I BURIED PAUL NO IBRASOTOPE – COMO FOI

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Ele é paulistano, morou em Bauru, mas ganhou o mundo por conta dos estudos (no caso, Mestrado). Foi pra Alemanha, hoje é de Berlim. Foi lá especificamente que seu projeto musical explodiu, como uma supernova, ganhando respeito, surpreendentemente também no Brasil.

“Surpreendentemente” porque não é música pop, porque não tem apoio de marketing, de grandes selos, da mídia e afins. Não é hypado. Mas Pedro Oliveira fez do seu I Buried Paul uma marca instigante o suficiente pra despertar curiosidade dos seus pares aqui no Brasil.

Ao visitar o país, nesse mês de abril de 2014, realizou umas poucas apresentações pra poucos felizardos que puderam comprovar o projeto ao vivo. Em São Paulo, conseguiu palco no espaço Ibrasotope Música Experimental, uma casa em Moema, um dos bairros mais nobres da cidade, pra mostrar um pouco do seu I Buried Paul.

Com um sensacional disco recente, “Eutropia”, de 2013, um dos melhores do ano (veja a lista aqui), Oliveira sentou-se em frente a plateia de aproximadamente vinte pessoas (sim, esse é o público dos pequenos mercados da MTB) pra basicamente improvisar sobre temas que não necessariamente têm a ver com o disco (o que é ainda estranho pra uma audiência que espera ouvir ecos de uma obra definitiva, comprada como definitiva e que a encantou naquela forma). Ao fundo, as projeções bem cuidadas de Rafael Nascimento.

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Foram quase quarenta minutos de paisagens sonoras, Oliveira, sua guitarra e sua cama de pedais, projeções ao fundo, a plateia sentada na ampla sala acarpetada, luz baixa, pequenas almofadas e silêncio absoluto (pra apreciar uma apresentação dessas, faz-se necessário).

Houve quem cochilasse – e, acredite, não é uma ofensa – houve que ficasse hipnotizado, houve quem se encantasse, e no fundo todos foram alvejados pelos drones, colagens, distorções e paisagens zen viajantes do I Buried Paul.

Ao final, as gravações de campo e as projeções se duelaram sozinhas, Oliveira desligado. Era um quase-silêncio. Não há lógica matemática nessa música. Entreolhares. Após um tempo, palmas.

O primeiro show do I Buried Paul em São Paulo não foi insano, não foi alto, não foi ensurdecedor (em algumas partes, sim), mas foi o suficiente pra corroborar as afirmações de que é uma apresentação que você precisa ver – e que o Brasil precisa ver mais vezes.

Veja a apresentação completa:

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