecer mais rápido.

Experiência de palco se ganha no palco, claro. Não dá pra acelerar isso. Só que eu tenho dúvidas se o Arctic Monkeys será muito melhor do que isso no futuro. Como toda essa geração pro qual o Lollapalooza foi pensado e feito, há uma distância sobre o que era bom no passado e o que funciona no presente.

Essa geração viu talvez “o festival da sua vida”, aquele que todos vão contar pros filhos e netos. Serve pra quem tem até 25 anos e pro resto, pros mais velhos, salva-se uma coisa ou outra e sobra muita crítica. Pra essa moçada (na qual me incluo, em mente e espírito e vontade), foi algo inesquecível.

É o festival de uma geração, “Fluorescent Adolescent”, tal e qual seu produto maior, o Arctic Monkeys. Acostumemos a isso, enfim. Os anos passam, as gerações também.

01. Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
02. Teddy Picker
03. Crying Lightning
04. The Hellcat Spangled Shalalala
05. Library Pictures
06. Brianstorm
07. The View From The Afternoon
08. I Bet You Look Good On The Dancefloor
09. Brick By Brick
10. This House Is A Circus
11. Still Take You Home
12. Evil Twin
13. Pretty Visitors
14. If You Were There, Beware
15. Suck It and See
16. Do Me A Favour
17. R U Mine?

BIS
18. When the Sun Goes Down
19. Fluorescent Adolescent
20. 505

Veja o show na íntegra:

Crédito das fotos:
Foto 1 (abre): Edu Lopes/Fotosite Ag
Foto 2 (multidão): Dave Mead
Foto 3 (Cage The Elephant): Cambria Harkey/Fotosite
Foto 4 (Band Of Horses): Chris von Ameln/Fotosite
Foto 5 (TV On The Radio): Dave Mead
Foto 6 (Joan Jett): Sergio Caddah/Fotosite
Foto 7 (Foo Fighters): Cambria Harkey/Fotosite
Foto 8 (Gogol Bordello): Dave Mead
Foto 9 (Friendly Fires): Marcelo Soubhia/Fotosite
Foto 10 (MGMT): Dave Mead
Foto 11 (Foster The People): Dave Mead
Foto 12 (Jane’s Addiction): Chris von Ameln/Fotosite
Foto 13 (Arctic Monkeys): Dave Mead

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Comentários

comentários

33 comentários

  1. ufa ainda bem que passei a pascoa em casa, e descolei o novo do spiritualized para ser meu melhor amigo!!!

    vc merece ir pro ceu sem escalas meu caro, pq aguentar um festival desses é duro hein!!!

  2. Eu fui nos 2 dias de Lolla e tenho 26 anos. Concordo com absolutamente tudo oq foi dito sobre o primeiro dia e, tirando a parte do Foster The People, discordo de tudo oq foi dito sobre o segundo dia.
    Não foi TV on the Radio, Band of Horses e cia que estavam perdidos no meio do público do FooFighters. Era o Foo Fighters que estava perdido no meio do LineUp do Lollapalooza. Foo Fighters e Arctic Monkeys foram chamados pro festival pra vender ingressos em massa e lotar os shows. As duas bandas não tem nada a ver com o resto do line up. E (agora o autor da crítica vai ficar ofendido) Arctic Monkeys não tem público e nem hits pra ser headliner de um festival desse porte. Teria pra ser headliner do festival da Cultura Inglesa, como o Franz Ferdinand será, mas não do Lollapalooza, de um SWU ou de um ROck in Rio da vida. Faltou uma banda de mais porte pra encerrar o domingo. Talvez um Kings of Leon, um Queens of The Stone Age…

  3. Caro Leo, de modo algum o autor da resenha ficaria chateado (não é ele quem responde) – pode criticar à vontade essa resenha e qualquer texto do site. É só que o fato de se habilitar ou não pra ser headliner é realmente uma percepção muito pessoal a partir de uma determinada popularidade. Na minha opinião, também nenhum dos dois pode ser headliner, pela questão da qualidade, mas que eles cumprem o quesito básico que é ser chamariz de público e vender ingressos, ah isso cumprem, sim. E valeu pelo pitaco!

