RESENHA: O ANO DE 2013

Terminou um ano estranho. O que muitos dizem de 2013, porém, é que ele foi um prenúncio pro pior que ainda está por vir: 2014, o ano da Copa do Mundo no Brasil.

Mas se analisarmos 2013 por vários prismas, poderemos ver que, como qualquer ano, tivemos altos e baixos. O problema é que os baixos foram dolorosos, irremediáveis e poderão ser sentidos por anos e anos.

Comece, por exemplo, com o terrível mês de janeiro. Se por um lado, o governo Dilma conseguiu nos convencer do Vale-Cultura, o Brasil inteiro acordou espantado com as cenas de horror da madrugada do dia 27, quando uma boate em Santa Maria, Rio Grande do Sul, pegou fogo, matando 235 pessoas por asfixia. Sete outras viriam a morrer nos meses seguintes, totalizando 242 vítimas.

A tragédia repercutiu mundo afora, ganhou manchetes, mobilizou políticos e leis na tentativa de que tal quadro não se repetisse. Mas, como tudo no Brasil, após o clamor baixar, não se tocou mais no assunto e as casas noturnas seguem tendo que enfrentar a burocracia e os corruptos pra seguir leis difíceis de cumprir, de modo que o público final fica torcendo pra que nunca aconteça com eles. Sim, ainda estamos numa espécie de roleta-russa, nas mãos da burocracia que gera corruptos, malandros e insegurança.

Ou teria sido um ano de renascimentos?

No mundo da música pudemos presenciar alguns deles. E janeiro foi pródigo nisso. O My Bloody Valentine, meio de surpresa, lançou o sucessor do ultra-adorado “Loveless”, de 1991, chamado apenas de “m b v”. Vinte e dois anos depois, Kevin Shields e sua banda ainda se mostraram superiores aos imitadores. Antes, no dia de seu aniversário, em 8 de janeiro, David Bowie anunciou seu novo disco, o trigésimo da carreira, “The Next Day”, que viria a ser lançado oficialmente em março. A capa virou até meme. Não lançava nada há dez anos, recluso que estava.

Em fevereiro, quem deu as caras de novo, foi o Nick Cave & The Bad Seeds, que não gravava nada original desde “Dig, Lazarus, Dig!!!”, de 2008. O disco foi o celebrado “Push The Sky Away”.

Mas nem toda volta resultou em flores, como mostra essa resenha do Floga-se pra “Comedown Machine”, dos Strokes, que apareceu em março.

Também voltaram às manchetes com novos discos nomes como Depeche Mode (“Delta Machine”, março – depois de quatro anos), House Of Love (“She Paints Words In Red”, abril – depois de oito anos), Mudhoney (“Vanishing Point”, abril – depois de cinco anos), Iggy Pop & The Stooges (“Ready To Die”, abril – depois de seis anos), Primal Scream (“More Light”, maio – depois de cinco anos), Alice In Chains (“The Devil Put Dinosaurs Here”, maio – depois de quatro anos), The Pastels (“Slow Summits”, maio – depois de dezesseis anos), Black Sabbath (“13”, junho – depois de dezoito anos), Queens Of The Stone Age (“…Like Clockwork”, junho – depois de seis anos), Franz Ferdinand (“Right Thoughts, Right Words, Right Action”, agosto – depois de quatro anos), Mazzy Star (“Seasons Of Your Day”, setembro – depois de dezessete anos)…

E, claro, teve a retumbante volta do Arcade Fire, com seu “Reflektor”, aproveitando-se do mito de Orfeu e dividindo opiniões, em outubro, depois de três anos.

A estratégia de marketing dos canadenses, provocando a curiosidade dos fãs com vários teasers, mais irritou do que foi efetiva, e acabou sublimada pela implacável eficiência pop de Beyoncé, com seu disco lançado de supetão, em dezembro, intitulado apenas “Beyoncé” e arrebatador nas vendas: em três dias, quase um milhão de cópias (marca já ultrapassada, obviamente).

Aliás, o quesito promoção de discos deu o que se analisar em 2013. Além do Arcade Fire e da Beyoncé, com estratégias diferentes (e resultados semelhantes, dentro de cada universo de mercado), Lady Gaga, Daft Punk e Boards Of Canada se valeram da curiosidade ou surpresa pra estimular as vendas. O caderno “Link” do Estadão debruçou-se sobre o assunto, vale ler.

Dos discos mais falados, sem dúvidas, o do Daft Punk merece destaque. “Random Acess Memorie” chegou às lojas em maio e seu single “Get Lucky” virou uma espécie de hino imediato, sem dúvidas o grande feito em vendas do ano, chegando a salvar o balanço financeiro do executivos fonográficos e a fé no formato físico.

