BEMÔNIO – SERENATA

Paulo Caetano está fazendo de 2012 o seu grande ano. Lançou o primeiro disco, “Vulgatan Clementinam”, em julho, via TOC Label; depois, em outubro, o diasco-de-uma-música-só “Ascoltare Durante Il Pranzo Dopo La Noia”, direto no Bandcamp; e agora, chega com o novíssimo “Serenata”.

O disco tem o dia 27 de novembro de 2012 como data de lançamento, via Dissenso Records, e apresenta uma novidade ao projeto: Paulo Caetano não está mais sozinho no Bemônio. Agora há um baterista, Gustavo Matos. “Eu já conhecia o Matos faz um bom tempo e sabia que tínhamos um gosto musical similar; foi muito natural, ele que quis fazer parte do Bemônio – eu jamais chamaria alguém, mas também não recuso convites”, diz Caetano.

“Serenata” também foi criado num processo diferente: “a ideia foi seguir à risca o nome do álbum, ou seja gravar ao vivo no estúdio, mas com microfones nossos e captando até nossa fala ao longo das músicas… E no improviso, sem ensaios demasiados. A “Ose”, por exemplo, foi gravada e tocada uma vez, sem ensaiarmos nada antes, buscando o erro e o improviso free style, surgindo do nada. E o nome das faixas seriam como uma representação ao nome das pessoas que faríamos as serenatas nas respectivas janelas. Porém são nomes de demônios”, conta.

Paulo Caetano vê nesse processo uma evolução, do “Vulgatam Clementinam” pra cá. “Não enxergo como três álbuns distintos, mas uma evolução e pesquisa do próprio som do Bemônio… Ou seja, comecei com algo de tema denso e mais drone, noise e dark ambient, um tema que envolvesse religião, focando em bandas de metal mas não sendo óbvio demais. No EP “Ascoltare…”, tive um intuito de ser mais ambient, gerar uma ambiência não só no noise e drone, uma trilha sonora contínua e por isso apenas uma música de quarenta e cinco minutos. E no “Serenata”, o Bemônio é um resultado do que está acontecendo ao longo desses dois primeiros álbuns, porém com a adição do baterista, com mais uma cabeça pensante. Dando um aspecto mais doom, mas sem abdicar do que já foi feito antes, mas explorando sons que sozinho era mais complicado de fazer”.

O disco foi gravado em apenas dois ensaios, com duas semanas de mixagem e finalização. Foi “surgindo de improviso e sem pensar muito; eu fiz uma base na drum machine e Matos me acompanhava, apenas isso”. Mas quem ouve “Ose”, se assusta com o noise que eles alcançaram em tão pouco tempo, com tão poucos recursos.

A capa estranha foi feita pelo próprio Paulo Caetano, modificando uma foto que ele mesmo tirou de si. Está literalmente fazendo graça com seus demônios, em imagem e som. Sim, 2012 foi o ano em que o Bemônio passou seu recado e nos levou do céu ao inferno.

Ouça o disco na íntegra:

1. Ose (clique aqui pra ver o vídeo)
2. Mastema
3. Ifrit
4. Cimeries
5. Barbatos
6. Amon

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