CIBELLE NO DROWNED IN SOUND

Essa mulher… Eu não tenho pudores de falar que o som dela era bem maleta pro meu gosto, mas esse terceiro disco, “Las Vênus Resort Palace Hotel” me pegou de jeito.

Como não tenho rabo preso com gravadora, com assessoria de imprensa, com artista, com ninguém, falo mesmo!

O problema (o divertido) é que na maioria das vezes, eu falo de quem não me entende, porque são gringos que acham que o inglês é a única língua falada no mundo. Nada contra, na verdade, tanto faz pra mim, mas a Cibelle entende o que eu escrevo e, se ela um dia ler este blogue, talvez me perdoe.

Vá lá que não sou de babar ovo, mas essa entrevista que ela deu no sempre bom site Drowned In Sound foi divertida. Divertidíssima. E esclarecedora.

Russ Slater, o repórter, também não babou ovo, pelo contrário, foi bastante objetivo nos elogios, o que sempre é bom numa matéria. Afinal, ninguém espera ler uma matéria jornalística (artigo é outra história) em que o escriba já toma partido antes do leitor.

Prefiro que você leia a matéria no original, clicando aqui, mas vale destacar uma ótima pergunta e resposta, aqui numa tradução meia-boca:

P: Você foi se afastando de qualquer cena que acontecia no Brasil, porque agora “São Paulo Confessions” (o disco do Suba que ela participou) é considerado agora como uma espécie de clássico?

R: Há agora no Brasil uma cena incrível, com muitos lugares pra tocar, um monte de bandas, de cantores, mas quando eu estava por lá (ela mora agora em Londres) era tudo uma merda mainstream. As pessoas diziam que eu estava fazendo música pros gringos. Eu dizia: “o que você tá falando? Está sendo feita por mim, eu não sou gringa, eu sou daqui, sou eu”.

É exatamente isso. A cidadã faz música – e, ainda bem, música internacional, não um pseudo entendimento do que deve ser “música brasileira”. Música feita no Brasil não precisa ter tambor, nem canto de arara pra ser ouvida, nem ser esculachada.

A discussão vai longe. Todos os meus quatro leitores sabem o quanto eu sou reverente às escolas de samba e seus maravilhosos sambas de enredo. Pra mim, mesmo hollywoodianamente apresentada, essa é a música brasileira dançante. Gente como Fellini, Sepultura, Harry, Jorge Ben, Black Future (além de outros poucos), e, agora, a Cibelle, fazem música pop brasileira-sem-fronteiras.

O resto é batuque pra gringo ver.

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