O ESPAÇO E A MEMÓRIA

Comprei um HD de 500Gb. Beleza. Com os outros HDs que eu já tinha, de 10Gb e de 80Gb, tenho 590Gb de espaço. Tirando o que o sistema oeracional e programas e outros arquivos consomem, fico com uns 520Gb. Tá bom?

Tirando isso, ainda tem os iPods, um de 20Gb e um de 60Gb. De espaço, não posso reclamar.

Eis que com espaço, posso voltar a baixar o que eu quiser, sem ficar escolhendo. A Internet virou novamente uma grande estante de música, sem caixa registradora. Nesse cenário “fique à vontade”, tive que recorrer à memória. A física, não a RAM. O que eu gosto ou gostava e que não foi lançado no Brasil, mas caiu no esquecimento? Muita coisa, com certeza. Fui baixar um do My Bloody Valentine, porque sabe como é, nessas horas é bom apelar pro certo.

Para garantir a lista correta de músicas, fui ao CD Now, que é americano, mas quebra um belo galho. Lá em “Isn’t Anything”, de 1988, os “produtos similares” apontam para o Slowdive. Ah, o Slowdive! Havia esquecido deles. Baixei o “Souvlaki”, de 1993, o segundo deles. Uma coisa leva à outra. Do Slowdive, passei pro Catherine Wheel, o “Ferment”, de 1992, o primeirão deles. Daí, surgiu na minha frente o Pale Saints, de quem peguei o “The Comforts of Madness”, de 1990. Por fim, mas aí por falta de saco de continuar, peguei o Chapterhouse, “Whirlpool”, de 1990, que cheguei a ter em vinil (esse saiu no Brasil).

São todos de uma fase em que ser shoegaze era bacana (quer dizer, ainda é), mesmo que Happy Mondays fosse A banda. Durou pouco essa fase. O Nirvana veio, arrombou essa pasmaceira com uma voadora no nariz, e o Oasis, o Blur e outros querendo mostrar que os Beatles eram mais legais que o Jesus & Mary Chain e o My Bloody Valentine. Todas essas bandas sumiram, deram um tempo, foram pro saco. Faltou espaço pra muralha de sons de suas guitarras. Eram bandas que faziam boa música, mas seus integrantes eram quase nada carismáticos.

Não foram lançadas no Brasil naquela época, não serão agora.

Vale, então, comprar mais espaço pro seu computador, dar uma sacudida na memória e buscar algumas coisas esquecidas. Da minha recente relembrada, aí vai:

Slowdive (1989-1995):
1991 – Just For a Day
1993 – Souvlaki
1995 – Pygmalion

Chapterhouse (1987-1996):
1991 – Whirlpool
1993 – Blood Music

Catherine Wheel (1990-2001):
1992 – Ferment
1993 – Chrome
1995 – Happy Days
1997 – Adam And Eve
2000 – Wishville

Pale Saints (1987-1994):
1990 – The Comfort Of Madness
1992 – In Ribbons
1994 – Slow Buildings

Olha, e tem o Loop e o Ride, que eu já tinha há muito tempo nos meus gigabytes, mas cabem bem nessa lista. São as melhores de todas, barulheira na certa, mas o Loop é bem difícil encontrar na Internet (ou eu não sei procurar direito). O Ride até saiu no Brasil e é tranqüilo encontrar na Internet.

Loop (1986-1990):
1987 – Heaven’s End
1988 – Fade Out
1990 – A Guilded Eternity (clássico! espetáculo!)

Há duas grandes compilações do Loop, imperdíveis: “Eternal”, de 1989; e “Wolf Flow”, de 1991, coletânea de três Peel Sessions da banda.

Ride (1988-1996):
1990 – Nowhere
1992 – Going Blank Again
1994 – Carnival of Light
1995 – Live Light
1996 – Tarantula

Há mais, muito mais dessa fase que costumam rotular de shoegaze, mas que muitas vezes é só barulheira das boas, música das boas: Swervedriver, Saint Etienne, Lush (ops!), Moose, Mojave 3 (que é o que sobrou do Slowdive, mas que não tem nada a ver com ela) etc.

Baixe aí. Os inteligentes distribuidores brasileiros não vão se mexer mesmo.

Para saber mais dessas bandas, procure na lista de links e se vira.

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