  4. Legal ver uma resenha de um ponto de vista bem antagônico.

    Pra mim é Arctic Monkeys no cesto do lixo e o Thievery Corporation (que eu vi no Rio) como um dos shows que entra na lista dos melhores que vi.

  5. Nunca vou entender a lógica dos blogueiros de música. Encheram o saco falando que queriam ver o Foo Fighters, aí quando eles vêm tocar aqui ficam falando que é uma bosta.

    Sabe qual o problema dessa turminha de blogueiros? Aparentemente só é bom se ninguém conhecer. Ou melhor, só é bom se eles e seus amigos conhecerem.

    Desculpe, o Dave Grohl é um dos mais importantes músicos destes tempos, ele só foi o baterista de uma das melhores bandas da virada do milênio.

  6. Honestamente eu acho que Foo Fighters tem peso e qualidade pra ser headliner de um festival. O problema é outro.

    O Brasil viveu tão carente de festivais dignos de nota que basta a turma do Grohl ser a estrela de um festival de médio porte pra parecer que são a maior banda da história.

  7. Bom, não sei quanto aos “blogueiros”, mas aqui no Floga-se a gente nunca encheu a bola do Foo Fighters, porque acha o Foo Fighters chato por demais. Claro que você não é o público deste site e não tinha obrigação alguma de saber disso, mas vale avisar, a gente nunca torceu pro Foo Fighters vir. Se veio, que fizesse um show decente, certo?

  8. Caraca, é por isso que gosto deste site… ehehehehe
    Sempre diretos e autênticos!

    Sim, o Foo Fighters foi convidado para alavancar a venda de ingressos, sim o Arctic Monkeys não tem “pegada” suficiente para ser Headliner deste festival!

    Essa geração de bandas.. (foster, band, Tv on the radio, Friendly, Gogol bordelo são realmente ruins e não cumprem seus papéis ao vivo, como uma banda deve fazer, caso não liguem, que sejam comparadas as produções dos albuns com Kate Perry, Lady gaga, Justin Biba e essa porcariada toda que só pensa em gravar um ótimo album e pouco liga para o palco!

    Dá pra substituir cada banda dessas acima por bandas nacionais que cantam em inglês, se não fosse o fato de sermos “paga paus miseráveis” de bandas gringas que fazem menos do que nós! Pronto, falei!

    Parabéns sempre a este BLOG!

  9. Mano, vai procurar outro emprego… porque pra crítico de música você não tem talento.

    Parei de ler essa merda quando você zombou do show de Gogol Bordello, que foi disparado o melhor (e mais divertido) show do festival.

  10. assino embaixo!
    gostaria de deixar uma frase para a reflexao dos presentes “pagar 300 reais e ver o racionais é pra quem tem medo de ver o show deles em outro lugar?”

  11. ahahahahhahahhahahahhahahhahahahhahahah cara que começa escrevendo “mano” merece ver gogol bordello mesmo e uns racionais e uns pá e uns pams para mina !!!

    Lazy Liquid e a mocinha Vivis não tem nem culhão e como posso dizer “vagina” para dizer quem são voces e se escondes atras de alcunhas com codinomes, vamos fazer o seguinte mostrem quem são para poder querer palpipar sobre musica com qualquer um aqui do recinto incluindo o rapaz que curtiu Thievery Corporation e soube avaliar a resenha e por sinal dou meus parabens.

  12. Só há uma coisa que gostaria de ressaltar.
    Se o Foster The People não agrada não é pelo fato de terem sido criados a pão de ló. O fato de alguém ter sido criado financeiramente melhor não influi na qualidade, pode ser que exista uma diferença, mas não acho que seja em relação a um som melhor/pior do que quem não tem dinheiro, por assim dizer. Se eles não ruins, é porque não sabem fazer música. É isso.

  13. Carlos, você é um herói! Com tanta coisa ruim em dois dias, ainda consegues extrair boas vibrações desse evento. No meu nível de humor e com o calor escaldante do fim de semana já estaria praguejando aos quatro cantos antes do meio dia… Achei muito ruim a seleção de bandas deste festival, uma mistura de falidos, fracos e inexpressivos levados por Foo Fighters… que pode arrastar multidões, mas não significa sinônimo de coerência e bom gosto.

