50 DISCOS QUE FIZERAM 2010 SER INESQUECÍVEL

Cinquenta discos parece ser muita coisa, mas acredite, deixei um bocado de coisa de fora. Deve ser porque foi 2010 um ano extraordinário. Ainda mais numa época em que os discos não são exatamente importantes. Ninguém mais precisa ter a peça toda pra ouvir uma ou duas músicas.

Aqui, porém, listei aqueles cinquenta discos que na sua quase totalidade merecem ser ouvidos (e indico as músicas por onde valeria a pena começar, qualquer link quebrado, avise, por favor). Alguns beiram a genialidade, conforme a lista vai chegando ao topo. Outros são obras pra serem apreciadas por completo, mesmo que com algum arranhão. Disco hoje em dia é pra quem gosta de música e não de uma ou outra música.

Não se sabe até quando as bandas vão continuar lançando suas canções nesse formato. Por enquanto, é bom aproveitar. Um bom disco, pra apreciar do começo ao fim, ainda é indispensável.

(em breve, os melhores discos nacionais e as melhores músicas do ano… e o que der na telha…)

50. Dead Mellotron – Dead Mellotron

O disco foi ofertado de graça. Quem “comprou” a ideia se deparou com um shoegaze de primeira: guitarras chiando e melodias viajantes. Ouça “Eulogy”.

49. Woven Bones – In And Out And Back Again

Disco de estreia do Woven Bones, uma barulheira revigorante. Uma das bandas que melhor versa na cartilha da podreira dos Stooges. Ouça “Creepy Bone”:

48. Big Echo – The Morning Benders

Segundo disco da banda e o que fez o Morning Bender ultrapassar fronteiras. Indie-pop de primeira. Ouça “Excuses”:

47. Grey Oceans – Cocorosie

A irmãs Casady causam estranheza, mas aqui só visualmente, porque as músicas estão mais acessíveis. Ainda não dá pra tocar em rádio ou festa, mas devem render bons remixes. Ouça “Lemonade”:

46. In Praise Of More – Engineers

Dream-pop com barulhinhos reconfortantes. No terceiro disco, o Engineers voltou a acertar no cálculo. Ouça ” In Praise Of More”:


45. Mirrors In Your Eyes – Soundpool

Felicidade ver um disco novo do Soundpool. Embora o shoegaze da banda tenha ganhado aqui elementos eletrônicos que beiram a banalidade, ainda é um disco digno de destaque. Ouça “Kite Of Love”:


44. Rocket Fire – Ceremony

Uma das preferidas aqui do Floga-se, o Ceremony conseguiu de novo. Discípula fiel do My Bloody Valentine, a banda continua fazendo barulho com melodia como ninguém. Ouça “Stars Fall”:


43. The Runaway – Magic Numbers

Esquecido na maioria das listas de melhores do ano, “The Runaway” merecia sorte melhor, principalmente pelas trinca inicial, com a belíssima “The Pulse”, “Hurt So Good” e “Why Did You Call?”. Lágrimas nos olhos. Ouça “The Pulse”:


42. This Is Happening – LCD Soundsystem

“Drunk Girls” é uma grande música. “Home” idem. “Pow Pow” é diversão pura… Já deu pra entender, né? James Murphy sempre, em qualquer festa! Ouça “Drunk Girls”:

41. Your Future, Our Clutter – The Fall

The Fall. Só porque é The Fall, poderia argumentar dessa maneira. Mas o disco é bom, bem bom. Mark E. Smith ainda grita alto e solta o verbo. Ouça “Bury Pts 1 + 3”:

40. Champ – Tokyo Police Club

Quem não gosta de se divertir? O Tokyo Police Club gosta e sabe fazer a festa. Músicas esquecíveis de três acordes, mas que sempre caem bem num esquenta antes de partir pra noite. “Champ” parece ter sido feito pra isso. Ouça “Breakneck Speed”:

39. Everything In Between – No Age

Punk, punk, punk. Barulho, barulho, barulho. Eis seis boas razões pra esse disco ser um dos melhores do ano. O No Age conseguiu de novo, mas dessa vez com um disco mais coeso – todas as músicas no mesmo nível. Ouça “Fever Dreaming”:

38. Drown Your Heart Again – The Strange Death Of Liberal England

O primeiro disco do TSDOLE é quase um primor. Quase, mas pra uma estreia é surpreendente, principalmente porque foi tachado por aí de um sub-Arcade Fire. É mais do que isso. Ouça “Lighthouse”:

37. The Drums – The Drums

Passada a euforia do hype, o que vê-se no The Drums é uma banda honesta, animada e cheirando a talentosa. O futuro é incerto. Esqueça-o. Esse disco de estreia não é perfeito, mas tem pérolas que merecem ser garimpadas. Ouça “Best Friend”:

The Drums, The Drums

36. Nothing Hurts – Male Bonding

A estreia do Male Bonding foi pautada pela polêmica dos temas abordados, mas é melhor se concentrar na música. Você ganha mais. E “Nothing Hurts” tem muito a mostrar com seu som de garagem, cru, direto, simples. Ouça “Franklin”:

35. Interpol – Interpol

O disco ganhou menos exposição do que deveria e não tenho certeza se tanta gente assim ouviu. Mas o pós-punk do Interpol continua num nível elevado e merece a audição – repetidas audições. Ouça “Barricade”:

34. Doomed Forever – Procedure Club

O disco de estreia do Procedure Club é de espantar. Como pode uma banda ser tão perfeita no primeiro álbum? Essa dupla estadunidense foi. Impossível parar de ouvir. Quem gosta de My Bloody Valentine, deve se aprofundar no procedimento. Ouça “Rather”:

33. Sleep Mountain – Kissaway Trail

O segundo disco dos dinamarqueses é tão bom quanto o primeiro, “The Kissaway Trail”, de 2007. O indie-pop grandioso da banda tem tudo pra ganhar a pista de dança da sua festa. Ou mesmo o repeat do seu tocador de MP3. Ouça “New Lipstick”:

32. Beach Fossils – Beach Fossils

A estreia do Beach Fossils não só é digna de entrar pra história, como aponta um futuro promissor pra Dustin Payseur e companhia. Guitarras limpas, bateria simples, vocal preguiçoso e com efeitos, um pop perfeito. Belezura. Ouça “Youth”:

31. Hidden Lands – Candy Claws

“Hidden Lands” é pra mostrar do que o Candy Claws é capaz: um experimento sonoro que alcança melodias belíssimas em vários momentos. Não é um disco fácil, mas é um grande disco. Ouça “The Breathing Fire”:

30. Infinite Arms – Band Of Horses

Um disco que começa dessa maneira tem que ser um dos melhores do ano: “Factory”, “Compliments” e “Laredo” são três músicas pra cair na estrada e melhorar sua viagem. O country-indie-rock do Band Of Horses tão bom como sempre foi. Ouça “Laredo”:

29. Majesty Shredding – Superchunk

A volta do Superchunk, depois de nove anos sem gravar, foi recebida com entusiasmo. E a expectativa, compensada. “Majesty Sfredding” é um divertido disco de rock. E só. Quer dizer, hoje em dia, é muito. Ouça “Digging For Something”:

28. Beachcomber’s Widowsill – Stornoway

A grande aposta da 4AD para 2010 foi correspondida com essa maravilha. “Beachcomber’s Widowsill” está encharcado do melhor pop, de cabo a rabo, digno do melhor Housemartins. Ouça “Zorbing”:

27. Autumn, Again – A Sunny Day In Glasgow

De graça. Esse disco foi dado de graça pela banda! É de se espantar porque essa maravilha valeria cada centavo gasto na sua aquisição. A capa já entrega o que você vai ter aqui: pop songs. Estranhíssimas, mas da melhor qualidade. Pra quem gosta de Cocteau Twins. Ouça “Drink Drank Drunk”:

26. Weathervanes – Freelance Whales

O primeiro disco do Freelance Whales solidifica aquela leva de bandas que fazem o que se pode chamar de indie-montanhês (Midlake, Fanfarlo e afins). “Weathervanes” é um dos melhores dessa. Ouça “Hannah”:

25. I Heart California – Admiral Radley

Jason Lytle acertou de novo. O cabeção do Grandaddy juntou-se com o pessoal do Earlimart e o Admiral Radley surgiu esbanjando beleza. Pros órfãos das duas bandas não ficarem tristes. Ouça “The Thread”:

24. Shadows – Teenage Fanclub

O Teenagen Fanclub vai entrar em qualquer lista dos melhores do ano. Resta ver em que posição. Não só por ser uma lenda, mas porque ainda entregam maravilhas como esse “Shadows”. Senão, basta dizer uma coisa: ouça “Sometimes I Don’t Need To Believe In Anything”:

23. Brothers – The Black Keys

O bluesão do Black Keys continua pesado, mas agora tá mais pop. E com um bom humor irretocável. A fórmula ficou ainda melhor. E ainda teve o dinossauro Frank. Cult na certa. Ouça “Tighten Up”:

22. Learning – Perfume Genius

Um dos discos mais sensíveis e tocantes do ano, “Learning” é a estreia do Perfume Genius. Músicas realmente emocionantes, que surpreendentemente foram compostas por um guri recém ingresso na segunda década de vida. Longa vida a Mike Hadreas. Ouça “No Problem”:

21. Sex With An X – The Vaselines

Se alguém conseguir apontar uma coisa ruim que o Vaselines tenha feito, corto meu braço. “Sex With An X” certamente colabora para manter todos meus membros intactos. Aqui, ainda com mais humor e ironia na veia. O Vaselines continua o mesmo de duas décadas atrás. Ouça “Sex With An X”:

20. Le Noise – Neil Young

Bom, quando alguém deixa o Neil Young sozinho com uma guitarra e um microfone alguma coisa boa vai sair. É fato. “Le Noise” é um ótimo exemplo disso. Um dos discos mais densos do senhorzinho (que sabe mais do que metade dos jovenzinhos). Pois é, uma guitarra e uns pedais são capazes disso tudo. Ouça “Angry World”:

Le Noise

19. High Places Vs. Mankind – High Places

Esse segundo disco é melhor que o primeiro. E o primeiro já era ótimo. A dupla entrega um trabalho pra fazer dançar com umas na cabeça. Barulhinhos, eletrônica, efeitos… Tudo pra fazer sua mente se elevar. Ouça “The Longest Shadows”:

18. Phosphene Dream – Black Angels

Os anos 1960 e 1970 estão vivos na viagem do Black Angels. “Phosphene Dream” só não é seu melhor disco porque é difícil definir qual o melhor disco da banda. Música pra ouvir com LSD – ou coisa que o valha. Psicodelia. Ouça “Telephone”:

17. Spirit Youth – The Depreciation Guild

O segundo álbum do Depreciation Guild é mais pop do que o primeiro e não foi ofertado de graça. Talvez esse seja o único defeito do disco, que tem mais uma vez o dream-pop sua base. Lindo do começo ao fim. Ouça “Crucify You”:

16. Crazy For You – Best Coast

Impossível deixar de fora a senhorita Bethany Cosentino. “Crazy For You” é um daqueles discos perfeitos, em que todas as músicas parecem ser hits certos. Esse é o tipo de música que todo adolescente deveria ouvir, como aprendizado do que é música boa. Ensolarado. Ouça “The End”:

15. Sleep Forever – Crocodiles

Mais shoegaze. O Crocodiles fez um disco de apenas oito músicas, mas o suficiente para você se arrepiar. Fãs do Spacemen 3 irão concordar com esse disco aqui, nessa posição. Pra desejar não acordar do transe. Ouça “Sleep Forever”:

14. I Will Be – Dum Dum Girls

“I Will Be” é o disco de estreia das Dum Dum Girls. Impossível imaginar que a banda possa fazer melhor daqui pra frente. Sinceramente? Não importa. É um álbum que junta Shangri-Las com Stooges – ou algo do tipo. O que poderia ser melhor que isso? Ouça “Jail La La”:

13. Write About Love – Belle & Sebastian

A volta do Belle & Sebastian não foi perfeita. Há muita perobice aqui, como as participações especiais dispensáveis. Por outro lado, a banda compensa com algumas de suas melhores canções. O que no caso dos escoceses é sinal de felicidade suprema pra quem ouve. Ouça “I Want The World To Stop”:


12. The Courage Of Others – Midlake

Coragem é colocar esse disco entre os melhores. Mas é justo. Depois do sublime “The Trials Of Van Occupanther”, o Midlake dificilmente se superaria. Aparentemente, nem tentou. “The Courage…” é um disco difícil de digerir, mas quem se der o trabalho encontrará maravilhas. Pena de quem não entendeu. Ouça “Acts Of Man”:

11. The Fool – Warpaint

Essas meninas , na segunda década de vida, conseguiram fazer um dos melhores discos de art-rock de todos os tempos, não só do ano. Culpa, principalmente, do baixo de Jenny Lee Lindberg, dos vocais climáticos e da bateria de Stella Mozgawa. Culpa também do começo dos anos 1980. Dark? Pra viajar. Ouça (óbvio) “Undertow”:

10. Transit, Transit – Autolux

A volta do Autolux, depois de seis anos, foi ainda mais surpreendente que a estreia. “Transit Transit” rouba do Radiohead o que há de melhor, mas cria em cima. Daí, surge um dos melhores discos do ano. Ouça “Supertoys”:

09. Prism Eyes – Reading Rainbow

Pois é Reading Rainbow ainda vai ter a reverência que merece. “Prism Eyes” é a grande chance. Um disco perfeito, de cabo a rabo, principalmente se você consegue mentalizar uma mistura de Stereolab e Vaselines. Guitarras e vocais viajantes na medida certa. Ouça “Wasting Times”:

08. Silver – Eternal Summers

É uma delícia ouvir esse disco, tomando umas geladas. O Eternal Summers faz sua estreia com um disco ligeiro, curto e eficiente. Música sem frescura, adolescente, divertida. A dupla Nicole Yun e Daniel Cundiff conseguiu com quase nenhum recurso o que muito dinheiro às vezes tenta comprar: eficiência. Além de tudo, aqui há paixão. Ouça “Pogo”:

07. The Suburbs – Arcade Fire

Pra muita gente, o melhor disco do ano. Batata que o Arcade Fire entregaria um disco mais uma vez maravilhoso. Mas esse tem o deslize de faixas demais. Besteira. Quando se ouve o que importa (e 90% importa), o resto desce macio. Contudo, ninguém se importou com tal “deslize”. É que o Arcade Fire já pertence não mais ao seu subúrbio e aos seus fãnzocas “indies”. O Arcade Fire é grande. É do mundo. Ouça “Ready To Start”:

06. Gemini – Wild Nothing

Jack Tatum, o cabeça do Wild Nothing, fez um disco perfeito. Não há uma única música ruim em “Gemini”, seu álbum de estreia. é aquele tal pop perfeito, literalmente. Difícil definir qual a melhor, entre tantas melodias cristalinas. Melhor ouvir. Muito. Sua vida vai mudar depois de “Gemini”. Pelo menos durante seu mergulho nessa brilhante peça. Exagero? Ouça “Life In Dreams”:

05. Many Moons – The Cavalcade

Palmas para quem conseguiu ouvir “Many Moons”. Com divulgação zero, a (agora) dupla conseguiu de maneira hercúlea colocar seu primeiro disco no mercado e deu a cara a tapa. Seu pop smithisiano, com altas doses de Felt, cativa na primeira ouvida. Degustar “Many Moons” foi um dos melhores deleites de 2010, mesmo que boa parte das músicas seja de 2009. Não importa, não há presente, passado e futuro para o talento. A música do Cavalcade ainda encantará gerações, por muitas luas. Ouça tudo, mas comece com “We Always Move Too Slow”:


04. Contra – Vampire Weekend

Lançado em janeiro, já ganhou de cara o subtítulo de melhor do ano. O tempo passou e pouca coisa mudou, apesar dos pesos-pesados acima. Esse segundo disco do Vampire Weekend tem canções realmente pop, todas curtíssimas, pra fazer dançar, pra assobiar, pra bater o pé… Um disco pra saber de cor. Não seja do contra e ouça “Cousins”:


03. Teen Dream – Beach House

A carreira do Beach House poderia começar com esse disco. Não que os outros dois sejam vergonhosos, longe disso. É que a comparação se torna injusta. “Teen Dream” é tão belo quanto viajante, é tão dócil quanto avassalador. É muito com pouco. Um hula-hula psicodélico que a história tratará de colocar entre os melhores de todos os tempos. Acredite: o verão precisa de músicas assim. Ouça “Silver Soul”:

02. High Violet – The National

Vamos ser justos, é um empate técnico entre o primeiro e o segundo colocados. Mas vai assim… O “High Violet” tem uma gama de músicas perfeitas, tanto quanto as que marcaram o National do “Alligator”, de 2005. Este veio três anos depois do sucesso de “Boxer”. E veio melhor. A tendência de crescimento do National é impressionante. “Bloodbuzz Ohio”, “Afraid Of Everyone”, “Anyone’s Ghost” e, principalmente, “England” e seu pianinho matador são canções que qualquer músico profissional daria a vida para criar. Mas talento é pessoal e intransferível. Fazer a bateria de Bryan Devendorf, ou o vocal único de Matt Berninger; ou as melodias de Aaron Dessner; não é pra qualquer um. Ou, melhor, é pra todos. Pra todos ouvirem, se deliciarem e se apaixonarem. Ouça “Bloodbuzz Ohio”:

01. Lisbon – The Walkmen

O disco do ano. O sexto álbum do Walkmen mostra uma banda se autolapidando. O Walkmen chegou à perfeição, depois de tentar, tentar, tentar. E chegou, curiosamente, com menos. A banda está mais contida. Guitarras na medida certa, refrões inúteis limados, bateria sem viradas espetaculares, sopros contidos e emocionantes… Há tudo isso em “Lisbon”. Onze músicas: este é o tamanho do grande disco de 2010. Não há uma nota em excesso aqui. Ao ouvir, porém, você desejará que ele fosse interminável. Ouça “Angela Surf City”:

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Comentários

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10 comentários

  1. Dessa lista, as coisas que eu não conhecia e gostei são Warpaint, Beach Fossils, The Cavalgade (não consigo achar pra baixar).
    Ainda na linha das novidades, já conhecia (através do Flogase) e merecem estar nessa lista o Perfume Genius e o Best Coast.
    E alguns clássicos que também foram muito bem colocados, como as duas primeiras posições, além de Arcade Fire, Autolux e o Sr.Neil.
    Young.
    Não tem jeito, não vou com a cara dessa porra de Vampire Weekend. Colocaria fácil o novo do Deerhunter no lugar.

    Abraço.

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