O segredo está no resgate da era disco, e nas participações especiais (Panda Bear, Julian Casablancas, Nile Rodgers, Paul Williams e Pharrell Williams, entre outros), principalmente de Giorgio Moroder. Também dividiu opiniões.

O calendário de shows foi interessante, mas se mostrou também com altos e baixos de vendas. Parece que as pessoas guardaram dinheiro mesmo pros festivais e grandes eventos. Em janeiro, apesar dos fogos de artifício dos indies com o vinda do Grizzly Bear, a lotação deixou a desejar, o mesmo valendo pro Beach House, em agosto. O Tame Impala, em outubro, o mala Devendra Banhart e o CocoRosie, ambos em novembro, tiveram bons públicos, mas nenhuma procura insana por ingressos, como já se viu anteriormente entre esse público.

Quem arrastou multidões foi o Black Sabbath, em outubro, passeando pelo Brasil (leia aqui sobre a passagem por Porto Alegre), com shows ditos como “históricos”, pra fãs e outros apreciadores menos fanáticos.

O Black Sabbath, aliás, mostrou o palco de um local de shows bastante promissor, que se abriu em São Paulo: o Campo de Marte, aeroporto que fica ao lado do metrô, de muito fácil acesso, como se comprovou naquele evento e no Planeta Terra, evento que igualmente renasceu de um recente passado cambaleante.

Com uma estrutura enxuta, o festival deu ao público um bom cardápio de shows, com Blur, Beck, BNegão, The Roots, Palma Violets, Lana Del Rey e Travis, ao mesmo tempo que, apesar dos tropeços de organização, se esforçou pra atender bem seus consumidores.

Mas a tônica de 2013 foi ainda a do desrespeito ao público, como se atestou no Rock In Rio e no Lollapalooza. No RiR, há quem não tenha passado perrengue algum, há quem tenha sofrido demais. Seria o problema do gigantismo?

O evento carioca, ocorrido em setembro, foi enorme como sempre, mas trouxe Bruce Springsteen, tido como um dos melhores shows do ano (abrindo com uma versão matadora de “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas). Ao final, ainda primou pelo o que sempre prima: um evento de marketing com música no meio.

Já o Lollapalooza, menos gigante, mas ainda enorme, mostrou-se incapaz de tratar seu público com dignidade – e o público, brasileiro por excelência nas suas infâmias, tratou de piorar a situação. Quando anunciou a venda pra 2014, já com Arcade Fire e Nine Inch Nails como destaques, continuou tratando de maneira suja seus consumidores, que, veja só, não correram às compras como se imaginou. A edição que vai acontecer no Autódromo de Interlagos não deve ser um fracasso, mas parece que será preciso fazer bem mais do que anunciar bons nomes na escalação pra fazer o pessoal meter a mão no bolso – afinal em 2013 já deu pra perceber que a luta não é só contra os altos preços dos ingressos, é por respeito.

Um desrespeito que o dono do Cine Joia em São Paulo tratou de sublinhar como prática usual, nos debates que aconteceram na Semana Internacional de Música (um ótimo evento ocorrido em dezembro): o problema é “social”, não dele (clique aqui pra ver, nesse trecho, o raciocínio terrível do empresário). Por aí, já se vê que não andamos muito em 2013 – a não ser o fato de que estamos discutindo isso de forma aberta, e o Floga-se não se intimida em bater nessa tecla com frequência, mesmo que isso lhe valha inimizades.

O Floga-se, em 2013, reforçou seu lado combativo. E foi um ano propício pra isso. Em maio, após a prefeitura de São Paulo anunciar um aumento da tarifa do transporte coletivo, de R$ 3,00 pra R$ 3,20, o Movimento Passe Livre (MPL) começou a fazer protestos constantes nas ruas da cidade, pedindo a revogação do aumento. Foi ganhando adeptos, mas nada significativo. Até que no dia 13 de junho, a Polícia Militar, comandada pelo governador Geraldo Alckmin, do PSDB, desceu o porrete nos manifestantes em plena Avenida Paulista. As imagens correram a Internet e o mundo. Jornais deram razão à PM, por conta da “restauração da ordem”.

Eis que, o MPL marcou dali a quatro dias mais um ato, onde dessa vez se incluía por tabela o direito à livre manifestação. O país não esperava o que acabaria por ver no dia 17 de junho nas ruas da sua maior cidade. Falam de cem mil pessoas, mas outros dão duzentas mil caras indignadas no asfalto de São Paulo. A PM falou em “apenas dez mil”. Foi a maior manifestação após aquela dos caras-pintadas, no começo dos anos 1990, que culminou no impedimento de Fernando Collor. Após o dia 17 de junho, outras tantas manifestações se seguiram. O prefeito do PT, Fernando Haddad, surfando na sua inabilidade de gerenciar crises, teve que colocar o rabo no meio das pernas, junto com o governador, e declarar a revogação do aumento.