  14. Sou uma formanda em jornalismo que entrou nesse curso para escrever sobre música mas até agora não botou na web aquela ideia de blog. Confesso que um pouco é por medo, mas ultimamente posts como essa resenha do Lollapalooza têm me injetado coragem.

    Não sei o quê Foo Fighters tem de tão maravilhoso que deu início a toda essa comoção em torno deles. Tá, eu gosto deles. Acho que o Fernando Augusto deve me classificar como bebê: conheci a banda quando eles tinham três discos, queria vê-los no Rock In Rio III mas dormi e acompanho os lançamentos desde o One by One. Acho bacana, nada muito além disso – umas músicas boas, umas bem boas, umas bem chatas. Com poucas pessoas eu conversava sobre eles. Hoje (e percebo com mais intensidade de dois anos para cá) é a banda preferida de todos. E todos amam desde sempre. Hum, aham.
    Se surgir um show em Porto Alegre, eu vou. Ver lá de trás, com uma cerveja. Mas já sinto preguiça do pessoal num clima de culto – porque é Foo Fighters e precisa ser assim.
    Uma vez comentei que não acho o Dave um gênio irreparável. Quase apanhei.
    E o show no Lollapalooza, que assisti no Multishow, realmente… mais longo que o necessário.

    Sobre as outras bandas só discordo quanto ao Gogol Bordello. Foi a primeira vez que os vi/ouvi e achei divertido. Se eles não têm outra intenção além desta, fizeram sua parte. Dizer que o público não curtiu é ter dez graus de miopia e estar sem óculos.

    As demais atrações, checked!
    Não tenho paciência para TV On The Radio. Joan Jett fez um show melhor do que eu esperava (e como eu gostaria de estar lá). Cage The Elephant foi a maior surpresa – para mim, os discos não mostram 30% do que os guris fazem ao vivo.
    Arctic Monkeys? Não tive como não gostar. Só isso.

    Mas um comentário que me motivou mesmo a postar aqui não é um ponto referente ao festival.
    Tenho 22 anos e vou a shows há sete – nacionais, internacionais, em pequenos pubs, em estádios, em festivais. Claro, é um histórico pequeno comparado ao de quem tem vinte anos de pista, mas dá para chamar de respeitável. E desde bem pirralha, criança mesmo, eu leio e acompanho as bandas que fazem minha cabeça.
    Há tempos atrás eu não observava tanto isso, mas vejo hoje uma necessidade maior de afirmar estrada ou idade. Experiência sempre faz diferença na construção de conceitos e em avaliações, mas muita gente entre os que tem até 25 anos tem critérios sólidos para formar suas opiniões e não são tomados por completo pela sensação (quase tão esperada quanto a de perder a virgindade) de ir num festival pela primeira vez.

    Curti muitíssimo teu texto, Fernando Augusto, e pode ser que você nem tenha usado tanto essa postura “sou vivido, sei das coisas” que me incomoda; não fiz uma segunda leitura. Mas quis aproveitar o gancho.

    Seguirei como leitora do Floga-se!
    Um abraço dessa baby aqui.

  15. Ola, Camila. Antes de começar, o texto não é meu, é do Carlos Parrella, um dos escravos do Floga-se. As ideias ali todas são deles. Eu, Fernando Lopes, não pude ir ao Lolla (nem me esforcei muito, pra falar a verdade). Corroboro muito do que ele escreveu, mas discordo de um bocado de coisas – eu teria sido mais ácido em certas partes, teria sido menos em outras. Mas o Floga-se é um espaço assim mesmo, não posso ser o dono da verdade, embora isso seja tentador (só que aí, que graça teria?). O lance da idade é uma provocação mesmo. Quando eu era filhote, antes até dos 20, era provocado intensamente pelos textos que lia, e ainda sou hoje. Há muita gente boa na Net fustigando, curucando, provocando. Falar bem por falar bem é um saco. A maioria dos textos que você vai ler sobre o Lolla é assim, porque o pessoal conseguiu credencial e não quer cuspir no prato que comeu. A gente tentou provocar. Pedi pro Perrella falar mal, mas como se vê, não deu em quase nada. Ponto pra produção do evento. Mas a ideia era ser provocativo mesmo. Ter 25 anos, pois, não é uma “nota de corte”. Dá pra ser bobão com 40, dá pra ser provocativo com 15, 16, não importa. É só não cair na primeira isca que a maioria cai. É só se questionar, como você mostra que tá fazendo, no lance do Grohl, que você contou, e ao escrever pra cá, sem agredir, mas cobrando, cutucando, criticando. Perfeito. Esperamos que o Floga-se corresponda a uma leitora assim.

