POR FAVOR, CHEGA DE SINGLES DE NATAL!

As bandas que eu gosto não falam português e não vão entender essa mensagem, mas ela deve refletir o sentimento de um bocado de gente: chega de singles de Natal!

Vamos ser sinceros, há época mais chata do que essa? O sentimentalismo forçado, os tios e tias bonachões, aqueles primos malas que você não vê há anos, as reuniões de “amigo-secreto”… Se isso já é demais, não temos também que aturar as bandas querendo dar uma de fofinhas. Não! Chega!

Se você tem uma banda, pode parar, nem pense em entrar nessa. Se quiser, vá fazer um single de Páscoa, ou em homenagem ao Dia do Música, o Dia da Chuleta, ou o Dia do Chaveiro, mas nem pense no Natal (e igualmente esqueça o Dia International da Mulher). Já saturou. Deu.

Aliás, só bandas chatas andam fazendo isso. E não são chatas só por isso, como verá: o Coldplay cometeu esse desaforo; as Pippetes, esse; o Killers (claro, e há banda mais chata?) fez o seu, o Futureheads, Tegan & Sara e, testando minha paciência e minha fidelidade, até o Walkmen, com esse desagravo.

Tem muita gente que gosta de Natal, por certo. O caso talvez nem seja esse. O problema é que a enxurrada de singles de Natal, soa a oportunismo. Não há sentimento cristão ou coisa que o valha (veja bem, estou bem longe de ser cristão ou adepto de qualquer religião).

Junto com a exibição dos mesmos programas de TV e filmes, esses singles tornam a época tão maçante e repetitiva, que tem gente que pede pra pular, pra chegar logo o Reveillon e o Carnaval, que por sinal são bem mais divertidos, principalmente se você for solteiro.

Por outro lado, há músicas bonitas de Natal. Corre-se o risco de colocar as boas e as chatas e oportunistas no mesmo bolo. Eu mesmo acho “Noite Feliz” um primor, um clássico e contra clássicos não dá lutar. Talvez por isso o Arctic Flow tenha feito uma versão dela (em inglês, obviamente, “Silent Night”):

Isso não quer dizer em absoluto que  todas as bandas e pseudo-cantores estejam liberados a fazer versões de “Noite Feliz”. Passem longe, é um conselho.

No Natal lá de casa, minha mãe sempre toca, ininterruptamente, um disco inteiro de músicas natalinas com tratamento de chorinho. Creia, existe isso e é bem comum. E não é de todo ruim, mas está ligado basicamente ao Natal lá em casa, que nunca foi tão tradicional assim. Causa arrepios só de pensar.

Eis “Jingle Bells”:

Mas não fique chateado ou inconformado com o que escrevi, se essa época inunda seus olhos de emoção. É normal. Só não faça uma música sobre isso. Guarde todas suas emoções familiares, de bondade, do “ideal de compartilhar” pra você. Esses sentimentos deveriam sobreviver o ano inteiro, não só quando o Natal chega, certo?

Repito: jamais faça uma música sobre essas emoções. Um bocado de sentimentos, aliás, deveriam ser pessoais e intransferíveis.

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Comentários

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6 comentários

  1. Todo sentimento é pessoal.E concordo , Natal é um saco e fazer single para essa data é muito piegas.

  2. Concordo quanto a parte do natal ser mesmo chato,eu mesma não sou fã,e a única coisa que eu adoro são esses singles de natal.Uma execelente ideia das bandas que os lançam,The Killers e Coldplay que são duas das minhas bandas favoritas aproveitam essa onda toda do sentimentalismo humano de fim de ano pra lançar esses singles e vendê-los com objetivo de arrecadar uma graninha a mais pra ONGs que realmente fazem alguma coisa por alguém.
    E mesmo que não o fizessem com tal fim,existe uma alternativa ótima pra quem não gosta,não ouvir!

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