Mas já era tarde. A coisa saiu do controle do MPL. Surgiram em cena os aproveitadores, os vândalos de fato, e os Black Blocs, que promoviam um quebra-quebra ideológico. Não eram mais os vinte centavos e outras pautas entraram no jogo. Chegou a Copa das Confederações, os governos e o Congresso se assustaram. Dilma foi à tevê, prometeu mundos e fundos de reformas, nenhuma delas virou realidade. Os olhos do mundo, voltados aos estádios, ficaram espantados com a força daquelas multidões, principalmente em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

A Seleção Brasileira ganhou a final contra a favorita Espanha por um retumbante 3 a 0, mas do lado de fora do Maracanã, a polícia de Sérgio Cabral, do PMDB, não tinha dó de bater, atirar, descer o porrete em quem protestasse contra a dinheirama gasta na Copa. A porradaria gerou mais manifestações e o Rio de Janeiro passou a ser palco de protestos e mais protestos. Em 7 de outubro, sustentando as reivindicações dos professores estaduais, o Rio de Janeiro viu cem mil pessoas irem às ruas. Como os governos podiam gastar tanto com a Copa e não dar aumentos ao professores? Não parece ilógico? Cabral e sua polícia continuaram descendo o cacete.

Tanto que nem as Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, escaparam de ficarem no centro da desconfiança. Em julho, o morador da Rocinha Amarildo Dias de Souza sumiu nas mãos da polícia pra nunca mais ser encontrado. Está morto. O clamor popular, dessa vez, serviu pra que o governo tivesse que fazer alguma coisa e fosse atrás dos culpados. O caso de Amarildo virou um símbolo de desaparecimentos não esclarecidos pela polícia. Mas a população ainda espera a condenação dos culpados.

Talvez só rezando. E o Papa Francisco, escolhido pra assumir o lugar do demissionário e nazista Bento XVI, que pediu arrego em 28 de fevereiro, até tentou, vindo ao Brasil em julho pra Jornada Mundial da Juventude. O evento se mostrou um fracasso financeiramente, a tal ponto do Vaticano ter que mandar um cascalho pra cobrir o mau uso do dinheiro dos fiéis pela organização.

A voz das ruas se tornaram também bastante conservadoras, gritando contra partidos políticos, contra o enfrentamento, confundindo as coisas – e parando pra aplaudir a prisão dos envolvidos no Mensalão do PT, em pleno feriado do 15 de novembro, como se a missão estivesse cumprida, em detrimento de outros tantos e infindáveis escândalos de corrupção que seguem surgindo (o mais grave é o que envolve os trens e metrôs de São Paulo e mais um escândalo de fiscais da prefeitura).

A prisão dos condenados do Mensalão foi um passo pra moralização, uma vitória de um povo que dificilmente vê políticos e colarinhos brancos sendo julgados, condenados e presos de fato.

Mas pouca coisa prática saiu da “onda de protestos”, que foi arrefecendo, arrefecendo, até que sumiu de vez. Talvez o povo tenha feito renascer em si o ímpeto de lutar pelos seus direitos ou só mesmo acendido a chama da indignação pra além do inconformismo rabugento das redes sociais ou histriônico das mesas de boteco. Mas 2014 promete mais, com a Copa do Mundo, e principalmente com as eleições à presidência e aos governos estaduais. Mudará algo?

O Floga-se mudou. Pelo menos no visual. O site está com cara nova desde setembro: mais profissional, com cara de site mesmo, de portal. Seções melhor definidas, mais fácil de navegar, com mais espaço pra matérias especiais, como a nova coluna “Viagens Orientais”, de Aldo Hanel, inaugurada em fevereiro, falando sobre esquisitices vindas do oriente, principalmente do Japão.

Como também a nova saga criada pra falar da “História Dos Festivais”, iniciada em novembro, que oferece a escalação completa dos mais importantes festivais que aconteceram no Brasil. Uma coluna que tem o principal propósito, além do resgate histórico, derrubar a tese de que no passado os ingressos eram mais baratos. Não eram: a nova série lista os preços originais dos ingressos e os atualiza pela inflação do período, com dois índices, mostrando que eles, atualizados, são tão caros quanto os que pagamos hoje em dia, em 2013.