  16. Diversão e arte… para qualquer parte…. rsrsrs

    Se é pra ser divertido, que suba ao palco de um Stand up e faça o que muitas lá fazem/não fazem.

    Ah, e JP Souza, na música, tudo o que fez na vida reflete no presente e na forma de como vê as coisas e de como quer que as pessoas entendam.

    Não é preciso comer pão amanhecido ou ser um zelador ou qualquer coisa para fazer melhor/pior do que o outro, mas tudo o que fizer ecoará no mundo de uma maneira mais intensa ou menos intensa.

    Mas está na cara que o Carlos apenas quis brincar um pouco, essa galera é brava, se falar que o cara comia aveia canadense mezzo francesa mudaria alguma coisa!?

    Flooooooooooooooooga-se!

  17. hahahaha, verdade Rodrigo. Teve gente que ficou brava quando comentei que o Arctic Monkeys não tinha estrada para ser headliner (e eu gosto do som dos caras), até companheiros de meu blog ficaram um tanto chateados com isso. E sobre as diferenças sociais, comentei porque não é a primeira vez que leio isso, e achei interessante destacar.
    Para encerrar, a música do Foster The People atrai o público que merece, que pra mim, baseia-se em gente que só curte “aquele momento” e nada mais.

  18. haha, Então JP, é difícil poder expor a própria opinião e não ser massacrado pelos fãs…rsrsrsrs

    Floga-se pra quem não entende opinião alheia!

    hehe

  19. Não sei o que é essa comoção toda que o Foo Fighters provoca, apesar de provocar em mim. É a banda que eu ouvi desde que comecei a curtir rock e invariavelmente as músicas deles acompanharam minha vida. Mas não, o Dave Grohl não é um gênio irreparável e a banda não é a melhor banda de rock da história. Não acho que nem o Dave nem a banda têm essa pretensão, na verdade. Mas a sua banda preferida não precisa ser a que toca o melhor rock, é só a que você ouviu muito por algum motivo qualquer. No festival tinha de tudo, fãs de verdade, gente que ama Foo Fighters há dois meses, gente que conhece 5 músicas. Quem é fã quer ouvir 5 horas de show mesmo que seja cansativo, não tem jeito. De qualquer forma, vim elogiar a resenha que fugiu do óbvio (li umas mil resenhas já) e mostrou uma visão diferente das bandas e do festival. Eu também não gosto dessas bandas que tocam hoje em dia, não entendo como as pessoas gostam. Mas enfim, acompanharei o blog daqui pra frente.

  20. O Friendly Fires, assim como Foster the People, tbm não “serve” para quem curte dançar e nao está preocupado muito com a qualidade do som, da música?
    E não fale mal de Simply Red. Foi uma banda importante. Hehehehe!!!!

  21. Esse é o problemas de ter tantas bandas num festival e mesmo assim vender muito só por causa do FF. O público do FF já é antigo e fiel, e gostam de um rock n roll agitado, fácil e sem muitas surpresas. Colocando no mesmo dia bandas indies com influência eletronica, as vezes muito grande, vai ter uma resistencia bem óbvia. E eu não to defendendo a performance das bandas, que nem sempre foram boas. Acho que a excitaçao pra ver o FF fez com que público abrisse mais a cabeça pra coisas diferentes. Mas o Line-up do festival tava muito bom. Se vc quiser ouvir um podcast do Lollapalooza, segue o link: http://ovne.wordpress.com/2012/04/09/podcast-o-v-n-e-4-especial-lollapalooza/

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