SUPERVÃO – TMJNT EP

“‘TMJNT’ é uma fuga em meio ao caos mental e social causado pelo momento político brasileiro. A partir de uma mistura de sons bastante heterogêneos, a banda produz em ‘TMJNT’ uma sonoridade que tem sido chamada de technopunk, eletroindie, neu tropicália e vapor rave, gêneros que a Supervão compreende e se influência diretamente. Hoje, juntar diferenças e provocar encontros musicais, cada vez mais, pode ser compreendido como um ato revolucionário tendo em vista os processos de curadoria digital”.

Esse parágrafo foi usado pra divulgar oficialmente o lançamento do segundo EP dos gaúchos da Supervão. Depois de “Lua Degradê”, de 2016 (leia e ouça aqui), saiu em 21 de julho de de 2017, o segundo EP do trio, “TMJNT”.

A despeito da viagem pretensiosa vendida pelo release, o Supervão é mais simples de se compreender: um som adocicado e palatável, que se pode colocar na caixinha do “dreampop”, mas de delicadeza que transpõe a massa comum da música pop “psicodélica e pra dançar” (pigarros aqui), principalmente a brasileira.

“TMJNT”, ou “tamo junto”, oferece cinco canções de fácil assimilação e aceitação, que ao contrário de ser um demérito é uma virtude rara quando acrescida de um toque ou outro de viagem ácida – o que faz, convenhamos, a mensagem poética ficar em segundo plano, mesmo que trechos de “Guerra Civil” (à primeira audição, a melhor faixa) se sobressaiam e mostrem que a música pras pistas nem sempre precisa não dizer nada.

Há, ao que parece, um “esforço de refinamento de produção” aqui, o que deixa o ouvinte mais atento um tanto desconfiado sobre as intenções do trio. Não é pra tanto. Os efeitos – dos vocais especialmente – de tão batidos se tornam divertidos e a bateria é o que dá liga pra você remexer. Ao redor disso, adornos eletrônicos. É, como se vê, tudo muito simples – e tão prazeroso quanto (logo de cara, “Reunião” apresenta esse perfil).

Esse traço de pegar o que é simples e envelopar com firulas na mão de muita gente costuma dar errado. O simples sempre será mais atraente. O Supervão consegue o contrário. Soa o passado e o presente, é anos 1960 e é novo século. Soa pretensioso e modesto. Soa e não soa. Tá tudo no mesmo pacote. Tudo junto e misturado, um bocado cristalino. Só não é essa viagem toda que tentam nos vender.

Ouça na íntegra:

A produção é da banda. A mixagem é de Bernard Simon Barbosa e a masterização ´é de Vini Albernaz. O lançamento é uma parceria Lezma Records & Honey Bomb Records.

1. Reunião
2. Tempo Barravento
3. Esse Ano Eu Não Morro
4. VMDL
5. Crise Civil

Leia mais:

Comentários

comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.