Na seção “Os Discos Da Vida”, uma das preferidas dos leitores, tivemos A Trip To Forget Someone, o maluquete gringo Anthony Fantano , o Tratak, o MIdsumer Madness Rodrigo Lariú, o ídolo do Harry Johnny Hansen, o jornalista Ricardo Alexandre, o outsider Robsongs, o melhor farol carioca na Internet La Cumbuca, a dupla abnegada do delicioso All Folks Fest, o crânio dos sons tortos Bernardo Oliveira, o jornalista Thiago Ney, o gênio Marcelo Marchi do Fora do Beiço, o grande Elma, o responsável pelo Na Mira do Groove, Tiago Ferreira, o “wikileaks dos shows no Brasil” José Norberto Flesch, as bandas Sonora Coisa e Japanese Bondage, e fechamos o ano com o responsável pelo 505 Indie, Flávio Testa.

O Floga-se fez algumas entrevistas deliciosas – e cada vez mais longas e detalhadas (nacionais e internacionais). E, através do podcast “O Resto É Ruído”, com uma turma insana, ajudou a entrevistar gente boa demais, que inclui Alex Antunes, André Barcinski, Fábio Massari e Ricardo Alexandre, todas históricas, sem contar José Júlio do Espírito Santo, o casal Walden e muito, muito mais.

Esse foi o ano também em que, em dezembro, no Natal, a revista Bizz voltou à ativa, mas não impressa, apenas na Internet. Mais uma tentativa de resgatar o grande veículo de música que esse país já viu.

Foi também o ano que marcou a morte da MTV Brasil, causando comoção, pra logo renascer num canal pago qualquer, sem o “Brasil” no nome. Já estava morta mesmo, de qualquer forma.

Se MTV morreu e renasceu e a Bizz ressuscitou, 2013 também contabiliza mortes impactantes.

Em janeiro, Claude Nobs (fundador do Festival de Jazz de Montreux), Nagisa Oshima (cineasta), Walmor Chagas (ator), Ary Vidal (treinador de basquete). Em fevereiro, Magic Slim. Em março, Cubilla (jogador de futebol uruguaio), Hugo Chávez (o próprio), Chorão (vocalista do Charlie Brown Jr), Clive Burr (baterista do Iron Maiden), Emílio Santiago e Phil Ramone (produtor musical).

Em abril, Ruth Prawer Jhabvala (roteirista dos filmes de James Ivory), Roger Ebert (crítico de cinema), Bigas Luna (cineasta), Margaret Thatcher, Sarah Montiel (uma das atrizes mais bonitas de todos os tempos) e Deanna Durbin (atriz).

Em maio, Jeff Hanneman (guitarrista do Slayer), Peu Sousa (guitarrista da Pitty), Ray Manzarek (tecladista do The Doors), Roberto Civita (da Abril) e Ruy Mesquita (do Estado de S. Paulo). Junho: Scarlet Moon (jornalista) e James Gandolfini (ator).

Julho levou Paul Jenkins (ator), Douglas Engelbart (inventor do mouse de computador), MC Daleste, Sebastião Vasconcelos (ator), John Casablancas (agenciador de modelos), Dennis Farina (ator), Djalma Santos (jogador de futebol), Dominguinhos e JJ Cale.

Em agosto, Luiz Paulo Horta (crítico musical), George Duke (pianista da The Mothers Of Invention), Elmore Leonard (escritor), Julie Harris (atriz), De Sordi (jogador de futebol), Gylmar dos Santos Neves (goleiro), David Frost (o famoso jornalista que entrevistou Nixon). Setembro: Champignon (baixista do Charlie Brown Jr) e Cláudio Cavalcanti (ator).

Outubro teve Giuliano Gemma (ator), Philip Chevron (guitarrista do Pogues), Norma Bengell (atriz). Novembro, Jorge Dória (ator), Doris Lessing (escritora), Paul Walker (ator), João Araújo (produtor musical e pai de Cazuza) e Nilton Santos, a “Enciclopédia” (jogador de futebol).

Dezembro, Eleanor Parker (atriz), Joan Fontaine (atriz), Ronald Biggs (o famoso ladrão), Peter O’Toole (ator), Reginaldo Rossi e, claro, Nelson Mandela (leia esse artigo).

Mas, além de Mandela, talvez a morte mais sentida do ano tenha sido mesmo de Lou Reed, em outubro. O fundador do Velvet Underground morreu num domingo, pegou todo mundo meio de surpresa e um tanto que resumiu 2013 como esse período de altos e baixos. Veja a última entrevista dele:

O Floga-se torce pra que 2014 seja mais centrado, equilibrado, com menos tragédias e mais vida. Espera que as pessoas leiam mais (vamos escrever cada vez mais – em quantidade e, esperamos, em qualidade), que sejam mais respeitadas por políticos, entes públicos, empresários e pelo próximo. E que sejam mais positivamente produtivas. Enfim, o que se pede aqui são mudanças pra melhor.

São desejos que, com Carnaval em março, Copa do Mundo em junho e eleições gerais em outubro, se prestam a uma boa dose de paciência e otimismo – duas coisas que foram duramente maltratadas em 2013.

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